Tempestade isolada em altitude traz chuva e trovoada esta semana
Primeiro chega uma frente fria, e depois uma tempestade isolada em altitude, que vai deixar acumulados de precipitação impressionantes e possivelmente trovoada no nosso país. Confira aqui a previsão!
Nesta primeira semana de novembro o tempo vai mudar de forma radical, especialmente a partir de quinta-feira. Os mapas do ECMWF estimam que a influência de um sistema de baixa pressão condicione o estado do tempo, antecipando-se a evolução de núcleos de instabilidade para todas as regiões.
Entre hoje e terça-feira o tempo será sobretudo marcado pela passagem lenta de uma frente fria que descarregará chuva em geral fraca e repartida de forma muito irregular pelo território. A incidência desta precipitação suave ocorrerá particularmente no interior, no interior Centro (Beira Interior, Alentejo e interior algarvio). A partir de quarta-feira, a circulação zonal sofrerá mudanças e em breve trará uma ondulação intensa da corrente de jato, que resultará nas futuras chuvas intensas desta semana. O anticiclone dos Açores enfraqueceu e retirou-se para latitudes mais setentrionais, abrindo caminho para nova mudança do estado do tempo.
A tempestade que vem a caminho, a que se deve?
O ar quente e húmido do litoral americano atlântico subirá até latitudes polares, ativando uma resposta quase simultânea da intrusão de uma perturbação de ar polar em altitude que chegará até território ibérico, alimentando a frente fria de fraca intensidade dos primeiros dias da semana. Primeiro, deixará chuvas intensas em Espanha e depois seguirá para ocidente, até Portugal continental, descarregando precipitação moderada e vento intenso, bem como neve nas cotas de 800-1000 metros nos sistemas montanhosos portugueses.
Devido à evolução deste sistema de baixa pressão que poderá dar origem a uma depressão ou tempestade isolada em altitude, na quarta-feira (4) começará por cair chuva fraca, acompanhada de uma intensificação do vento Norte em grande parte do país, especialmente nas regiões do interior como no distrito de Castelo Branco. As temperaturas vão descer substancialmente devido à baixa pressão em superfície e em altura.
Quinta e sexta-feira, os dias com tempo mais adverso
De acordo com o nosso modelo de maior confiança (ECMWF), entre quinta-feira (5) e sábado (7), prevê-se que esta depressão isolada em altitude evolua numa trajetória este-oeste, desde o interior Sul para o litoral Norte, deixando chuvas intensas, vento em geral de Norte ou Nordeste moderado a forte que depois rodará para Sul, intensificando-se e deixando rajadas de até 80 km/h nas terras altas da região Norte (Guarda) e Centro. No entanto, é de ressalvar que a precipitação apesar de abundante, será irregularmente distribuída pelo território.
Neste episódio de chuva forte que durará essencialmente dois dias, na quinta-feira (5) antecipa-se que esta tempestade isolada em altitude comece por regar as áreas mais carenciadas de água, Beira Interior, Alentejo (Portalegre, Évora e Beja) e todo o distrito de Faro, onde serão acumulados muitos l/m2 de precipitação. De seguida, na sexta-feira (6), a tempestade isolada em altitude expandir-se-á para oeste e para norte, empurrada pelos ventos e gerando mais instabilidade, em distritos como os de Lisboa, Santarém, Vila Real e Viseu. E muita atenção ao arquipélago da Madeira, que receberá muita precipitação oriunda desta tempestade entre terça e sexta-feira, para além da persistência do vento de Noroeste.
Existe uma razoável probabilidade desta tempestade isolada em altitude gerar trovoada, acompanhada de granizo, sendo difícil estimar concretamente em que regiões poderá acontecer (em princípio interior Centro e Sul), devido à variabilidade atmosférica que constantemente muda de face. No sábado, estima-se que grande parte desta depressão isolada em altitude se tenha dissipado, mas os seus vestígios vão permanecer sob a forma de chuva fraca e persistente, com maior ênfase no Noroeste Minhoto.