Tempo em Portugal esta semana: o jato polar vai trazer um ‘carrossel’ de frentes e haverá muita chuva nestas regiões

Ao longo desta semana a corrente de jato polar irá tornar-se mais forte na nossa latitude, dirigindo para Portugal continental várias depressões e as suas frentes associadas. Nalgumas zonas preveem-se mais de 50 mm de precipitação acumulada. Saiba mais na nossa previsão!

Esta segunda-feira, 18 de novembro, tem sido marcada por períodos de céu muito nublado em Portugal continental. Durante a tarde têm vindo a cair aguaceiros fracos e dispersos nalguns locais das Regiões Norte e Centro. Inicialmente a soprar de Leste, o vento rodou esta tarde para o quadrante Oeste. Há a registar também uma ligeira descida das temperaturas, mais notória no litoral Norte e Centro.

Ciclogénese no Golfo da Biscaia trará uma mudança radical de tempo a Portugal continental. Saiba em que regiões

Como referido nas últimas previsões da Meteored Portugal, o panorama meteorológico da primeira metade desta terceira semana de novembro será bastante calmo, proporcionado pela aproximação do anticiclone ao nosso país. Para terça-feira (19) prevê-se a possibilidade de aguaceiros fracos, especialmente no Sul do país, com distribuição mais provável no litoral alentejano (distritos de Setúbal e Beja) e Algarve (distrito de Faro).

Pela tarde de amanhã (19) poderão cair aguaceiros pontuais nalguns locais da Beira Baixa e Beira Alta (distritos de Castelo Branco e Guarda). Espera-se uma descida das temperaturas no Norte e Centro da nossa geografia, em particular das máximas.

A depressão vai nascer sob a corrente de jato polar e esta conduzi-la-á rapidamente para leste. Deste modo, a depressão não durará muito tempo.

A partir de amanhã - terça-feira (19) o jato polar ganhará velocidade e os ventos de oeste prevalecerão durante o resto da semana, o que significa que Portugal continental escapará à massa de ar polar que afetará uma grande parte da Europa. Na quarta-feira (20) desenvolver-se-á uma ciclogénese na parte setentrional do Golfo da Biscaia, na zona de contacto entre o ar polar e o ar subtropical, que será rapidamente conduzido para leste pelo jato polar.

O termo ciclogénese refere-se à criação ou formação de uma depressão ou tempestade na nossa latitude. Quando cava muito rapidamente num curto espaço de tempo, designa-se por ciclogénese explosiva.

A situação meteorológica mais instável está prevista entre quarta (20) e sexta-feira (22). Na quarta-feira (20) uma frente associada ao centro de baixas pressões produzirá períodos de chuva fraca ou aguaceiros a norte do Cabo Mondego, principalmente no litoral, mas também nalgumas zonas do interior Norte e Centro.

Os distritos a oeste da Barreira de Condensação são aqueles onde é expectável mais precipitação: Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Vila Real e Viseu. Porém, mais a sul, também poderá chover nalguns locais do distrito de Coimbra. Prevê-se um novo e ligeiro arrefecimento da temperatura no dia 20 de novembro.

Entre quinta (21) e sexta-feira (22) chegará uma nova frente, mais ativa, que deixará precipitação geralmente fraca, esperando-se que seja pontualmente moderada nas regiões do Minho (Viana do Castelo e Braga) e Douro Litoral (Porto).

Para os dias 21 e 22 de novembro prevê-se chuva a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, sendo englobados outros distritos do Norte (Bragança) e do Centro (Guarda, Castelo Branco, Leiria, Santarém e Lisboa), além daqueles em que já é habitual chover. Pontualmente poderá chover a sul deste acidente geográfico, nomeadamente no Alto Alentejo (Portalegre).

precipitação portugal
A precipitação será mais abundante no Noroeste de Portugal continental, mas pontualmente poderá chegar a outros locais mais a sul ou a leste.

Dificilmente haverá precipitação mais a sul do que isto, como já é habitual neste tipo de situações. As máximas não irão registar grandes oscilações, mas na quinta-feira (21) é expectável uma pequena subida das mínimas.

A depressão passará rapidamente, mas logo depois uma ciclogénese explosiva poderá formar-se no Atlântico

A passagem da depressão será vertiginosa e, nas primeiras horas da manhã de sexta-feira (22), o seu núcleo estará localizado sobre o Golfo de Génova. Entre a noite de quarta-feira (20) e as primeiras horas de sexta-feira (22), o vento deixará rajadas fortes nas terras altas do Norte e Centro (entre 40 e até 65 km/h), nomeadamente nas serras e montanhas do extremo Norte e da Região Centro (destaque para a Barreira de Condensação e Serra da Estrela) e ainda para a Serra de São Mamede no Alto Alentejo.

ciclogénese explosiva
O processo de ciclogénese explosiva poderá ser notável no oceano Atlântico. Os mapas revelam, de momento, uma pressão inferior a 950 hPa no seu núcleo.

Entre sexta (22) e sábado (23) uma depressão situada sobre o Atlântico cavará rapidamente, provavelmente de forma explosiva. O seu centro passará longe de Portugal, mas as suas frentes associadas chegarão ao nosso país, sobretudo ao Minho, Douro Litoral e distrito de Vila Real, enquanto a sul destas regiões surgirão pontualmente aguaceiros isolados ou nem sequer choverá. O vento passará a soprar de Sul ou Sudoeste e as temperaturas aumentarão de forma generalizada.

Nestas zonas o patamar dos 50 mm de precipitação acumulada será ultrapassado

O modelo de referência da Meteored revela que ao longo da semana poderão acumular-se mais de 50-60 mm de precipitação nas zonas mais montanhosas do Minho, enquanto noutras partes do Minho, na Barreira de Condensação (parte correspondente a alguns locais montanhosos dos distritos de Vila Real, Viseu, Aveiro e Porto) e ainda nalguns locais próximos à Serra da Estrela, na Beira Alta (distrito da Guarda) estão previstos entre 20 e 40 mm de chuva acumulada.

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A chuva será mais abundante na zona montanhosa do Minho, onde estão previstos mais de 50-60 mm de precipitação acumulada.

A sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela a precipitação acumulada dificilmente superará os 2 mm e se o fizer será de forma localizada. Nos distritos de Coimbra, Leiria e Lisboa serão registados valores reduzidos, mas ligeiramente superiores às regiões mais meridionais ou situadas no interior: estão previstos entre 5 e 10 mm de precipitação acumulada.