Tempo em maio: como poderá ser?

Deixamos para trás um mês de abril no qual se pode afirmar razoavelmente o famoso provérbio ou ditado popular: “Em abril, águas mil”. Efetivamente, os indíces de precipitação acumulados atenuaram a seca que já se vinha a registar, com reposição dos níveis de água no solo quase em quantidade normal na região Norte. No Alentejo e no Algarve, pouca diferença se verifica neste parâmetro pelo que as chuvas continuam a ser bastante necessárias.

No Tempo.pt já tínhamos avisado no princípio da primavera que as previsões sazonais e a longo prazo costumam ser pouco fiáveis numa época em que a atmosfera se revela mais dinâmica e volátil. O que poderá acontecer em maio? Depois do que aconteceu em abril, muitas pessoas dependem do céu para realizar as mais diversas atividades, sejam de índole profissional ou apenas de cariz pessoal. Afinal, maio é o mês por excelência de comunhões, de atividades ao ar livre, de batismos, casamentos e outros eventos, já que as temperaturas costumam ser muito agradáveis neste época do ano.

Primavera e previsões a longo prazo

Neste parâmetro insistimos novamente com a fiabilidade das previsões sazonais e a longo prazo. Na primavera, tanto se podem registar aguaceiros convectivos, ou seja, aguaceiros de carácter muito irregular e localmente fortes. Assim, este é um mês que pode apresentar vários cenários: ora regista trombas de água e acumulados de precipitação exageradamente grandes que tem penosas consequências para as culturas agrícolas, ora regista tempo ameno e seco, sem qualquer vestígio de precipitação.

O ideal, que também ocorre por vezes, é uma chuva mais contínua, de carácter persistente que esteja dispersa pelo território continental e não tão localmente concentrada. Devido a esta diversidade de cenários meteorológicos, torna-se impossível realizar previsões concretas, a não ser aquelas que dizem respeito a 3 ou 4 dias.

Um maio instável?

Para já, aquilo que o modelo ECMWF vai projetando para Portugal continental, é um mês de Maio com padrão atmosférico muito variável, embora em traços gerais apresente um carácter seco e ameno. Assim, como já se vai verificando nesta primeira semana de maio, o Anticiclone dos Açores continuará a exercer a influência de núcleo de altas pressões em altitude que trará ‘banhos’ de sol em abundância nestes próximos dias, pelo menos até 6 de maio, ainda que com alguma possível instabilidade no estado de tempo provocada pela trovoada no interior Centro e Sul. Aqui poderá registar-se alguma atividade elétrica devido à ação dos relâmpagos e dos trovões.

Na segunda semana, registar-se-á uma alteração no tempo, onde um padrão mais húmido e fresco atravessará o país, ainda que de forma efémera, já que prolongar-se-á apenas por alguns dias, em princípio entre 7 e 11 de maio.

Na terceira semana, a atmosfera poderá ser carregada pela ação do vento e trovoadas, com especial incidência no interior de Portugal, também por força do efeito de continentalidade e da orografia do território nacional. Na quarta semana, o modelo europeu antecipa condições atmosféricas respeitantes a um tempo mais agradável, de temperaturas elevadas a atingir ou mesmo superar 30 ºC, sem chuva, muito sol e com sabor de verão.

Em suma, maio deverá ser um mês ameno e seco em quase todo o país, com anomalias positivas no que concerne às temperaturas no interior português e com um ou outro episódio de precipitação mais intenso. Aliás, depressões atmosféricas vindas do Atlântico poderão chegar a território nacional. Cenário para ir acompanhando.