Tempestade atlântica trará tempo fresco, chuva e trovoadas a Portugal

A tempestade atlântica já está a deixar os primeiros efeitos em Portugal continental. Além de uma acentuada descida da temperatura, há previsão de chuva no país inteiro, bem como risco de trovoada para algumas regiões durante os próximos dias. Onde será mais provável? Confira a previsão!

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Algumas das áreas montanhosas de Portugal continental estarão, ao longo dos próximos dias, suscetíveis à ocorrência de trovoada. Quais?

Ao longo do último fim de semana, a depressão situada a oeste de Portugal continental e que foi afetando os Arquipélagos dos Açores e da Madeira, foi desenvolvendo uma lenta aproximação e agora, boa parte do território continental, está sob a sua parte ascendente. Isto significa que estamos expostos a um fluxo de vento do Sudoeste em altitude com enorme divergência em níveis altos da atmosfera e, por isso, favorável ao desenvolvimento de convecção (risco de trovoada) em áreas onde outros fatores e especialmente a humidade o permitirem. Isto ocorrerá especialmente nas áreas de montanha do Norte-Centro do país.

A formação de uma depressão fria isolada, com frentes associadas, irá, progressivamente, deixar efeitos – chuva e trovoada, etc – durante a semana em Portugal continental.

Por outro lado, esta depressão isolou-se até fechar completamente a sua circulação, originando um sistema de baixas pressões isolado. Em superfície, formou-se também uma tempestade fria isolada com algumas frentes associadas que, gradualmente, deixarão efeitos durante a semana no nosso país. Com este panorama, a mudança das condições meteorológicas será inevitável, e bastante significativa, especialmente nas Regiões Norte e Centro. O Sul também ficará condicionado, embora em menor dimensão. Realce-se que este estado do tempo tem o potencial de durar praticamente toda a semana.

Durante estes primeiros dias da semana, as primeiras frentes tocarão terra em Portugal continental, e também na Galiza (Espanha), gerando uma nebulosidade muito densa e chuva com alguma abundância. Até ao final do dia de quarta-feira, prevê-se que as áreas com maior precipitação acumulada, sejam os distritos de Braga, Porto, Aveiro e Coimbra, com destaque, sobretudo para o Baixo Minho.

De uma maneira muito mais irregular, é esperada também a ocorrência de chuva mais intermitente e dispersa, potencialmente acompanhada de trovoadas, a norte do Mondego, sobretudo no interior e em particular nas áreas em redor de montanhas (as que pertencem aos distritos de Aveiro, Viseu, Vila Real, Bragança). Serão menos prováveis quanto mais para sul. Uma grande parte da precipitação cairá entre terça (31 de maio) e quarta-feira (1 de junho), e a probabilidade de ocorrência de trovoada também será maior nestes mesmos dias, nas áreas supracitadas.

Portugal continental mais fresco do que o normal para a época do ano

A posição da depressão a oeste do nosso país já está a estimular a entrada de vento do quadrante Sul, com particular pendor de Sudoeste. A travessia marítima efetuada pelo vento procedente do Atlântico, bem como a espessa nebulosidade, estão a contribuir, de momento, para a descida notória e generalizada da temperatura do ar em Portugal continental, originando uma ligeira anomalia térmica negativa (valores térmicos semanais um pouco mais baixos que o normal para a época do ano) que se prolongará durante quase toda a semana.

Por exemplo, para quinta-feira, 2 de junho, após dois dias tormentosos e chuvosos (terça 31 maio e quarta 1 junho), prevê-se temperatura máxima de 21 ºC no Porto, em Lisboa e em Viseu. Não chegará aos 20 ºC na Guarda, em Faro ficará pelos 23 ºC, e em Coimbra e Santarém não ultrapassará os 25 ºC. Em Beja atingirá os 26 ºC.

Açores e Madeira estarão também condicionados pelas frentes da dita depressão atlântica durante quase toda a semana, esperando-se bons períodos de chuva, com vento, por vezes forte, e rajadas de, no máximo, 80 km/h nalgumas ilhas açorianas. A tendência será, em ambas as Regiões Autónomas, para a diminuição gradual da instabilidade a um ritmo diário, havendo espaço para períodos nublados. Até sexta-feira, a temperatura máxima será de 21 ºC em Ponta Delgada e de 22 ºC no Funchal.

E no fim de semana?

Esta situação meteorológica poderá prolongar-se, pelo menos, até sábado, embora com um inevitável aumento da incerteza na previsão. O mais provável é que a baixa isolada em altitude se debilite, com reflexo numa progressiva estabilização do tempo no nosso país.

Portanto, a precipitação em Portugal continental deverá diminuir consideravelmente a partir de quinta-feira, bem como a presença de nuvens. Espera-se que as temperaturas continuem relativamente abaixo da média, com vento de Sudoeste até sábado. A partir de domingo, há uma potencial mudança do fluxo de vento, com o mesmo a poder eventualmente soprar do quadrante Norte.