Tempo na segunda quinzena de março em Portugal: comboio de chuva e tempestades atlânticas não pára. Laurence é a próxima

Segundo os mapas de referência da Meteored, o padrão meteorológico para a segunda quinzena de março em Portugal continuará a ser marcado por um "comboio" de tempestades atlânticas. Laurence será a próxima. Saiba a previsão completa!

chuva março
Os primeiros dias da segunda quinzena de março em Portugal serão condicionados pela passagem da tempestade Laurence. Irá este mês manter-se chuvoso e instável até ao final? Descubra abaixo.

Como todos sabemos, a primeira quinzena de março em Portugal foi muito húmida e instável graças aos vários temporais de chuva abundante, vento forte e agitação marítima agreste que se foram sucedendo. Primeiro chegou uma gota fria, seguida das tempestades Jana e Konrad.

Algumas das frentes frias associadas a estas depressões tiveram ainda um elemento extra que reforçou a precipitação: os rios atmosféricos. De uma forma ou outra, tanto o Continente, como os Arquipélagos dos Açores e da Madeira, registaram uma primeira metade do terceiro mês do ano, geralmente chuvosa.

Muita gente já questiona quando irá a chuva parar. De acordo com os mapas de referência da Meteored, tudo indica que o “comboio” de tempestades atlânticas não terá parança tão cedo.

tempestade Laurence
Neste mapa da próxima segunda-feira, 17 de março às 14:00, observa-se o centro da depressão Laurence (998 hPa) situado a oeste de Portugal continental e uma vasta faixa de precipitação a cair sobre quase todo o território.

Apesar de estes últimos dias terem sido relativamente estáveis no Continente (especialmente na Região Norte, já que no Centro e Sul houve períodos de chuva ou aguaceiros ocasionais), na próxima segunda-feira, 17 de março, será assinalado o regresso das tempestades atlânticas à geografia de Portugal continental com a depressão Laurence.

Esta mesma tempestade estará nos dias anteriores - sábado, 15 e domingo, 16 - a produzir condições meteorológicas adversas nos Açores e na Madeira, tendo já sido emitidos avisos amarelo e laranja de vento, agitação marítima e precipitação.

Anomalias de temperatura muito distintas conforme a unidade territorial

Segundo o modelo de confiança da Meteored (ECMWF) a próxima semana (17 a 24 de março) será marcada por anomalias de temperatura completamente distintas, conforme a unidade territorial.

Em Portugal continental a anomalia térmica será positiva, isto é, preveem-se temperaturas ligeiramente mais quentes do que o normal (+1 ºC), exceto nalgumas zonas da metade oriental do país, tais como o Nordeste Transmontano, Região das Beiras e Serra da Estrela e uma pequena parte do Sotavento Algarvio. Nas referidas regiões não se detetam anomalias significativas.

No arquipélago dos Açores estão previstas temperaturas ligeiramente mais frias do que o normal (anomalia negativa de -1 ºC). No arquipélago da Madeira não se vislumbram desvios da temperatura em relação aos valores médios de referência.

anomalia de temperatura
Prevê-se que a semana de 17 a 24 de março seja ligeiramente mais quente do que o normal em grande parte da geografia de Portugal continental, mas um pouco mais fria do que o habitual nos Açores.

Para a última semana de março (dias 24 a 31) a incerteza na previsão das temperaturas aumenta significativamente devido à distância temporal. Porém, os atuais mapas de tendência da temperatura indicam a ausência de anomalias estatisticamente significativas em quase toda a geografia portuguesa, tanto continental, como insular: de momento, isto é corroborado pelas áreas manchadas a branco no mapa de anomalias.

No entanto, vislumbram-se exceções: uma pequena zona do Alentejo - que corresponde parcialmente aos distritos de Évora e Beja - poderia registar temperaturas um pouco mais frias do que o normal (anomalia negativa até -1 ºC).

Tudo indica que a chuva vai continuar a cair em abundância até ao final de março

De acordo com a atual tendência dos mapas de anomalia de precipitação, as próximas semanas continuarão a ser muito húmidas e instáveis em Portugal, sobretudo na unidade territorial do Continente.

Prevê-se muito mais chuva do que o normal de norte a sul da geografia continental na semana de 17 a 24 de março. As anomalias revelam entre 30 a 60 mm de precipitação acima da média climatológica de referência em todo o país. Espera-se que esse valor seja ainda mais acentuado na Beira Baixa (distrito de Castelo Branco - anomalia positiva de 60 a 90 mm).

A possível continuidade de um padrão húmido e instável parece indicar a elevada probabilidade de chegada de mais tempestades atlânticas a Portugal continental e Regiões Autónomas dos Açores e Madeira. Algumas terão mais impacto do que outras e poderão receber nome.

Em grande parte das geografias insulares a tendência será a mesma: níveis de pluviosidade superiores à média, embora com anomalias mais moderadas. Mas estimam-se exceções, já lá vamos. Para o da Madeira prevê-se uma anomalia positiva de 10 a 30 mm.

Para o dos Açores perspetiva-se até 10 mm acima do normal nas ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira e Graciosa; sem anomalias detetáveis nas ilhas do Faial, Pico e São Jorge e, por fim, tempo bem mais seco do que o habitual no Grupo Ocidental (anomalia negativa de -10 a -30 mm).

anomalia de precipitação
Espera-se chuva abundante de norte a sul de Portugal continental na terceira semana de março.

Para a última semana de março (dias 24 a 31) a incerteza aumenta de maneira considerável, pelo que a probabilidade da previsão falhar é significativamente maior. Todavia, os atuais mapas de tendência revelam a possibilidade de precipitação ligeiramente superior ao normal para a época do ano nas regiões situadas a norte do rio Tejo, mas também no Alto Alentejo (distrito de Portalegre).

Para o resto da geografia continental, no arquipélago da Madeira e no Grupo Oriental dos Açores não se observam desvios da chuva em relação aos valores médios de referência. Por fim, para os Grupos Central e Ocidental dos Açores, há perspetiva de precipitação inferior à média (anomalia negativa de 0 a -10 mm).