Tempo em Portugal na próxima semana: será que ainda vai chover antes do final de 2023?
Apesar do forte domínio do anticiclone, há mapas que começam a sugerir indícios de uma mudança no estado do tempo no nosso país na última semana do ano de 2023. Saiba em que regiões de Portugal poderá chover.
Ao longo dos próximos dias, incluindo os de Natal, o anticiclone continuará a influenciar decisivamente as condições meteorológicas em Portugal continental. A atmosfera manter-se-á estável e bastante seca, com ausência de nebulosidade.
Exceção feita a algumas regiões do interior Norte e Centro onde se espera nevoeiro localmente denso e persistente (Aviso Amarelo e/ou Laranja em vigor para os distritos de Vila Real, Bragança, Viseu e Guarda), que continuará a formar-se nalguns vales de rios, locais abrigados e planaltos.
Deste modo, para os próximos dias, não está prevista precipitação significativa em nenhum local da geografia do Continente. Pelo contrário, na geografia insular, tanto no Arquipélago da Madeira como no Arquipélago dos Açores prevê-se ocorrência de precipitação.
No território madeirense o tempo apresentar-se-á variável, com aguaceiros fracos e pouco frequentes (possivelmente acompanhados de trovoada no dia 24) devido à proximidade de uma gota fria que está neste momento a ter um impacto brutal no arquipélago espanhol e vizinho das Canárias, situado a sul da Madeira.
Nos Açores, entre os dias 24 e 26, a passagem de uma superfície frontal fria com ondulações provocará precipitação nos três Grupos de ilhas, para além dos ventos com intensidades e direções variáveis.
Apesar de não se vislumbrar precipitação no curto prazo em Portugal continental, o anticiclone e a crista que o suporta vão enfraquecer gradualmente à medida que a próxima semana for decorrendo. Com este panorama, a corrente de jato poderá começar a descer em latitude e, com ela, as depressões que se formam no Atlântico Norte.
Deste modo, de acordo com os principais modelos meteorológicos de previsão, entre eles aquele em que mais confiamos (ECMWF), projetam uma mudança no estado do tempo a partir da próxima quarta-feira, 27 de dezembro.
2023 pode despedir-se com chuva e até mesmo neve
Assim, as primeiras frentes atlânticas poderão aproximar-se de Portugal continental (Minho, Douro Litoral e outras zonas a oeste da Barreira de Condensação), provocando uma mudança generalizada da situação meteorológica em grande parte do nosso país. Tendo isto em conta, existe a possibilidade de que, na reta final de 2023, testemunhemos um episódio significativo de precipitação, embora com acumulações pluviométricas diferenciadas entre as várias regiões que constituem a geografia do Continente.
Neste cenário, a precipitação poderá ser persistente e até mesmo intensa não só em vários pontos do Noroeste, como Minho e Douro Litoral, mas também no resto da Região Norte e em boa parte da Região Centro. As zonas montanhosas registarão mais precipitação e nebulosidade, que será menos abundante nas zonas mais planas.
Tampouco se exclui a possibilidade de queda de neve que poderá surgir em zonas de montanha a altitudes muito variáveis que oscilarão com a passagem das frentes. As serras e planaltos do extremo Norte do país, bem como a Cordilheira Central poderiam acumular quantidades interessantes de neve.
No entanto, faltam ainda demasiados dias para conhecer as especificidades deste cenário. Para já, só é possível afirmar que é muito provável um cenário com fluxo de oeste, em que várias frentes atlânticas poderão atingir Portugal continental a partir do dia 27, deixando precipitação.
Embora este tipo de situação deixe mais chuva na vertente atlântica e neve apenas em altitudes mais elevadas, a incerteza é grande neste momento. Qualquer alteração em escalas mais pequenas pode condicionar de maneira decisiva o impacto deste episódio, bem como as suas consequências à escala local.
Irá a precipitação alcançar o Alentejo e o Algarve?
As regiões do Alentejo e do Algarve são, neste momento, as que ainda possuem alguns locais em seca meteorológica, pelo que a chegada de chuva a estas zonas do país constitui sempre uma boa notícia. Neste momento tudo aponta para que as frentes “varram” o nosso país de lés a lés, percorrendo-o numa trajetória de noroeste - desde o Minho - para sudeste, até ao Algarve, ajudadas pelos ventos de Sul e Oeste procedentes do Atlântico.
As frentes terão de exibir uma atividade suficientemente forte e organizada, de modo a conseguirem dobrar o sistema montanhoso Montejunto-Estrela e descarregarem chuva nas regiões mais meridionais de Portugal continental.