Tempo em Portugal esta semana: calor digno de verão provocará temperaturas de até 35 ºC, saiba onde e até quando

Nos próximos dias uma massa de ar quente não só “envolverá” Portugal continental, como também intensificar-se-á, deixando valores de temperatura diurnos mais típicos do verão numa parte significativa da nossa geografia. Até quando poderá durar este estado do tempo?

O outono astronómico arrancou quente e soalheiro, sustentado por um anticiclone de bloqueio que irá manter-se por cá durante vários dias. Os primeiros sinais sugerem que permanecerá pela nossa latitude, pelo menos, durante os primeiros dias de outubro. Portugal continental estará condicionado por uma crista subtropical em camadas médias e altas da atmosfera, enquanto que à superfície as altas pressões deverão tendencialmente solidificar-se sobre os Açores e a Europa Central.

Com esta situação sinótica as frentes e as depressões irão circular muito mais a norte, em latitudes mais altas. Apenas umas poucas perturbações frontais roçarão o noroeste da geografia do Continente, onde não se descarta a ocorrência de precipitação fraca ou então apenas nebulosidade muito densa. Nos Açores e na Madeira, como já é apanágio de territórios de índole insular, o estado do tempo estará muito mais variável.

Início de semana com temperaturas amenas, possibilidade de chuviscos matinais nalgumas áreas

Esta segunda (25) o tempo em Portugal apresentou-se com céu pouco nublado ou limpo e mais quente. Ocorreu nevoeiro matinal nalguns locais do Litoral Norte e Centro. O vento soprou em geral fraco de Noroeste e a temperatura “trepou” até aos 31 ºC em Évora, com a mínima a situar-se nos 10 ºC em Braga. Nos Açores verificou-se nebulosidade e chuva fraca e na Madeira nuvens e abertas.

Para amanhã - terça-feira, 26 de setembro - por causa da passagem de uma frente pouco ativa pelo Noroeste da Península Ibérica, não se descarta a possibilidade de ocorrência de precipitação fraca no litoral Norte de Portugal continental (Viana do Castelo, Braga e Porto) até ao meio da manhã, ainda que a mesma seja muito remota.

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Nos próximos dias algumas regiões em Portugal continental poderão registar entre 30 ºC e 35 ºC e outubro poderá inclusive iniciar com valores de temperatura recorde.

No Norte e Centro do país prevê-se uma suave descida da temperatura máxima e uma ligeira subida da temperatura mínima. Para a Região Sul espera-se uma pequena descida da temperatura máxima. Ainda assim, no Centro-Sul do país as máximas continuarão a rondar os 30 ºC.

Na quarta-feira (27) outra frente atlântica rondará o Noroeste da Península Ibérica e, de novo, poderá provocar chuva ou chuviscos fracos no Norte de Portugal continental, mais concretamente no Minho. Na restante geografia estima-se tempo estável, em geral pouco nublado ou soalheiro e marcado por outra ligeira descida das temperaturas máximas.

Arranque de outubro com temperaturas recorde?

Na quinta-feira (28) a situação meteorológica continuará muito semelhante, com a exceção de que para esse dia se prevê uma pequena subida das temperaturas máximas e mínimas. Em geral, o céu deverá manter-se pouco nublado ou limpo durante o dia, ainda que com bastantes nuvens em boa parte do período matinal nalguns pontos da faixa costeira ocidental. Neste mesmo dia - 28 de setembro - as temperaturas máximas poderiam “escalar” até aos 35 ºC nalguns pontos do país pertencentes ao Baixo Alentejo e ao Sotavento Algarvio.

Para sexta (29) antecipa-se céu totalmente limpo de norte a sul de Portugal continental, apenas pontualmente “interrompido” por algumas nuvens matinais nalguns locais do território. As temperaturas vão continuar a “trepar” em toda a geografia, com o calor a destacar-se em todo o interior, e também na fachada atlântica a sul do Cabo Mondego. Aliás, neste dia, prevê-se máximas a rondar os 35 ºC em Lisboa, Santarém, Évora e Beja. Em muitas outras regiões do país as temperaturas irão ultrapassar os 30 ºC.

Previsão de um fim de semana de muito calor, com uma grande amplitude térmica diária

Para o fim de semana de 30 de setembro e 1 de outubro tudo indica que o tempo irá permanecer estável e quente. De acordo com o modelo da nossa maior confiança (ECMWF) a massa de ar quente e a crista poderão reforçar a sua influência sobre o território de Portugal continental. Deste modo, são esperadas temperaturas dignas de verão e muito calor em várias regiões do país nas horas centrais do dia.

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O estabelecimento e reforço de uma massa de ar quente, bem como um anticiclone de bloqueio, provocarão tempo estável, soalheiro e quente em Portugal continental, ainda por tempo indeterminado.

Neste momento os mapas sugerem que algumas áreas do Alentejo e Algarve poderão vir a atingir e até mesmo ultrapassar pontualmente os 35 ºC. Caso isto se confirme, serão valores muito invulgares e provavelmente recorde para um mês de outubro, que arrancará já no próximo domingo (1). Este cenário ainda terá de ser confirmado, mas, mesmo assim, é possível que estejamos perante um extraordinário episódio de calor para as datas em questão.

Outra característica destes próximos dias (e que é típica da época tardo-estival, isto é, a transição verão-outono ou primeiros dias de outono) - é que durante o dia está sempre muito calor, o que obriga ao uso de roupa de manga curta. Contudo, em finais de setembro, quando o sol nasce ainda está muito fresco, as noites já são muito maiores e as temperaturas reduzem imenso, em particular nas localidades do interior, onde as amplitudes térmicas podem ser de 15 ºC ou até mesmo um pouco mais.

Até quando poderá durar esta situação meteorológica?

Os anticiclones de bloqueio são capazes de persistir vários dias ou várias semanas e aquele que estamos a presenciar não parece que vá ser uma exceção. O modelo Europeu insiste que o cenário mais provável é que esta situação se mantenha até aos primeiros dias do mês de outubro, altura em que poderiam manifestar-se algumas alterações.

Apesar das chuvadas das últimas semanas, a água que precipitou foi naturalmente insuficiente para reverter a situação de grave seca meteorológica que uma boa parte do país enfrenta, destacando-se, pela negativa, o Alentejo e o Algarve. Nestas regiões, a chuva é mais necessária do que nunca para os campos, aquíferos, rios e barragens.