Tempestades em Portugal: Konrad pode ser a próxima e chegará neste dia. Isto é o que se prevê da chuva na sua região

A tempestade Jana está agora na sua fase final em Portugal continental, após 4 dias de chuva, vento, neve e agitação marítima, com trovoada e granizo pelo meio. O “comboio” não pára e, em breve, chegará outra tempestade atlântica. Será Konrad?

A tempestade Jana entrou esta segunda-feira (10) pelo nosso país adentro, confirmando as previsões precisas lançadas pela Meteored Portugal nos últimos dias. Tem sido um dia marcado por vários períodos de chuva de norte a sul do país, por vezes forte e persistente (com trovoada e sob a forma de granizo nalguns locais) e rajadas de vento intensas, embora mais ocasionais (até 75 km/h).

A possibilidade de queda de neve acima dos 1100 metros de altitude mantém-se, sendo mais provável na Serra da Estrela. Destaque-se ainda a forte agitação marítima, que mesmo assim diminuiu substancialmente de intensidade em relação a domingo (9).

Os mapas de referência da Meteored mostram que nenhuma região do Continente escapou à intempérie esta segunda-feira, 10 de março, nem mesmo a Região Norte (surpreendentemente sem avisos oficiais emitidos para a precipitação). Na Madeira a agitação marítima levou à emissão de aviso amarelo.

Prevê-se que os maiores volumes de precipitação da segunda semana de março se acumulem, tendencialmente, entre os rios Douro e Tejo, mas também nalguns locais a sul do Tejo.

Os nossos mapas confirmam aquilo que temos vindo a indicar há vários dias: terça-feira, 11 de março, será muito mais estável, sobretudo a partir do meio da tarde. Porém, as tréguas nas condições meteorológicas adversas associadas à chegada de frentes e tempestades atlânticas serão muito curtas. Saiba o que esperar do tempo a partir de quarta-feira, 12 de março.

A próxima tempestade atlântica chega a Portugal continental esta quarta-feira, 12 de março. Será Konrad?

Aproximadamente a partir das 08:00 da manhã de quarta-feira, 12 de março, uma frente fria associada a uma nova tempestade atlântica chegará a Portugal continental, distribuindo chuva de sudoeste para nordeste. Começará pelo Barlavento Algarvio, Alentejo Litoral e Área Metropolitana de Lisboa, estendendo-se para leste e para norte em direção às restantes regiões do país nas horas seguintes.

Na quarta (12) a precipitação, inicialmente mais contínua e persistente, passará gradualmente a regime de aguaceiros. Poderá ser acompanhada de trovoada e ocasionalmente expressar-se sob a forma de granizo.

Até às 21:00 de sexta-feira, 14 de março, a previsão de chuva acumulada por regiões revela que os distritos que mais milímetros de precipitação irão somar são: os que se situam entre Douro e Tejo e, a sul do Tejo, algumas zonas do Alto Alentejo (Portalegre), Alentejo Litoral (Setúbal e Beja) e Barlavento Algarvio (entre 50 e 75 mm), podendo chegar aos 90 mm em zonas dos distritos de Leiria e Faro. A norte do Douro os valores serão inferiores (entre 30 e 50 mm).

Esta quarta-feira, 12 de março, prevê-se que uma nova tempestade atlântica condicione o estado do tempo em Portugal continental, trazendo mais chuva, vento, neve e agitação marítima.

É importante referir que, entre quarta (12) e quinta-feira (13), a nova tempestade - possivelmente batizada de Konrad e situada a oes-sudoeste de Portugal continental- conterá dois centros de baixas pressões, o que tornará a previsão da distribuição e quantidade de chuva mais complexa, um pouco à semelhança do que ocorreu com Jana.

Além disto, ao mesmo tempo que os ventos ábregos (Su-Sudoeste) estarão a canalizar ar tropical marítimo (quente e húmido), uma massa de ar polar marítimo, vinda de norte, cruzará o Cantábrico, alcançando Portugal na quinta-feira (13). Esse ar frio irá interagir com o ar quente, acrescentando ainda mais complexidade à previsão, cuja incerteza aumentará significativamente, especialmente a partir de sexta-feira, 14 de março.

Atenção também ao vento, neve e agitação marítima

Com o ar frio vindo de latitudes setentrionais a descer abruptamente até sul, rumo à Península Ibérica, prevê-se um inevitável arrefecimento do estado do tempo, com as temperaturas a descerem gradualmente entre quarta (12) e sexta (14) em quase toda a geografia do continente português.

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A combinação do ar frio em altitude com a precipitação poderá provocar queda de neve nestes três dias, tanto no Norte como no Centro: na quarta-feira (12) apenas nos pontos mais elevados da Serra da Estrela, na quinta-feira (13) na cota dos 1000 metros de altitude e na sexta-feira (14), possivelmente acima dos 800 metros de altitude.

Novos avisos de agitação marítima poderão ser emitidos entre quinta e sexta-feira, dias 13 e 14 de março.

As rajadas de vento serão mais fortes no Centro e Sul, com as mais intensas a poderem atingir 60 km/h entre quarta (12) e sexta-feira, 14 de março. No referido período de três dias, a precipitação poderá ser acompanhada de trovoada, não se excluindo queda ocasional de granizo.

Quanto ao estado do mar, espera-se que fique mais agreste entre as 12:00 de quinta (13) e as 12:00 de sexta (14), com as ondas a atingirem altura máxima de 7/8 metros, sobretudo no litoral ocidental a sul do Cabo Mondego e em parte do litoral meridional (costa sul correspondente ao Barlavento Algarvio).

Impactos e intensidade da tempestade atlântica que chegará na quarta-feira, 12 de março

O impacto direto da próxima tempestade será inferior ao de Jana. Contudo, os seus impactos indiretos serão bem mais significativos, uma vez que a possível tempestade Konrad irá deparar-se com solos muito saturados (encharcados), rios repletos de água, algumas margens inundadas e albufeiras cheias em várias regiões de Portugal continental.

De quinta (13) para sexta (14) a incerteza na previsão aumenta consideravelmente e a trajetória das tempestades dependerá da deslocação do anticiclone de bloqueio, que está neste momento situado a oeste das Ilhas Britânicas (entre a Gronelândia e Islândia).

Em todo o caso, a próxima tempestade não irá registar os valores que a tempestade Jana atingiu no passado sábado, 8 de março, em termos de rajadas e intensidade do vento, precipitação acumulada e inundações associadas.