Tempo esta semana: chuva, vento e trovoada a caminho de Portugal

Para a primeira metade da semana, ou seja, pelo menos até à primeira metade de quarta-feira (22), vai imperar um panorama meteorológico estável e soalheiro, resultado do posicionamento do anticiclone dos Açores, situado a oeste de Portugal continental. Além disso, o vento Norte voltou a impor-se e as temperaturas continuam relativamente amenas.

Contudo, a probabilidade do ambiente calmo - atmosfericamente falando - estar prestes a mudar é cada vez mais elevada devido à chegada de uma depressão isolada em altitude que trará nova dose de precipitação e trovoada ao nosso país. Desta vez, porém, a tempestade possui um movimento retrógrado. O que significa isto e que implicações terá?

A “calma” antes da tempestade

Hoje e terça-feira serão dias estáveis e maioritariamente soalheiros, isto é, marcados pelo predomínio de céu limpo, algum vento de Norte moderado, por vezes forte, especialmente durante o período da tarde. No interior soprará de Nordeste. 

Quanto às temperaturas, para terça-feira, prevê-se uma subida ligeira das máximas no litoral, ao passo que no interior, se registará uma ligeira descida, tanto das máximas como das mínimas. Os termómetros assinalarão máxima de 24 ºC no Porto, de 26 ºC em Lisboa e em Faro, de 18 ºC na Guarda e 23 ºC em Portalegre.

Alguma incerteza a partir de quarta-feira

De acordo com a última saída do modelo ECMWF, o nosso modelo de maior confiança antecipa que, à medida que a depressão em altitude se isolar totalmente do cavado original (posicionado sobre França e outros países europeus) e se arrastar para a Península Ibérica, a nebulosidade e a precipitação, bem como a atividade elétrica (trovoadas) e queda de granizo expandir-se-ão para outras áreas.

A trajetória desta depressão, desde o momento inicial em que se isolar, será desde o Noroeste de Espanha até ao Oeste/Sudoeste de Portugal continental, podendo chegar a outros pontos. Em princípio, na tarde de quarta-feira os primeiros sinais da instabilidade atmosférica chegariam ao Alentejo e Algarve, mas também a pontos da Beira Litoral (Leiria) ou Beira Baixa (Castelo Branco). Mas, é a partir de quinta-feira que a situação ganharia contornos mais expressivos, de forma quase generalizada, em Portugal.

Todo o país poderia estar sob a influência desta depressão, sendo importante realçar que naturalmente, fruto das características deste tipo de tempestades, algumas áreas serão mais atingidas que outras.

Existe a possibilidade do temporal persistir até sábado

Um pormenor importante desta situação é que poderá continuar até sábado (25), dependendo do posicionamento da depressão isolada em altitude. Isto porque o movimento dela é retrógrado, ou seja, de este para oeste, diferentemente dos sistemas que se deslocam nas nossas latitudes, no seio da circulação das latitudes médias. 

Este movimento mais anómalo e errático dificulta imenso a sua previsão, não obstante, parece que na segunda metade da semana a precipitação, por vezes acompanhada de trovoada, pode afetar mais áreas como consequência desta deslocação.

Para sexta-feira e sábado, a incerteza ainda é bastante razoável, mas de momento, os modelos projetam que a instabilidade sob a forma de aguaceiros/períodos de chuva e trovoada vai persistir nesses dias, embora sob influência dos ventos de Sul e Este, e não de Norte, como nos dias anteriores. No sábado, a depressão já estaria mais concentrada no Centro-Norte do país, ao invés dos dias anteriores.

Outro aspeto a realçar é que, devido ao aumento da nebulosidade, as oscilações térmicas diárias serão menores. As temperaturas noturnas terão tendência para subir, enquanto que os valores diurnos vão diminuir significativamente, sendo algo que se aplicará praticamente a toda a geografia luso-continental.