Tempestade de alto impacto poderá trazer um grande temporal a Portugal
Após uns dias relativamente estáveis e soalheiros, exceto no passado sábado quando choveu, em geral, a sul do Tejo, tudo indica que no final desta semana poderá aparecer uma tempestade expressiva em Portugal continental. Estaremos perante o início do fim da seca? Confira a previsão!
Março arrancou com uma situação completamente distinta no que diz respeito ao estado do tempo, após um inverno climatológico caracterizado pela persistência das altas pressões. Agora, parece que com a chegada da primavera a atmosfera sofreu uma transformação, e, a médio-longo prazo continuará o tempo variável e instável.
A semana começa com nuvens e chuva de norte a sul do país
Hoje o ambiente mantém-se fresco, com temperaturas diurnas frias para a época do ano. Dentro das várias capitais distritais, Faro é a única a chegar aos 17 ºC. O vento sopra de Oeste e Sudoeste na generalidade do território continental. Esta segunda-feira (7) amanheceu soalheira, mas a nebulosidade foi aumentando gradualmente com o passar das horas, pelo que, ao início da noite é praticamente certo que comece a chover no Norte do país.
Uma frente atlântica entrará pelo Noroeste Português, deixando precipitação, numa primeira fase nas regiões do Minho e Douro Litoral, e avançando posteriormente para sudeste. Estão previstos períodos de chuva fraca a moderada para esta noite e para as primeiras horas de terça-feira em todo o país. Amanhã (8) já depois da frente ter atravessado o território, ainda poderão cair alguns aguaceiros durante a tarde.
Com o frio em altitude e a presença de precipitação, estarão reunidas as condições para a queda de neve esta noite - na cota dos 1000 metros - nas terras altas do Norte e do Centro. De hoje para amanhã deverá acumular entre 2 a 6 cm, acima dos 1200 metros de altitude, em serras como as da Peneda, Gerês e Estrela, entre outras. Também há risco de formação de gelo nalguns pontos do interior que poderá perturbar a condução rodoviária. No Arquipélago dos Açores estará tempo húmido, em geral, com o vento a soprar forte, ao passo que na Madeira o panorama meteorológico mostra-se variável.
Quarta e quinta-feira, os dias mais calmos
Para quarta-feira (9), contudo, ainda se prevê a incursão de uma nova superfície frontal, mais débil, que deixará chuva fraca nas regiões do Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Nordeste Transmontano, Douro Litoral, Beira Litoral e Beira Interior. A madrugada será mais fria do que as anteriores, com geada nalgumas áreas do interior, mas as temperaturas máximas vão continuar a aumentar, esperando-se 18 ºC em Coimbra, Leiria e Évora e 19 ºC em Beja.
Quinta-feira (10) será um dia de transição, com períodos de céu pouco nublado ou limpo em toda a extensão de Portugal continental. Prevê-se também subida significativa das temperaturas, tanto das máximas, como das mínimas, com o termómetro a atingir 16 ºC no Porto, 21 ºC em Coimbra e 18 ºC em Lisboa e Faro. Na Madeira o panorama estará muito semelhante ao Continente nesse dia, e nos Açores o vento e a chuva voltarão a marcar presença.
Fim de semana instável, à espera da possível formação de uma tempestade
A partir de quinta-feira (10) abrem-se vários cenários no que concerne à situação, mas tudo indica que o anticiclone de bloqueio na Escandinávia poderá estimular a chegada da tão desejada chuva. Entre sexta-feira e sábado será ‘canalizado’ ar subtropical húmido e temperado procedente do Atlântico, que se traduziria na chegada de uma frente muito ativa a Portugal continental.
Caso as previsões do nosso modelo de confiança se cumpram, entre domingo (13) e segunda-feira (14) poderá formar-se uma grande tempestade – com possível processo de ciclogénese explosiva associado – nas cercanias da Península Ibérica agravando bastante o panorama meteorológico, embora a incerteza seja, nesta altura, muito elevada. Em função da trajetória que adquirir, poderá causar uma situação de instabilidade generalizada.
Esta tempestade poderá provocar um ‘chorrilho’ de fenómenos meteorológicos, que vão desde neve e forte agitação marítima até a um potente temporal de chuva e vento. Enfim, poderá estar prestes a acontecer um temporal de grande envergadura na nossa latitude. Afetará praticamente todo o país – exceto Açores (atingido por vento forte e chuva nos dias anteriores a esse) –porque irá posicionar-se entre as Canárias e Madeira, norte de África e a Península Ibérica. Alguns mapas destacam acumulações superiores a 100 l/m2 no prazo de uma semana na Região Norte, especialmente para o Minho.
O temporal terá impacto em todo o país e a precipitação afigura-se generalizada, o que originaria uma boa e bem precisa rega. Por fim, a atmosfera começa a apresentar sintomas de um maior dinamismo graças à chegada da primavera, e o anticiclone dos Açores poderá estar “fora da equação” a médio e longo prazo. Poderá isto marcar o início do fim da seca ou é um episódio meteorologicamente instável meramente pontual? Vamos descobrir durante os próximos meses.