Tempo para os próximos dias: perturbação atlântica nascida do efeito Fujiwhara deixará mais chuva e trovoada em Portugal
Uma nova perturbação atlântica, nascida da fusão entre a gota fria e o “ex-furacão Franklin”, deverá continuar a condicionar o tempo em Portugal continental nestes próximos dias. Saiba quando e em que regiões se prevê mais chuva e trovoada!
Esta terça-feira (5) tem sido marcada por períodos de chuva e aguaceiros no Norte e Centro de Portugal continental - sobretudo nos distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto -, sendo que, nalgumas regiões, a precipitação caiu acompanhada de trovoada.
Todo este “frenesim” meteorológico tem sido provocado por um sistema de baixas pressões que nasceu da fusão entre a gota fria que atingiu a Península Ibérica desde o dia 1 de setembro e os remanescentes da perturbação atmosférica informalmente conhecida como “ex-furacão Franklin”. E agora, o que se pode esperar do estado do tempo no nosso país para os próximos dias?
Bloqueio em ómega proporciona uma Europa de contrastes em relação ao estado do tempo
O padrão atmosférico que está a marcar este início de setembro muito curioso e frenético no Continente Europeu no que toca à meteorologia é conhecido como bloqueio em ómega.
No mapa animado abaixo é possível observar na perfeição como a disposição de uma crista anticiclónica em ómega, ladeada por duas depressões muito peculiares, uma a oeste de Portugal continental (fusão do “ex-furacão Franklin” com a gota fria) e outra situada sobre o Mar Jónico e responsável pela chuva torrencial na Grécia está a provocar uma situação meteorológica de contrastes à escala continental.
Isto porque debaixo da área afeta às altas pressões - onde está situada a dita crista anticiclónica em ómega - estão localizados os restantes países europeus que estão a registar um calor invulgarmente intenso para a época do ano e sem grandes situações de chuva em perspetiva. Neste momento, poucos países europeus estão a ser tão regados como Grécia, Portugal e Espanha.
Que tempo se prevê para os próximos dias em Portugal? Eis o que nos contam os mapas
De acordo com o modelo da nossa maior confiança (ECMWF), entre as restantes horas desta terça (5) e ao longo do dia de quarta (6) prevê-se que a perturbação que nasceu do Efeito Fujiwhara se mantenha relativamente estacionada ao largo da costa oeste da de Portugal continental e Galiza, apesar da sua lenta rotação para norte, Atlântico acima. Para a generalidade da geografia do Continente, quarta (6) será um dia de céu nublado ou muito nublado, ainda que com possibilidade de abertas - especialmente no interior Norte.
Não se descarta a ocorrência de chuviscos ou aguaceiros fracos a norte do Tejo. Prevê-se uma pequena subida da temperatura máxima nas regiões do interior (28 ºC em Bragança, Castelo Branco e Portalegre), e uma manutenção ou suave descida dos valores de máxima nas regiões do litoral, podendo nalguns casos também subir ligeiramente (Viana do Castelo 21 ºC, Porto 24 ºC e Lisboa 25 ºC). O vento soprará fraco a moderado do quadrante Sul, permanecendo relativamente vigoroso em relação ao dia de hoje, apesar da provável diminuição significativa da sua intensidade.
Para quinta (6) são esperados novamente períodos de céu muito nublado, com aguaceiros a surgirem pelo Norte e Centro do país, sobretudo ao longo da tarde. No interior poderão ser localmente fortes e por vezes acompanhados de trovoada e granizo. Saliente-se que as regiões com olivais e vinhas e outras culturas agrícolas poderão estar novamente ameaçadas pela precipitação de carácter convectivo na próxima quinta (6). O vento continuará a soprar fraco a moderado do quadrante Sul, por vezes forte, em particular nas terras altas do Minho. Ainda para as regiões do interior, prevê-se uma ligeira subida da temperatura máxima.
E para o fim de semana?
A incerteza na previsão aumenta com a distância temporal, pelo que, para o fim de semana ainda não é possível adiantar um cenário concreto em relação ao estado do tempo. Mas, segundo o modelo Europeu, a nova depressão (ou perturbação atlântica, que também está a ser monitorizada pelo NHC - Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos) poderá descer para sul após uma breve incursão para latitudes mais setentrionais e, ao fazê-lo, poderá organizar-se com mais robustez, aproximando-se da Península Ibérica.
Muita atenção com este cenário pois embora se trate de uma possibilidade, não está de todo confirmado. Todavia, caso se concretize, teríamos, entre sexta (8) e segunda (11) uma reativação da instabilidade em Portugal continental, com aguaceiros de intensidades variadas, trovoadas e granizo - sobretudo nas regiões do interior - e uma descida das temperaturas que se produziria a partir da faixa costeira ocidental, exposta ao Atlântico. Na Meteored continuaremos atentos à evolução desta situação meteorológica. Mantenha-se atento(a) às próximas previsões do tempo em Portugal!