Tempo em outubro, mês das primeiras tempestades de impacto: como será?
O mês de outubro costuma ser muito variável, apresentando mudanças repentinas no estado do tempo. Como se preveem as próximas semanas no nosso país? Será que vamos ter algum episódio de chuva forte ou vão imperar as altas pressões? Saiba mais aqui!
O mês de setembro registou estados do tempo variáveis, algo que costuma ser normal em Portugal continental. Enquanto que nalgumas regiões os aguaceiros fortes e a trovoada causaram numerosas ocorrências, noutros territórios as últimas semanas revelaram-se como um prolongamento do verão. De facto, nestes últimos dias de setembro, os termómetros vão, nalgumas localidades do interior Centro e Sul do país, alcançar quase os 30 ºC.
Outubro, um mês que se realça pela pluviosidade
Outubro é um mês de primordial importância no que toca à pluviosidade, dado que é um dos mais chuvosos em boa parte do país, devido aos diferentes estados do tempo que costumam ocorrer no nosso território. As grandes depressões atlânticas costumam originar os primeiros temporais com expressividade, seja por meio de ondulações ou sistemas frontais. Segundo a normal climatológica 1971-2000, o décimo mês do ano e primeiro do ano hidrológico, costuma, em média, somar 105.7 mm de precipitação à escala continental.
Outro aspeto a considerar é a maior duração que a noite passará a ter em relação ao dia, algo que se sentirá através das temperaturas, que começarão a baixar de forma generalizada, e de forma mais marcada no interior.
Será um mês mais quente que o normal em quase todo o país
De acordo com os nossos mapas de referência, a primeira metade de outubro será variável, alternando períodos frios e instáveis com outros de ambiente estável e mais quente. Para o início do mês está prevista a chegada de uma frente fria de procedência atlântica, com tempo adverso e fresco.
A primeira semana será fresca, e portanto, mais fria do que o habitual. Com base no modelo, na primeira semana de outubro as temperaturas vão estar entre 1 ºC a 3 ºC abaixo do normal praticamente para todo o território continental luso. Exceção feita a algumas localidades que compõem os distritos de Santarém, Setúbal e Beja, e uma pequena parte do Sotavento Algarvio, onde os valores previstos deverão estar dentro do normal, tal como na Região Autónoma da Madeira.
Pelo contrário, no Arquipélago dos Açores, a anomalia térmica será positiva, apresentando temperaturas até 1 ºC acima do normal.
Posteriormente as temperaturas estarão mais elevadas do que o habitual
Tudo indica que no resto do mês as altas pressões vão imperar entre a Península Ibérica e a Europa Central. Com este panorama, as temperaturas vão registar valores mais elevados do que a média para esta altura do ano em praticamente todo o país e arquipélagos: entre 1 ºC a 3 ºC. As únicas exceções seriam a faixa litoral centro, com anomalia térmica negativa (-1 ºC a -0,25 ºC) e algumas áreas do Norte e Centro, que numa ou noutra semana, registariam valores dentro do habitual.
E quanto à precipitação?
No que diz respeito à precipitação, os primeiros dias do mês serão chuvosos, especialmente nas Regiões do Norte e do Centro, mas, mesmo assim, os níveis pluviométricos registados ficariam dentro do normal em todo o país.
Para o resto da primeira quinzena de outubro, estima-se anomalia negativa de precipitação (entre -1 e -60 mm) com predomínio do tempo seco. Este destacar-se-á, em especial entre os dias 11 e 18, no Minho, Douro Litoral, Beira Litoral, parte de Trás-os-Montes e Beira Baixa.
O modelo europeu antecipa que, para a reta final do mês a chuva possa regressar de forma generalizada a Portugal, com destaque para o extremo norte (terras que fazem fronteira com a Galiza) e na faixa territorial com orientação sudoeste-nordeste desde a Península de Setúbal, passando pela metade oriental dos distritos de Santarém, Leiria e Coimbra e englobando a quase totalidade dos distritos da Guarda e de Castelo Branco.Convém salientar também que estas previsões servem de orientação, em traços gerais, visto que nalgumas áreas localizadas pode cair chuva abundante num curto espaço de tempo e alterar totalmente o “puzzle” cartográfico das anomalias, tal como aconteceu nas últimas semanas em certos pontos do país.