Tempo esta semana em Portugal: do calor excessivo ao risco de aguaceiros, chuva e trovoada
Primeiros dias de maio com calor excessivo. Mas, à medida que a semana for decorrendo, espera-se instabilidade atmosférica sob a forma de aguaceiros, chuva e trovoada. Saiba aqui onde e quando poderá chover em Portugal.
Acabou abril e iniciou maio, o último mês da primavera climatológica e aquele que ainda poderá ser o período mitigador de uma seca que já se alastra vertiginosamente pelo território de Portugal continental.
Toda a gente está “de olho no céu” para ver se em maio de 2023 ocorrerão as típicas trovoadas desta época do ano, e se a precipitação será suficiente para o que o país necessita para enfrentar a época estival.
As albufeiras apresentam níveis relativamente “saudáveis” de armazenamento de água, mas a humidade do solo está reduzidíssima em toda a nossa geografia, exceto nos distritos minhotos (Viana do Castelo e Braga).
Primeiros dias de maio com calor excessivo e precipitação dispersa
Segunda-feira (1) de tempo estável, maioritariamente soalheiro apesar da presença de nuvens altas. Houve nevoeiro matinal nalguns pontos do litoral de Portugal continental. O vento continuou a soprar de Noroeste com alguma intensidade. A temperatura ascendeu, com valores de máxima a rondar os 32/34 ºC em pontos austrais do interior do território, tais como o Vale do Guadiana.
Para amanhã – terça-feira, 2 de maio – uma nova massa de ar quente, associada a um anticiclone em crista, provocará uma nova subida da temperatura, praticamente generalizada na nossa geografia, sendo bastante pronunciada na Região Norte.
Em várias capitais distritais – tais como Coimbra, Santarém e Évora prevê-se 33 ºC / 34 ºC (localmente 35/36 ºC), e, novamente espera-se cerca de 5 ºC a 10 ºC acima da média em quase todo o país. Não se prevê precipitação, mas haverá alguma nebulosidade, particularmente ao final do dia no litoral Norte.
Na quarta-feira (3) ocorrerão alterações no estado do tempo, procedentes do Atlântico. Uma frente de fraca atividade despejará alguma chuva, possivelmente com alguma atividade elétrica ocasional (trovoada), primeiro pelo Minho, expandindo-se depois para sul em direção ao Porto, Aveiro e possivelmente Coimbra, mas também para leste em direção ao Douro, Tâmega e Nordeste Transmontano. Do rio Mondego para sul predominará o tempo estável e parcialmente nublado, com céu a poder limpar mais ao final do dia.
A temperatura descerá de norte a sul de Portugal continental. Mesmo assim, a cidade de Évora alcançará os 30 ºC. O vento passará a soprar forte de Sudoeste, algo inevitavelmente conectado à passagem da mencionada frente que provocará instabilidade atmosférica sob a forma de precipitação.
A partir de quarta valores térmicos mais normais para a altura do ano
Na quinta-feira (4) prevê-se descida da temperatura em quase todo o país - exceto em pontos do Baixo Alentejo e Algarve onde subirá ligeiramente – graças à deslocação da massa de ar quente em direção a leste, para o Mediterrâneo. Espera-se novamente a queda de precipitação irregular e dispersa por Portugal, possivelmente abrangendo mais porções do nosso território. O fluxo de Oeste/Sudoeste será particularmente intenso na faixa costeira ocidental entre Viana do Castelo e Leiria.
Na sexta (5) tudo indica que a temperatura sofrerá poucas oscilações. Uma frente despejará mais chuva, mas provavelmente apenas no Minho em pontos do distrito do Porto. No resto do território, nuvens ou céu pouco nublado e bons períodos de sol. Vento soprará de direções variáveis, mas com predominância de Oeste.
Depressão na reta final da semana poderá trazer chuva ou aguaceiros, trovoada e granizo
À entrada para o fim de semana será preciso acompanhar atentamente o panorama meteorológico. O nosso modelo de referência prevê, à data de hoje, a passagem de uma depressão sobre a Península, de oeste para leste, que provocaria uma descida da temperatura, chuva e possibilidade de trovoada. A precipitação poderá ser localmente forte, acompanhada de granizo e com fortes rajadas de vento.
Ainda assim, um grau de incerteza muito elevado persiste em relação a esta depressão: por um lado, há mapas que não a desenham tão a sul, outros não excluem a possibilidade de se separar do jato polar. Em suma, ainda existe incerteza e os modelos projetam vários cenários. Embora estas perturbações não resolvam a seca nas regiões mais afetadas, aliviam-na localmente.