Tempo em agosto de 2020: como poderá ser?
Após várias semanas de sol e muito calor, temperaturas altas e, lamentavelmente, de ocorrência de incêndios florestais, o que nos reserva o tempo para o mês de agosto? Contamos-lhe mais aqui!
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O modelo ECMWF previa um verão mais quente que o normal na maioria do continente europeu e, à exceção do início de junho, quando um anticiclone surgiu sobre a península escandinava e refrescou o ambiente de forma transitória, a sua aposta inicial tem vindo a cumprir-se. Nesse sentido prevê-se que o mês de agosto apresente anomalias claramente positivas em quase toda a Europa, com base nos mapas do nosso Departamento de Meteorologia.
Portugal continental não será tão afetado pelo calor tórrido de verão, quando comparado com o resto da Europa. Parece que os valores mais elevados se vão registar no interior de Espanha, em quase todo o território francês, na Alemanha e principalmente no noroeste de Itália, no vale do Pó. No entanto, o interior português e o sotavento algarvio deverão registar temperaturas acima da média.
️ Para o #tempo em #Portugal este fim de semana, o #ECMWF prevê:
— Tempo.pt (@Tempo_Portugal) July 31, 2020
️ #Temperaturas mais amenas nas regiões do litoral, persistindo imenso #calor no interior
Mais detalhes na previsão: https://t.co/0boUz3kLLo
️ Os nossos mapas: https://t.co/3eR5ice3Kt pic.twitter.com/Qh5B5IDIY6
Agosto dentro do normal em Portugal
Os primeiros dias de agosto - sábado e domingo – poderão trazer temperaturas amenas às regiões do litoral, com valores dentro do habitual para estas datas. Pelo contrário, no interior português, as altas temperaturas vão manter-se, possivelmente com anomalia térmica positiva de 1 ºC.
A partir de segunda-feira, dia 3, os registos de calor extremo vão ser atenuados em parte do território continental, principalmente no litoral, mas as temperaturas elevadas e o ambiente quente e seco persistirão nas regiões de Trás-os-Montes, da Beira e do Alentejo e na metade oriental do Algarve. Tudo parece apontar para que, caso estas matrizes se mantenham, as anomalias persistam durante o resto do mês.
Na segunda semana, o nosso modelo de confiança sugere as mesmas tendências. Prevêem-se temperaturas mais elevadas no interior português, com anomalia térmica (1ºC - 3ºC) em distritos como os de Bragança, Castelo Branco, Portalegre, Évora e sobretudo Beja. O sotavento algarvio também irá registar valores acima do normal.
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Em sentido inverso, no litoral Oeste, entre os distritos de Coimbra e Lisboa, surgirá um tempo consideravelmente mais fresco, com anomalia térmica negativa (-1 ºC). Vai estar mais frio que o normal para esta época do ano, sensação que pode ser aumentada pelos ventos costeiros e pela proximidade ao ambiente marinho. Mesmo depois da canícula, estima-se que o calor persista, especialmente nas regiões do interior.
Precipitação abaixo da média
Em relação à chuva, tudo parece indicar que teremos um mês de agosto com valores normais para as regiões Centro e Sul, mas claramente inferiores à média para a região Norte. A metade setentrional do país registará níveis de precipitação abaixo do habitual no Minho, Douro Litoral, Trás-os-Montes e em porções da Beira Interior, enquanto que a metade austral deverá registar precipitação correspondente ao esperado para esta época do ano.
A primeira quinzena de agosto costuma ser soalheira, quente e tranquila devido ao bloqueio atmosférico causado pelo anticiclone dos Açores. Todavia, é na segunda quinzena que o jato polar começa a reforçar-se, estimando-se que mais ou menos a partir do dia 20 comecem a chegar às nossas latitudes alguns cavados e frentes atlânticas.
Convém relembrar que estas previsões estão em fase experimental e ainda possuem um elevado grau de incerteza, pelo que se deve ter isto em conta como tendências que não podem substituir as previsões de curto prazo, mais fiáveis.