Tempo em Portugal esta semana: uma depressão carregada de ar polar trará chuva, neve e trovoadas a estas zonas
Nos próximos dias uma massa de ar frio entrará em Portugal continental, trazendo condições meteorológicas instáveis a quase toda a geografia. Prevê-se chuva, por vezes forte nalgumas regiões, potencialmente acompanhada de trovoada e granizo. A neve cairá nas principais serras e montanhas.
Esta segunda-feira (29) o tempo estabilizou de maneira considerável no território de Portugal continental. O céu esteve geralmente limpo de manhã, ficando gradualmente mais nublado com o decorrer das horas. Nalguns locais do interior é possível que certas nuvens tenham mesmo chegado a atingir o ponto de saturação, despejando aguaceiros ou chuviscos. O vento soprou maioritariamente de Noroeste, com intensidades variadas e verificou-se uma pequena subida das temperaturas máximas.
Quanto aos Açores, em todas as ilhas deste arquipélago verificou-se um panorama meteorológico semelhante, geralmente dominado por períodos de céu nublado, por vezes com algumas abertas. Na Madeira o estado do tempo foi variável, com algumas zonas da ilha com aguaceiros e abertas e outras zonas com nuvens dispersas e bons períodos de sol.
Mudança significativa de tempo ocorrerá em Portugal continental a partir do último dia de abril
Amanhã - terça-feira, 30 de abril - ocorrerá uma mudança significativa no estado do tempo. De acordo com o modelo de referência da Meteored, a entrada em cena de uma frente proveniente do Atlântico, associada a uma depressão situada a oeste das Ilhas Britânicas, resultará em períodos de chuva fraca a moderada ou aguaceiros, por vezes localmente intensos.
Inicialmente a precipitação terá mais impacto nas regiões do litoral - entre os distritos de Viana do Castelo e Setúbal - mas, durante o período da tarde deverá espalhar-se para leste e para sul do território, abrangendo praticamente toda a geografia do Continente.
De um modo geral, o vento soprará fraco a moderado do quadrante Sul, esperando-se que passe a soprar do quadrante Oeste a partir da tarde. Nas terras altas - especialmente nas da Região Centro - soprará forte no período vespertino. Além disto, estima-se uma pequena subida das temperaturas mínimas, tanto a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, como na Região Sul.
Vislumbra-se ainda a possibilidade de queda de neve nas serras do extremo Noroeste (Peneda, Amarela, Soajo e Gerês) acima dos 1200 metros de altitude entre as últimas horas de abril e as primeiras horas da madrugada de quarta-feira, 1 de maio e Dia do Trabalhador.
Maio vai arrancar com tempo instável: quando e onde haverá chuva, neve e trovoadas?
Na quarta-feira (1) - feriado no país inteiro - o céu estará muito nublado e prevê-se precipitação em grande parte do país. A deslocação da depressão situada a oeste das Ilhas Britânicas gerará novas linhas de instabilidade que se traduzirão em períodos de chuva ou aguaceiros de madrugada, manhã e até ao meio da tarde.
No Noroeste do Continente (Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Vila Real e Viseu) persistirão até ao início da noite. Ocasionalmente a precipitação poderá manifestar-se sob a forma de granizo, tanto no Norte como no Centro, podendo ser acompanhada de trovoada. A sul do Tejo, a precipitação será muito menos provável e frequente, pelo que a acumulação será bastante escassa ou residual.
Os ventos de Sudoeste prevalecerão esta semana nos Açores, soprando com alguma intensidade. Prevê-se precipitação entre terça-feira (30) e domingo (5). Na Madeira o vento soprará de direções variáveis e espera-se alguma precipitação entre hoje e quinta-feira (2).
Tal como referido anteriormente, prevê-se queda de neve nas primeiras horas da madrugada de quarta-feira (1) - possivelmente acima dos 1000/1200 metros de altitude - nas serras do extremo Noroeste. No resto do dia, em particular durante a tarde, a queda de neve poderá ser mais abrangente em termos geográficos, esperando-se a sua ocorrência noutras serras e montanhas do Norte e do Centro (além do Parque Nacional Peneda-Gerês, também a Cordilheira Central e Terra Fria Transmontana, sendo que nesta última poderá ser graupel ou granizo).
Na quinta-feira (2) estão previstos períodos de céu muito nublado e uma diminuição da frequência de aguaceiros. Apesar de se prever uma pequena subida da temperatura máxima, ainda ocorrerá queda de neve acima dos 1200 metros de altitude. O vento soprará fraco a moderado do quadrante Oeste e por vezes forte nas terras altas.
Temperaturas mais elevadas na final da semana, mas ainda se prevê chuva ou aguaceiros nalgumas regiões
Com a retirada da massa de ar frio para latitudes mais setentrionais entre quinta (2) e sexta-feira (3), é inevitável que se produza uma subida da temperatura do ar, dado que se abrirá espaço à chegada de uma massa de ar mais quente. As temperaturas máximas vão registar uma subida significativa no Centro-Sul de Portugal continental no dia 3 de maio, sendo que esse aumento térmico será bem mais contido na Região Norte.
Ainda para sexta-feira (3) prevê-se céu muito nublado no Norte e Centro, mas pouco nublado ou limpo no Sul. Haverá períodos de chuva nas regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, sendo mais provável, frequente e persistente nas regiões a oeste da Barreira de Condensação (Minho e Douro Litoral). O vento soprará fraco a moderado do quadrante Sul, podendo surgir pontualmente no litoral a norte do Cabo Carvoeiro e nas terras altas do Norte e do Centro.
Mais de 100 mm nalgumas zonas
Esta semana vai chover em praticamente todas as regiões, embora de uma maneira muito irregular, como é habitual em situações de aguaceiros e trovoadas. As acumulações pluviométricas mais abundantes estão previstas para o Noroeste de Portugal continental, onde em algumas zonas irão cair mais de 100 mm (praticamente todo o distrito de Viana do Castelo, zonas mais montanhosas do distrito de Braga e as zonas mais ocidentais do distrito de Vila Real).
O outro lado da moeda é esperado para as regiões a sul do Tejo - sobretudo Baixo Alentejo e ainda mais no Algarve - onde a precipitação não deverá ultrapassar os 3 mm. Como se pode observar no mapa, nalgumas zonas algarvias próximas ao mar, a chuva será praticamente inexistente ou muito residual. Quanto à neve acumulada, estima-se que a mesma seja pouco expressiva, pois no máximo rondará os 3 cm nas serras do Noroeste e na Cordilheira Central.