Tempo da próxima semana em Portugal: rio atmosférico atingirá em cheio várias regiões do país, saiba quando
O estado do tempo continuará variável em Portugal continental durante a próxima semana, esperando-se frio, geadas, chuva forte, vento e tempo mais ameno nalgumas regiões. Saiba quando e onde poderá chover mais.
Ao longo da próxima semana, as altas pressões vão continuar a influenciar o estado do tempo em Portugal continental, mas não de maneira contínua. Entre este domingo (3) e segunda-feira (4), uma frente associada a uma depressão atlântica irá atravessar a nossa geografia de noroeste para sudeste. Uma outra frente deverá regar o Centro e Sul do país na terça-feira (5). A meio da semana, um anticiclone instalar-se-á sobre a Península Ibérica, proporcionando algumas noites frias e estáveis, ainda que somente por um breve período de tempo.
No final da semana, o anticiclone dos Açores voltará a aproximar-se do nosso país, o que se traduzirá num tempo geralmente estável e sem precipitação nas regiões do Alentejo e do Algarve. No entanto, os sistemas frontais e as depressões vão continuar a circular pelo Norte e Centro, prevendo-se que as frentes sejam reforçadas por um longo rio atmosférico de humidade que ligará Portugal continental às Caraíbas.
Entre 100 e 200 mm em algumas regiões
A semana de 4 a 10 de dezembro será instável, chuvosa e húmida de norte a sul de Portugal continental, embora com importantes contrastes regionais na distribuição e acumulação da pluviosidade. De acordo com o modelo de referência na Meteored Portugal (ECMWF), as regiões a oeste da Barreira de Condensação - composta pelos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto e parcialmente pelos de Aveiro, Viseu e Vila Real - serão as mais afetadas pela precipitação.
Por outro lado, o Alentejo e o Algarve registarão um tempo maioritariamente seco e estável, apesar de alguns breves períodos de chuva. Isto deve-se ao regime de ventos atlânticos, de oeste, que despejam grande parte da precipitação na metade do território a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela. O efeito orográfico deste acidente geográfico faz com que a nebulosidade e a chuva que atravessam para as regiões mais meridionais do Continente lá cheguem em quantidades muito reduzidas, daí o tempo praticamente seco ou muito menos chuvoso.
É provável que, ao longo da semana, se acumulem entre 100 e 200 mm no Minho, Douro Litoral e outros pontos das regiões a oeste da Barreira de Condensação. A partir de hoje - 3 de dezembro - o modelo Europeu antecipa a possibilidade de que alguns pontos do Alto Minho ultrapassem os 200 mm. A chuva na fachada atlântica da Península Ibérica - onde se integra Portugal continental na sua totalidade - chegará numa troposfera repleta de humidade devido ao rio atmosférico supracitado.
Dependendo da trajetória e da posição final que algumas das frentes assumam, a precipitação também poderá ser generalizada e até mesmo registar acumulações superiores a 25 mm em zonas alentejanas e algarvias. Todavia, esta previsão estará condicionada pela evolução de uma depressão entre quinta (7) e sexta (8), com muita incerteza associada. Devido a isto, as acumulações estimadas podem vir a variar nestes próximos dias.
Risco de gelo e geadas fortes nalguns locais
A semana será amena em geral, com temperaturas acima da média em praticamente todo o território de Portugal continental. A exceção ocorrerá entre terça (5) e quarta-feira (6), quando um anticiclone se movimentar para o país, proporcionando céu limpo e noites frias ou gélidas, com algumas localidades do interior a registarem mínimas negativas.
Nestes próximos dias, nalgumas zonas do interior Norte e Centro (áreas de montanha do Minho e pontos dos distritos de Vila Real, Viseu, Bragança e Guarda) poderá formar-se gelo e geadas na madrugada e manhã. Os termómetros poderão registar -6 ºC na Torre (Serra da Estrela).
Várias localidades do Nordeste Transmontano e da Beira Alta poderão registar temperaturas de -2 ºC ou -3 ºC durante a noite. A partir de quinta-feira (7), o ar ameno do Atlântico avançará, fazendo com que as geadas praticamente desapareçam do Continente.