Últimas atualizações: a aposta do modelo Europeu para a Semana Santa 2023!

Para trás ficou a primeira quinzena de março, caracterizada por uma verdadeira “montanha russa” da temperatura em Portugal graças à constante alternância de intrusões de ar polar e subtropical que produziram valores bastante invulgares para a época do ano. No passado fim de semana alguns locais do país (Vale do Guadiana e Sotavento Algarvio) atingiram quase 25 ºC de temperatura máxima.

A chuva não tem sido particularmente abundante até agora, ainda que no Noroeste do país já tenha caído uma quantidade significativa nos dias que já decorreram de março. Climatologicamente a primavera inaugurou no passado 1 de março e a dinâmica meteorológica, bastante variável, tem comprovado isso mesmo na nossa geografia.

Agora que restam somente pouco mais de duas semanas para os primeiros dias da Semana Santa, o nosso modelo de confiança continua a projetar, embora com as devidas reservas que isso deve supor, o tempo que se irá registar nas datas das Festividades da Semana que engloba a Páscoa.

Referimo-nos a tendências, não a previsões

Como já explicámos em situações anteriores, tendo em linha de conta que são mencionados prazos muito distantes no tempo, é demasiado precoce estar a elaborar uma previsão meteorológica para a Semana Santa, mas, de facto, já se pode começar a comentar tendências, isto é, as primeiras aproximações muito gerais que nos podem dar uma ideia de como poderia estar a situação meteorológica na generalidade do país.

Para previsões pormenorizadas e à escala local será preciso esperar até uns dias antes. À medida que nos afastamos no tempo a incerteza aumenta de maneira considerável e o valor da previsão é baixo. Como se não bastasse, saliente-se o facto de estarmos na primavera, a estação do ano por excelência na qual ocorrem mudanças muito repentinas do estado do tempo. É muito provável que estas tendências sofram variações nas próximas atualizações dos mapas, apesar de até agora tal ainda não ter ocorrido de forma abrupta.

Uma Semana Santa mais quente do que o normal?

As últimas atualizações do modelo de referência para a Meteored Portugal realçam que, desde o final de março até ao primeiro fim de semana de abril é possível que a temperatura se mantenha invulgarmente elevada para estas datas de norte a sul do país, tal como nestes últimos dias.

Se este cenário se concretizar, a anomalia da temperatura seria positiva, entre 1 ºC e 3 ºC acima da média climatológica, tanto no Continente como na Madeira. Quanto aos Açores, para os Grupos Central e Oriental prevê-se anomalia térmica positiva até 1 ºC acima do normal e Grupo Ocidental com valores de temperatura dentro do padrão.

Para a semana que se estenderá entre os dias 3 e 10 de abril poderão ocorrer algumas alterações. Neste momento, as tendências apontam para a possibilidade de a temperatura estar até 1 ºC acima do normal nos distritos de Lisboa, Setúbal, Beja e Faro e também na Região Autónoma da Madeira.

Para o Arquipélago dos Açores e restante geografia de Portugal continental, os mapas do modelo Europeu (ECMWF) apostam em valores de temperatura dentro do standard.

Ainda não existe um sinal evidente para a chuva

Imensa gente fica expectante quanto ao estado do tempo para a Semana da Páscoa, não só devido às celebrações religiosas associadas – como as procissões – mas também porque é uma época por excelência para passar férias.

Deste modo, tanto para os amantes do sol como para aqueles que desfrutam de um cinzento dia de chuva, é essencial saber como vai estar o tempo nesta altura.

Para a semana de 3 a 10 de abril os mapas revelam a totalidade dos territórios de Portugal continental, Açores e Madeira manchada a branco, o que significa que apostam em valores de precipitação dentro do normal para esta altura do ano. A partir desta data em diante, já se entra no domínio da pura ficção científica.

Pode-se ter em conta, contudo, que abril é um dos meses mais chuvosos em várias regiões portuguesas, pelo que 'o normal' seria que chovesse nalgum momento. Daí o provérbio popular “Abril, águas mil”. Mas claro, é preciso continuar a monitorizar as próximas atualizações dos mapas do ECMWF.