Temporal iminente em Portugal: chuva abundante à vista!
Após várias frentes muito ativas, do fim de semana em diante uma forte tempestade irá isolar-se em altitude no sudoeste peninsular, deixando chuva localmente forte nalgumas áreas. Onde poderá chover mais no nosso país? Confira a previsão!
Por fim a tão ansiada chuva tem regado o nosso país a um ritmo quase diário. Com a retirada do anticiclone para o norte da Europa, estacionado agora sobre a Escandinávia, ficou aberta a via para a chegada de frentes e depressões atlânticas à Península Ibérica.
A par disso, um jato polar mais ondulado tem contribuído também para o “comboio de frentes” que tem vindo a atingir, felizmente, Portugal continental, deixando regas substanciais nestes últimos dias. Para já, as regiões mais beneficiadas pela água, “ouro” para campos e barragens, são as do Minho e Douro Litoral.
A luz ao fundo do túnel em relação à seca?
É lógico que a chuva que caiu até agora é insuficiente para resolver o problema da seca, contudo, tendo em conta a previsão do tempo para os próximos dias há motivos suficientemente válidos para se estar otimista no que toca ao desagravamento da seca, uma vez que se prevê chuva de norte a sul de Portugal continental.
De momento há uma depressão muito intensa, de grande impacto, perto da Gronelândia que não nos afeta, e outra, a oeste das Ilhas Britânicas que, apesar de não ser tão intensa, está a bombear frentes que vão chegando até à Península Ibérica.
Portugal e Espanha invadidos por várias frentes
Após a frente débil desta quinta-feira, que gerou aguaceiros fracos, mais pelo Norte e Centro de Portugal continental, dentro de poucas horas uma nova frente muito ativa chegará ao nosso país pelo Minho. Ao entrar pelo Noroeste Minhoto, e terminar no Sotavento Algarvio, esta superfície frontal descreverá uma trajetória noroeste-sudeste na nossa geografia, tornando a noite de quinta e a madrugada de sexta, muito chuvosas e instáveis. Os períodos de chuva durarão até cerca do meio-dia no Algarve.
Depois, a precipitação continuará em regime de aguaceiros, havendo períodos de céu encoberto. Não se descarta trovoadas dispersas. Espera-se também uma suave descida das temperaturas, mais notória na Região Norte. O vento soprará forte de Sudoeste em todo o território, com rajadas até 50 km/h na faixa costeira ocidental e até 80 km/h nas terras altas.
Sábado será um dia bastante frio, com descida significativa das temperaturas, inclusive para valores negativos (-1 ºC) nas cidades de Bragança e da Guarda. Com a presença de precipitação, e o ar gélido em altitude, a queda de neve é bastante provável na Serra da Estrela acima dos 1200 metros de altitude.
A partir do meio da manhã de sábado, prevê-se mais uma frente a entrar em território luso. Começará por gerar períodos de chuva fraca durante a manhã no litoral, especialmente a norte do Cabo Mondego. Expandir-se-á para o interior, onde poderá cair localmente forte. Ao final da tarde, sobrarão apenas alguns aguaceiros. Será mais uma jornada chuvosa em praticamente todo o país.
Atenção ao temporal marítimo! Estão previstas ondas de noroeste com 5 a 6 metros, que poderão atingir 10 a 11 metros de altura máxima.
Expectativa perante uma tempestade forte de domingo em diante
Para domingo, a região Norte registará pouca precipitação, esperando-se somente alguns aguaceiros e céu parcialmente nublado a norte do Tejo. Contudo, a sul do Tejo o panorama antecipado é bem diferente.
O temporal assumirá duas fases distintas: uma primeira na qual, para as regiões a sul do Tejo, onde se incluem os distritos de Portalegre, Évora, Beja e Faro deixará chuva abundante, com risco de trovoada, decorrentes de um cavado. Aliás, o modelo Europeu, insiste num cenário em que o Sotavento Algarvio e o Baixo Alentejo seriam largamente beneficiados pela água. Caso se confirmem estas quantidades de pluviosidade, isto seria como um autêntico tesouro caído dos céus, especialmente para duas das regiões mais severamente afetadas pela seca.
A segunda fase do temporal será a junção do cavado presente no Sul do país, com o nascimento da tempestade em altitude prevista para segunda-feira 14 de março, esperando-se que esta última se isole sobre Portugal e Espanha. Aliás, ao rodopiar para Norte na segunda-feira, o Centro e o Norte português seriam bem regados. Possivelmente, a instabilidade continuará na terça e nos dias seguintes, sobretudo no interior e no Sul. Mais tarde seguirá para o norte de África.
Realce-se, contudo, que a irregularidade típica da distribuição da precipitação neste tipo de eventos meteorológicos, bem como a incerteza associada a este tipo de tempestade (em camadas altas da atmosfera) tornam complicada a previsão em relação à localização exata de onde poderão cair as maiores quantidades de chuva.