Tempo em Portugal no fim de semana: após a gota fria, virá um vale depressionário e haverá aguaceiros nestes distritos
Segunda metade da semana em Portugal continental com instabilidade atmosférica provocada por uma gota fria. Agora, todos os olhos estão postos no fim de semana, período em que muita gente descansa ou faz atividades ao ar livre. Eis as regiões onde será mais provável chover.
Desde a tarde de ontem - quarta-feira, 26 de junho - que o interior Norte começou a ‘ser alvo’ do reflexo à superfície da depressão isolada com expressão em altitude vaticinada há vários dias pela Meteored.
A influência deste pequeno centro de baixas pressões no estado do tempo em Portugal continental - também designado de gota fria - foi confirmada ontem oficialmente pelo IPMA aquando da ativação de avisos amarelos por risco moderado de precipitação e trovoada para as próximas 48 horas em toda a geografia do nosso país.
A atualização de hoje colocou alguns distritos sob aviso laranja por risco significativo de precipitação e trovoada na sexta-feira, dia 28, nomeadamente os de Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Guarda e Viseu.
Quinta e sexta com grandes trovoadas em Portugal, mas também com poeiras e possibilidade de chuva de lama
A previsão aponta para um gradual agravamento das condições meteorológicas ao longo desta tarde de quinta-feira, dia 27, estando o aviso amarelo ativo em 15 distritos, na sua maioria a ter início às 12:00 (todos situados a norte do Tejo). Entretanto o aviso amarelo foi oficialmente alargado a outros distritos a sul do Tejo, tais como Lisboa (início às 15:00) e Setúbal, Santarém e Portalegre (todos a partir das 18:00).
Nas primeiras horas da tarde de hoje espera-se que a gota fria afete uma boa parte do Norte e do Centro, destacando-se sobretudo o interior montanhoso dos distritos de Vila Real, Viseu e Coimbra. Mas as nuvens de tempestade também poderão crescer e descarregar em muitas outras zonas do Norte e Centro. E, claro está, pelo potencial de imprevisibilidade inerente às gotas frias, sempre capazes de surpreender na localização onde deixam maior torrencialidade, e no carácter súbito da precipitação convectiva intensa que pode gerar inundações rápidas.
Nas horas subsequentes - a partir das 19:00 aproximadamente - o seu raio de influência será mais a sul, abrangendo primeiro distritos situados no interior da Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja, e mais tarde, já nas últimas horas da noite de hoje, afetando distritos mais próximos ao litoral - Santarém, Leiria, Lisboa e Setúbal.
Tanto hoje, como amanhã - 28 de junho - o vento soprará geralmente fraco a moderado do quadrante oeste. Mas os altos e baixos térmicos vão manter-se. Hoje as temperaturas máximas voltam a subir (em quase todas as regiões) e amanhã deverão registar uma descida praticamente generalizada.
Os aguaceiros e trovoadas, frequentes e concentradas, com risco de granizo e rajadas convectivas começarão inicialmente (primeira metade de sexta-feira, dia 28) em zonas do Litoral Oeste (Lisboa, Leiria) e da Beira Baixa (Castelo Branco), subindo depois em latitude até zonas da Região Centro (Aveiro, Viseu, Guarda, Coimbra) e inclusive do Litoral Norte (Porto). Será pouco generalizada, mas bastante intensa nos locais em que ocorrer. Haverá risco de inundações rápidas e localizadas, especialmente em zonas historicamente vulneráveis.
Durante a tarde de sexta (28) a precipitação convectiva será mais generalizada, frequente e concentrada no Norte e Centro do Continente (geralmente a norte do Tejo), estando os períodos mais intensos previstos para o interior dessas regiões. Por vezes, ao longo da tarde, poderão ocorrer aguaceiros convectivos mais isolados em zonas do interior alentejano ou do distrito de Faro.
Fim de semana sem gota fria, mas com alguma instabilidade gerada por um pequeno vale depressionário
A partir de sábado (29) a gota fria deixará de condicionar de maneira tão decisiva o tempo no Continente ao rumar a nordeste e passando a influenciar zonas de Espanha e França.
Porém, ainda restarão alguns vestígios de instabilidade que se vão traduzir em céu geralmente muito nublado - parcialmente devido às poeiras saarianas que manter-se-ão em suspensão até ao meio-dia desse mesmo dia - e em aguaceiros, mais intensos nas Regiões Norte e Centro e mais prováveis e frequentes nas zonas montanhosas do interior, salientando-se a Barreira de Condensação e o Nordeste Transmontano.
Em princípio já não haverá risco de atividade elétrica, mas ainda se vislumbra a possibilidade de “chuva de lama” por causa da presença das poeiras, que coincidirá precisamente com a altura em que os aguaceiros serão mais frequentes. O vento passará a soprar de Nor-Noroeste e as temperaturas voltarão a descer.
Já para domingo (30), último dia do mês de junho, preveem-se períodos de céu muito nublado, sobretudo de manhã, exceto em locais da Beira Baixa, Alentejo e Algarve onde a nebulosidade não será tão notória.
De acordo com os mapas do nosso modelo de referência, haverá nevoeiro matinal em certos pontos do Norte e do Centro e períodos de chuva fraca e chuvisco, mais prováveis entre as 12:00 e as 19:00 nas regiões a norte do Mondego, e em particular nas zonas montanhosas do interior Norte e Centro devido à chegada de um vale depressionário procedente do Atlântico. Tampouco se descarta a ocorrência de trovoadas dispersas no nordeste de Portugal continental, mas esse cenário ainda está pouco claro de momento.
A sul do Mondego a nebulosidade diminuirá ao longo da tarde, com o céu a tornar-se pouco nublado ou limpo. O vento aumentará de intensidade na jornada dominical e, embora sopre geralmente fraco a moderado de nor-noroeste, ao longo da tarde poderá soprar forte nas terras altas do Centro e Sul. Com o afastamento definitivo da gota fria da nossa geografia, as temperaturas terão tendência a recuperar, estimando-se uma ligeira subida das temperaturas máximas no próximo domingo (30), sobretudo no Centro-Sul de Portugal continental.