Tempo em Portugal: o domínio das altas pressões será breve, prevê-se chuva e outros impactos nestas regiões

Após a passagem da depressão Monica, as condições meteorológicas em Portugal continental vão estabilizar, mas não por muito tempo. A chegada do ar subtropical e da chuva provocarão impactos nestas regiões. Saiba mais na previsão.

Após a depressão Monica e as suas frentes associadas, o estado do tempo em Portugal continental ficará gradualmente mais estável a partir do início da tarde de segunda (11). No entanto, o panorama de estabilidade, proporcionado por um frágil anticiclone em crista que se estabelecerá entre segunda (11) e terça-feira (12), será “sol de pouca dura”.

Uma pequena gota fria (ou depressão isolada em altitude) circulará a sul do Algarve na quarta-feira (13) gerando aguaceiros (e possivelmente trovoadas isoladas) no distrito de Faro e em vastas zonas do Alentejo, ainda que apenas durante algumas horas. No resto do país imperará céu pouco nublado ou limpo.

Depois da passagem da referida depressão isolada em altitude, a instabilidade meteorológica não demorará muito até voltar a fazer-se sentir na nossa geografia. Assim, para quinta-feira (14) prevê-se o aparecimento de uma frente que regaria sobretudo as Regiões Norte e Centro. A precipitação e a nebulosidade deverão ficar maioritariamente retidas a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela por causa do efeito exercido pela orografia.

Esta variabilidade repentina e constante que se começa a verificar entre estados do tempo chuvosos e soalheiros é apanágio da entrada numa situação mais primaveril.

A troposfera é dinâmica, com centros de ação muito móveis e que não persistem muito no tempo. Por conseguinte, o tempo desta semana será variável, com uma grande variedade de fenómenos meteorológicos. Na segunda-feira (11) ainda haverá vestígios da depressão Monica e um fluxo marítimo de norte que produzirá precipitação até ao início da tarde, mais provável e frequente nas zonas do litoral, sobretudo nas do Norte e Centro.

A chuva será mais abundante nas regiões a norte de Montejunto-Estrela

De acordo com as últimas previsões do nosso modelo de referência (ECMWF), a próxima semana será mais chuvosa e húmida do que o habitual para esta época do ano no Norte, Centro, Área Metropolitana de Lisboa e algumas outras zonas a sul do Tejo. Estima-se o mesmo cenário para o Arquipélago dos Açores e para a ilha da Madeira. Já em grande parte do Alentejo e no Algarve prevêem-se níveis de precipitação enquadrados com a normal climatológica de referência.

previsão do tempo chuva Portugal
As zonas a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela são as que vão registar mais precipitação ao longo da próxima semana.

Até ao final do dia de sexta-feira - 15 de março - poderão acumular-se entre 25 e 40 mm de pluviosidade no Minho (Viana do Castelo, Braga), Douro Litoral (Porto), Regiões de Aveiro, Coimbra e Leiria e Cordilheira Central. No resto do país, a chuva será consideravelmente mais fraca e dispersa, sendo que quanto mais para sul e para leste, mais escassa será a acumulação (entre 0 e 10 mm apenas).

Semana iniciará com grande amplitude térmica e depois o calor ganha terreno

A semana será amena a quente em grande parte da geografia de Portugal continental, com exceção de algumas zonas do interior Norte e Centro - nomeadamente a Beira Alta - onde o ambiente se viverá fresco. Ainda assim, globalmente, preveem-se temperaturas até 3 ºC acima da média. A anomalia térmica positiva será acentuada e isso será notório principalmente no período diurno.

Entre terça e quarta-feira (13), o termómetro registará regra geral, entre 17 e 19 ºC. Mas o tempo irá continuar a aquecer devido ao predomínio de um fluxo zonal subtropical a partir de quarta (13). Assim, ao longo da segunda metade da semana, prevê-se que as temperaturas máximas igualem ou ultrapassem os 20 ºC em várias regiões (especialmente as centrais e meridionais), embora na quinta (15) se espere uma pequena descida das máximas e uma subida das mínimas.

subida das temperaturas Portugal
Na próxima sexta-feira, dia 15, o termómetro "trepará" até aos 22/23 ºC em vastas zonas do país, com destaque para aquelas situadas a sul do Tejo.

Sexta-feira, 15 de março, será o dia mais quente da próxima semana em termos de área geográfica abrangida - sem contar com o fim de semana que ainda não está incluído nesta previsão - dado que se preveem temperaturas superiores a 20 ºC no Alentejo, Algarve, Ribatejo, vastas regiões e sub-regiões do Centro com destaque para a de Coimbra, bem como zonas do interior Norte. No litoral Norte as máximas ficarão quase nos 20 ºC. Localmente não se exclui a possibilidade de algumas localidades do Baixo Alentejo atingirem 25 ºC.

Grande amplitude térmica até quarta-feira (13), noites menos frias a partir daí

Graças à pequena crista de altas pressões, as noites dos próximos dias serão estáveis e serenas, mas também bastante frias. A fraca turbulência atmosférica, combinada com temperaturas do ar próximas a 0 ºC contribuirão para a formação de gelo e geada nalguns locais do interior Norte e Centro. O acentuado arrefecimento noturno será proporcionado pela estabilidade atmosférica e pela ausência de radiação solar e por um fraco movimento do ar (vento de leste pouco intenso).

As temperaturas mínimas relativamente baixas - entre 0 e 9 ºC - durarão até quarta-feira (13) em quase toda a geografia de Portugal continental, exceto no Algarve onde os valores serão superiores aos 10 ºC. A partir desse dia, com a chegada do ar subtropical, haverá uma amplitude térmica diária consideravelmente menor, pelo que não notaremos um arrefecimento tão drástico entre o período diurno e o período noturno.

Outros efeitos: atenção ao degelo que poderá contribuir para um aumento do caudal dos rios

Ao longo dos próximos dias, o aumento gradual das temperaturas máximas provocará um rápido derretimento do gelo e da neve que caiu recentemente nas serras e montanhas do nosso país. Já em estado líquido, a água escorrerá superficialmente e em abundância para os cursos de água, o que contribuirá para o risco de transbordamento de rios e para a possibilidade de inundações localizadas. O ar subtropical ameno que chegará na quarta-feira (13) também poderá agravar os riscos referidos.