Início do ano marcado por temporal no caminho dos Arquipélagos
Na primeira semana de 2021, as condições atmosféricas nas ilhas vão deteriorar-se rapidamente. O dia de amanhã será particularmente agressivo em termos de chuva e vento. Confira, connosco, as previsões!
Se o início do ano em Portugal Continental se tem caracterizado pelas baixas temperaturas máximas e mínimas, os Arquipélagos dos Açores e da Madeira vão ter um final de domingo e uma segunda-feira recheada de chuva e ventos fortes. Segundo o modelo ECMWF, este fenómeno está associado a um centro de baixas pressões que se está a desenvolver no Oceano Atlântico. É comum, principalmente durante o Inverno, que os sistemas de baixas pressões subpolares desçam em latitude e tragam instabilidade atmosférica ao Sul da Europa.
O que esperar para os arquipélagos?
O Arquipélago dos Açores está já sob o efeito deste sistema de baixas pressões. O Grupo Ocidental, composto pelas Ilhas das Flores e do Corvo, foi o primeiro local onde vigoraram avisos meteorológicos relacionados com a precipitação intensa. Um aviso amarelo está em vigor, até às 06:00 de amanhã, pois associada à precipitação intensa há a possibilidade da ocorrência de trovoadas. A pressão atmosférica rondará os 1000 mb, durante a passagem deste sistema.
Tal como no Grupo Ocidental, o Grupo Central está já a sofrer os efeitos da passagem deste sistema de baixas pressões. Estarão em vigor dois avisos meteorológicos amarelos relacionados com a precipitação e vento fortes, até às 06:00 de amanhã. O Grupo Oriental, onde se situa a Ilha de São Miguel (e a cidade mais populosa, Ponta Delgada) está sob aviso amarelo para a precipitação e vento forte de Sueste, que pode atingir velocidades na ordem dos 70 km/h. A partir das 18:00 de hoje, prevê-se que o estado de tempo se agrave vigorando um aviso laranja até às 09:00 de amanhã.
Em relação ao Arquipélago da Madeira, na costa Norte da Ilha da Madeira vigorará um aviso amarelo, a partir das 06:00 de amanhã, relacionado com a precipitação, que pode ser por vezes forte. O aviso será laranja, o segundo mais grave da escala numa escala de quatro, entre as 09:00 e as 15:00. Para a Ilha de Porto Santo estará em vigor um alerta amarelo relacionado com aguaceiros e chuva forte, para além da possibilidade de vento forte do quadrante sul/sueste, com rajadas que podem chegar aos 70km/h.
Para as Regiões Montanhosas da Ilha da Madeira e para a costa Sul estão em vigor um conjunto de avisos meteorológicos que vão de amarelo a laranja e, posteriormente, a vermelho, o mais grave numa escala de quatro. Nas Regiões Montanhosas, a principal preocupação das autoridades relaciona-se com a precipitação, já que o aviso vermelho vai estar ativo entre as 11:00 e as 17:00 de amanhã. Entre as 09:00 e as 15:00 vai estar ativo um aviso amarelo relacionado com o vento. Já para a costa Sul, onde se localiza a cidade do Funchal, o aviso amarelo para a precipitação vigorará amanhã entre as 06:00 e as 09:00, entre as 09:00 e as 12:00 um aviso laranja e entre as 12:00 e as 15:00 um aviso vermelho. Para além da chuva, a trovoada e o vento serão igualmente frequentes.
Segundo o modelo ECMWF, durante a passagem deste sistema de baixas pressões, ou seja, entre domingo e terça-feira, em ambos os arquipélagos os valores de precipitação vão variar entre os 20 e os 45 mm.
Quais os potenciais efeitos?
A instabilidade meteorológica, característica do Inverno, é um risco concreto que pode ter efeitos nefastos em diversas áreas, na população e nas infraestruturas. Quanto maior a vulnerabilidade, maior será o risco.
Exemplo disso, foi o temporal que se abateu na noite de Natal, que afetou severamente a costa Norte da Ilha da Madeira, nomeadamente as freguesias de Ponta Delgada e Boaventura, no concelho de São Vicente. Situações semelhantes em termos meteorológicos produzem efeitos semelhantes nas ilhas dos Açores.
Os elevados quantitativos de precipitação (chuva e granizo) num curto espaço de tempo fizeram as ribeiras transbordarem dos seus leitos e causaram inundações graves que acabaram por afetar inúmeras habitações sem, contudo, fazer vítimas mortais, face à eficiência das evacuações.
As precipitações anormalmente intensas, para além dos efeitos já descritos, têm ainda o potencial para danificar as vias de comunicação, interferindo na acessibilidade. A ocorrência de cheias rápidas pode potenciar a destruição de infraestruturas, os deslizamentos de terras, a destruição dos campos agrícolas, bem como a perda de vidas humanas.