Tempestades em Portugal: Martinho pode ser a próxima e Alfredo Graça avisa para 2 dias "extraordinariamente chuvosos"

Após Laurence, uma nova tempestade atlântica provocará um grande temporal de chuva, vento e agitação marítima na quarta (19) e na quinta-feira (20), podendo prolongar-se para lá destas datas em Portugal continental. Saiba a previsão completa!
A 12ª tempestade atlântica de grande impacto - Laurence - continua a produzir condições meteorológicas adversas esta segunda-feira, 17 de março, em Portugal continental, após ter fustigado os arquipélagos durante todo o fim de semana com vento, precipitação e agitação marítima.
Hoje todo o território do Continente está a ser atingido por esta depressão, sendo que as regiões mais afetadas pela chuva situam-se todas a sul do rio Vouga - estão 10 distritos sob aviso amarelo de precipitação e alguns deles sob aviso amarelo e laranja de agitação marítima.
O vento voltará a soprar predominantemente do quadrante Sul, com intensidade moderada a forte e é expectável uma ligeira subida das temperaturas máximas, mais notória nas regiões do interior.

Ainda durante o dia de amanhã, 18 de março, Açores e Madeira começarão a ser afetados por um sistema frontal associado à tempestade que chegará de rompante ao Continente na quarta-feira (19).
Outra tempestade a caminho. Quarta e quinta-feira serão extraordinariamente chuvosas em Portugal continental
Esta quarta-feira, 19 de março, será marcada por mais um episódio de chuva abundante de norte a sul da nossa geografia, por vezes de granizo e potencialmente acompanhada de trovoada nalguns locais.
A extraordinária quantidade de precipitação ocorrerá não só graças à frente que percorrerá o nosso país de sudoeste para nordeste desde as primeiras horas da madrugada desse dia, como também devido a outro rio atmosférico, com um elevadíssimo teor de vapor de água (ainda mais do que o habitual) que reforçará o carácter da chuva, tornando-a mais abundante e temporariamente forte e persistente.
Detentora de 2 centros depressionários (o principal a oeste de Portugal continental e o secundário a noroeste da Península Ibérica), a referida depressão terá pelo menos duas frentes associadas às quais se juntará o mencionado rio atmosférico. Todos estes fatores, em conjugação com os ventos húmidos e temperados do quadrante Sul, a latitude do nosso país, a trajetória prevista da tempestade e a orografia do território contribuirão para a reativação das linhas de instabilidade e para a ocorrência de precipitação abundante.

Na quinta-feira, 20 de março, será a vez da frente associada ao centro depressionário principal da tempestade atlântica rondar a nossa geografia. Ao ficar estacionária ao largo da costa ocidental portuguesa, a tempestade impulsionará uma frente que despejará muita chuva, localmente forte e persistente. A trajetória será praticamente uma 'cópia' da frente anterior: de sudoeste para nordeste e quiçá com ainda mais intensidade do que o episódio de chuva do dia anterior.
Preveem-se mais de 48 horas impressionantemente chuvosas em Portugal continental - desde as últimas horas de terça (18) até às primeiras horas da madrugada de sexta-feira, 21 de março - quer em intensidade, quer em termos de área geográfica abrangida.

Nesta ocasião, todo o país deverá ser afetado de uma maneira quase uniforme, incluindo a Região Norte (mesmo assim, prevê-se que o distrito de Bragança seja o menos afetado). De acordo com os nossos mapas, as zonas da geografia continental onde se prevê mais chuva acumulada até ao final do dia de quinta-feira, 20 de março, são os distritos de Évora e Beja (30 a 85 mm), Faro (35 a 85 mm), Santarém e Setúbal (55 a 90 mm), Leiria e Lisboa (60 a 110 mm).
Temporal de vento, neve e agitação marítima
O vento soprará moderado a forte do quadrante Sul na quarta (19) e na quinta (20), com rajadas até 75/80 km/h em praticamente todo o litoral e até 100 km/h nas terras altas (especialmente Norte, Centro e Alto Alentejo). Espera-se ainda a possibilidade de queda de neve nos pontos mais elevados da Serra da Estrela nestes dois dias.
Por fim, quanto à agitação marítima, é para o litoral entre o Cabo da Roca e o Cabo de São Vicente e na costa meridional que se prevê a fase do mar mais agreste: para quarta (19) e quinta-feira (20) os mapas revelam ondas de 4 a 5 metros de altura significativa, sendo que para quarta (19) se preveem ondas de 6 a 8 metros de altura máxima e para quinta-feira (20) se preveem ondas de 7 a 9 metros de altura máxima.

Para estes dois dias, no litoral a norte do Cabo da Roca, preveem-se ondas de 2 a 4 metros de altura significativa, sendo de 4 a 6,5 metros de altura máxima na quarta (19) e de 5,5 a 8 metros de altura máxima na quinta-feira, 20 de março.
Incerteza no tempo aumenta consideravelmente a partir de sexta-feira, 21 de março
A incerteza na previsão aumenta significativamente a partir de sexta (21), mas os mapas de referência da Meteored sugerem que a nova tempestade atlântica continuará a condicionar o estado do tempo no nosso país de maneira significativa.
A depressão subirá em latitude a partir de sexta (21), contudo, Portugal continental continuará a ser influenciado pelo seu raio de ação, prevendo-se que mais frentes e linhas de instabilidade provoquem mais períodos de chuva ou aguaceiros (e quiçá neve nalguns locais) na sexta (21) e no sábado (22), um pouco por todo o país.
Esta será uma semana extraordinariamente chuvosa na geografia do Continente, existindo o potencial para quebrar recordes de precipitação em várias estações meteorológicas.
Com toda a precipitação que já caiu e ainda está por cair, perspetiva-se a possibilidade de que março de 2025 entre diretamente para o ranking dos marços mais chuvosos do século XXI, quando ainda temos praticamente 1 a 2 semanas do mês por diante!