Tempo em Portugal esta semana: confirma-se a chegada das depressões que trarão muita chuva, neve e frio
Ao longo desta semana, a formação de um bloqueio anticiclónico escandinavo permitirá a aproximação de depressões a Portugal continental, esperando-se chuva generalizada e queda de neve, novamente significativa em várias serras.
Os últimos dias têm sido frutíferos em chuva, vento, queda de neve e alguma oscilação nas temperaturas, que agora estão mais frias e mais dentro daquilo que é o normal da estação do inverno, apesar de, curiosamente, a primavera climatológica já ter iniciado na passada sexta-feira, 1 de março.
Nesta semana de 4 a 10 de março a situação sinóptica será condicionada pelo estabelecimento de um bloqueio anticiclónico na Escandinávia. Isto será favorável à aproximação de depressões do território de Portugal continental, e, consequentemente, à ocorrência de chuva muito abundante em várias regiões e queda de neve significativa nas principais zonas de montanha do país.
Arranque da semana com alguma chuva e grande amplitude térmica
Esta segunda-feira (4) está a ser caracterizada pelo aumento de nebulosidade e queda de precipitação geradas pela chegada de uma frente atlântica. A chuva tem sido mais intensa e frequente na Região Norte, mas deverá chegar - ainda que de forma suave e dispersa às restantes regiões da geografia do Continente.
Desde o período matinal que tem caído neve nos pontos mais elevados da Serra da Estrela, com a cota a descer gradualmente para 1000 metros. Espera-se uma ligeira subida das temperaturas mínimas, embora em grande parte do território se situem com valores abaixo dos 10 ºC.
Amanhã - terça-feira, 5 de março - e durante grande parte do dia de quarta-feira (6), prevê-se um período de transição entre estados de tempo. Assim, os próximos dois dias serão geralmente estáveis, com bons períodos de sol e alguma nebulosidade, não se excluindo precipitação residual nas Regiões Norte e Centro, com particular incidência no Minho e Douro Litoral (Viana do Castelo e Braga).
Nas últimas horas de quarta-feira (6), uma nova frente despejará chuva no Minho, na Área Metropolitana de Lisboa e outras zonas, produzindo um aumento da nebulosidade nas regiões mais próximas. Na terça-feira (5) as temperaturas mínimas vão descer acentuadamente, registando-se uma grande amplitude térmica diária, sobretudo nas zonas do interior, onde os termómetros poderão inclusive registar valores negativos (Guarda e Bragança).
Este panorama térmico será semelhante na quarta-feira (6). Haverá formação de gelo e geada, bem como nevoeiro matinal em locais do interior Norte e Centro. Nestes próximos dois dias, a possibilidade de aguaceiros sob a forma de neve em cotas altas mantém-se para locais do Norte e Centro.
Uma depressão chega na próxima quinta-feira (7), que efeitos deixará em Portugal?
Na próxima quinta-feira - 7 de março - uma bolsa de ar frio em altitude, que conterá uma depressão no seu seio, deslocar-se-á sobre as proximidades do Noroeste de Portugal, canalizando um rio de humidade para várias regiões do país, em particular aquelas a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela e a oeste da Barreira de Condensação (Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Vila Real, Viseu e parte da Guarda).
Aproveitando esta disposição, uma frente muito ativa descarregará chuva forte nas referidas regiões, dirigindo-se rapidamente para leste, rumo a Espanha. A neve surgirá inicialmente nos pontos mais altos da Serra da Estrela, mas, ao longo do dia, a cota baixará para os 1100 metros.
Com a aproximação do sistema de baixas pressões, o vento soprará moderado a forte de sul-sudoeste, produzindo rajadas máximas de 70 km/h no litoral e de 80 km/h nas terras altas. As temperaturas máximas terão tendência a baixar em grande parte do país, sendo que somente em Faro se registarão 15 ºC. Em todas as restantes capitais de distrito o valor das máximas será inferior a 15 ºC. Não se exclui a ocorrência de trovoadas.
Na sexta-feira (8) a frente já se terá afastado, mas o centro da depressão passará de raspão pelo noroeste de Portugal continental, produzindo bastante chuva e neve nas horas seguintes, mais concentrada nas Regiões Norte e Centro. A queda de neve poderá ser bastante significativa acima dos 800 metros de altitude. Não se descarta a ocorrência de aguaceiros com neve granular e/ou granizo.
Prevê-se um fim de semana com condições meteorológicas adversas
Para o fim de semana de 9 e 10 de março, a incerteza na previsão do tempo aumenta consideravelmente. Ainda assim, os mapas insistem num cenário em que se vislumbra a aproximação de uma nova depressão, com a respetiva bolsa de ar frio isolada em altitude.
Para sábado (9) prevê-se a possibilidade de uma frente muito ativa trazer chuva generalizada de norte a sul de Portugal continental, que poderá ser mais intensa, frequente e abundante nas Regiões Norte e Centro. Além disto, a queda de neve também poderá ser bastante significativa nas principais serras e zonas montanhosas. A referida frente será reforçada por um novo rio atmosférico.
Por causa da passagem vertiginosa da frente e da descarga de ar frio subsequente, a cota da neve poderá descer rapidamente, com os aguaceiros a poder deixar neve granular e/ou granizo. Este é um panorama meteorológico cuja evolução terá de ser monitorizada durante os próximos dias.
O Minho, o Douro Litoral e todas as regiões a norte e a oeste do sistema montanhoso Montejunto-Estrela poderão ultrapassar os 100 mm de chuva esta semana, com registos significativos também na Cordilheira Central e noutros pontos do interior Norte e Centro. Há zonas da Serra da Estrela (Sabugueiro - Seia) que poderão ultrapassar os 50 cm de neve acumulada até às 23:00 do próximo sábado, 9 de março.
Para domingo (10) o estado do tempo ainda não se perceciona com clareza. O nosso modelo de referência (ECMWF) sugere a continuidade de descargas de ar frio, o que resultaria em precipitação, mais provável, frequente e persistente nas Regiões Norte e Centro, sendo sob a forma de neve a cotas altas (possivelmente médias) e num ambiente frio tipicamente invernal.
Não obstante, há outros cenários que projetam um rápido estabelecimento das altas pressões nas proximidades da nossa geografia e uma subida geral das temperaturas.