Tempo em Portugal esta semana: descida da temperatura seguida de rio atmosférico, chuva abundante e vento forte
A segunda metade desta semana será chuvosa em Portugal continental, com acumulações de precipitação volumosas em várias regiões. Também se espera algum frio, neve em pontos da Cordilheira Central, um rio atmosférico e ventos fortes de Sudoeste. Eis a previsão!
O primeiro fim de semana de dezembro em Portugal continental registou um estado do tempo mais típico de inverno por causa da chegada de ar polar, que trouxe um ambiente muito mais frio - sobretudo à noite - tendo sido registados aguaceiros de neve nos pontos mais elevados da Cordilheira Central (Serra da Estrela), bem como geadas nalgumas zonas do interior Norte e Centro.
Muita gente está atenta à previsão do tempo nos próximos dias, dado que vem aí outro fim de semana prolongado de dezembro. O Dia da Imaculada Conceição calha, este ano, a uma sexta-feira (8), pelo que imensa gente irá aproveitar a oportunidade para viajar.
Os próximos dias na nossa latitude serão marcados por uma corrente de jato polar ondulada que fará com que continuem a chegar ao nosso país frentes atlânticas muito ativas, com a circulação de tempestades muito cavadas em latitudes mais elevadas. Nalgumas regiões, como o Minho e o Douro Litoral, cujos solos já estão saturados, preveem-se quantidades abundantes de chuva.
Início da semana com alguma precipitação, descida das temperaturas e possível queda de neve
As primeiras horas da madrugada desta segunda (4) registaram a continuidade da precipitação de domingo (3) graças a uma frente que progrediu de noroeste para sudeste da geografia do Continente. Entretanto, o estado do tempo estabilizou dando origem a períodos nublados, por vezes com boas abertas, mas também existia a possibilidade de chuviscos ou aguaceiros pós-frontais - algo que chegou a ocorrer em alguns pontos do país durante a tarde de hoje. De um modo geral registou-se uma ligeira subida das temperaturas.
Para terça-feira (5) prevê-se uma gradual imposição das altas pressões o que resultará, geralmente, em tempo estável. No entanto, nem mesmo o anticiclone estará forte o suficiente para impedir a ocorrência de precipitação, principalmente nas Regiões Centro e Sul. Espera-se chuva ou aguaceiros nestas regiões graças à chegada de um centro de baixas pressões, que estará em deslocação e situado a Sul/Sudoeste do país, pelo que o Alentejo e o Algarve, regiões habitualmente pouco expostas à instabilidade meteorológica, deverão ser beneficiadas pela água da chuva.
Regra geral, prevê-se uma descida das temperaturas de norte a sul de Portugal continental, sobretudo das máximas. Espera-se a formação de gelo e/ou geada em vários pontos do interior Norte e Centro. Terça-feira, dia 5 será provavelmente o dia mais frio da semana. As mínimas deverão baixar até aos 0 ºC na Guarda e aos -2 ºC em Bragança. As máximas não irão além dos 7 ºC nestas duas capitais de distrito. Para o Porto estima-se máxima de 10 ºC e em Lisboa de 12 ºC.
Entre o final da tarde e as primeiras horas da noite de terça (5) poderá cair neve (ou aguaceiros de neve) em pontos das serras do extremo Norte e na Serra da Estrela.
Quarta-feira, um dia de transição e com chuva geralmente fraca
Para a primeira metade do dia de quarta-feira (6) deverão ocorrer períodos de chuva fraca ou aguaceiros nas Regiões Centro e Sul de Portugal continental. Será um dia de transição, apesar da provável chegada de uma frente atlântica que penetrará pelo Noroeste do nosso país ao final da tarde. Assim, espera-se precipitação localmente forte na Região Norte e especialmente nas zonas a oeste da Barreira de Condensação.
As temperaturas deverão registar um aumento em toda a geografia, sobretudo as máximas. Por exemplo, cidades como Portalegre, Évora e Beja poderão registar uma subida entre 4 ºC e 6 ºC no valor da máxima, de terça (5) para quarta (6).
Um rio atmosférico chega na quinta e reforçará a chuva
Entre quinta (7) e sexta-feira (8) o nosso país será afetado por um rio atmosférico que irá estender-se praticamente das Caraíbas, esperando-se, por isso, um grande aumento da precipitação em praticamente todo o país. A chuva será localmente forte e persistente no Minho, no Douro Litoral, em zonas montanhosas dos distritos de Aveiro e Viseu e em pontos da Cordilheira Central (distritos de Coimbra, Guarda e Castelo Branco).
Ainda assim, a precipitação alcançará todo o território de Portugal continental, chegando a regiões normalmente menos regadas - tais como as que se situam mais a sul, localizadas a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela - onde se prevê acumulações, geralmente, entre 15 e 35 mm num período de cerca de 24 horas (quinta-feira, 7 de dezembro). Todavia, o Sotavento Algarvio e a metade oriental do Baixo Alentejo (Beja) serão, muito provavelmente, as zonas do território com acumulações mais escassas (5-8 mm apenas).
A chegada deste fluxo de ar subtropical, muito húmido e quente, e à nebulosidade, provocará uma subida substancial das temperaturas mínimas. As temperaturas diurnas também vão aumentar, sobretudo nas regiões Norte e Centro de Portugal continental. Temporariamente poderá ocorrer nevoeiro ou neblina. A incerteza na previsão mantém-se elevada, mas, de momento, os modelos projetam a possível chegada de mais frentes ao longo do próximo fim de semana, com as acumulações mais volumosas a expressarem-se territorialmente no Minho (Viana do Castelo e Braga) e Douro Litoral (Porto).
Acumulações até 150 mm e riscos associados
Esta semana, a precipitação será abundante no Minho, sobretudo em Viana do Castelo, onde se preveem acumulações entre 100 e 150 mm em praticamente todo o distrito. Estimam-se acumulações entre 75 e 100 mm no distrito de Braga e ligeiramente superiores a 100 em pontos montanhosos das Regiões de Aveiro e Coimbra.
No distrito do Porto, na metade ocidental dos distritos de Vila Real, em pontos do distrito de Aveiro, da Cordilheira Central e de serras do extremo Norte esperam-se acumulações a variar entre 50 e 100 mm (nalguns pontos um pouco mais do que 100 mm).
Muita cautela para estas zonas: aqui, o solo já está muito saturado por causa da chuva das últimas semanas e não se exclui o risco de inundações em áreas historicamente vulneráveis ou até mesmo o transbordamento de alguns rios.
No resto do território do Continente a precipitação acumulada poderá variar entre 5 mm - valores bastante modestos previstos para o interior do Baixo Alentejo e no Sotavento Algarvio, e 40 mm, na maioria dos locais a sul do rio Tejo. E entre 20 e 60 mm numa significativa porção da Região Centro, a norte do Tejo.