Temperaturas baixas, geada, chuva, neve e granizo em Portugal: saiba em que regiões e quando são esperados estes efeitos

Nos próximos dias o tempo em Portugal continental vai continuar a arrefecer devido ao reforço do ar polar sobre a nossa geografia. Além disto, preveem-se outros fenómenos meteorológicos, entre os quais geada e precipitação de chuva, neve e granizo. Eis as regiões mais afetadas.

Já não é novidade nenhuma a chegada ‘triunfante’ do ar polar à geografia de Portugal continental. Como previsto com grande antecedência pela Meteored - 7 dias antes - , o dia da Imaculada Conceição marcaria uma viragem abrupta na situação meteorológica vivida até então.

O frio impôs-se categoricamente no nosso país e agora, a questão que importa é: até quando irá durar? Será um efémero ‘respiro’ invernal ou a afirmação de um padrão meteorológico típico da estação do ano (inverno climatológico) em que já estamos inseridos?

A segunda semana de dezembro arrancou com baixas pressões sobre Itália e abundância de ar frio nos níveis médios da troposfera, procedentes da massa de ar polar que entrou pela Península Ibérica adentro na jornada de ontem - 8 de dezembro.

Entre quarta (11) e quinta-feira (12) é expectável a formação de uma depressão isolada em altitude (também conhecida como gota fria) a oeste do Cabo de São Vicente, que se deslocará lentamente em direção à faixa costeira ocidental portuguesa. Entretanto, outros núcleos de ar frio formar-se-ão em grandes altitude, e, com o potencial de interação mútua, a previsão meteorológica afigura-se complexa.

Apesar da elevada incerteza associada à previsão, perspetiva-se que o Algarve e o Baixo Alentejo são sejam as regiões portuguesas, no Continente, com valores mais altos de precipitação acumulada nesta segunda semana de dezembro.

Vento Leste e tempo cada vez mais frio. Até quando?

Esta segunda-feira, 9 de dezembro, arrancou estável e predominantemente seca e soalheira. Mesmo assim, os períodos de nebulosidade irão persistir até meio da tarde de hoje, em particular no interior Norte e Centro. Uma nova descida das temperaturas máximas e mínimas acentuou o tempo frio, com os termómetros a registarem o valor de máxima mais elevado em Faro (15 ºC).

O vento dominante vai soprando do quadrante Norte com intensidade fraca a moderada, embora na faixa costeira e nas terras altas surja moderado a forte. Até meio da tarde de hoje preveem-se rajadas de 65 km/h. Com o vento Norte, a sensação de frio tende a agravar-se, provocando um elevado desconforto térmico.

geada
As geadas vão intensificar e ganhar terreno na madrugada e início da manhã de quarta-feira, 11 de dezembro.

Para amanhã - terça-feira, 10 de dezembro - espera-se céu pouco nublado ou limpo, com aumento temporário de nebulosidade no Norte e no Centro, especialmente nas regiões interior a partir do final da manhã. Embora a probabilidade seja bastante reduzida, poderão cair chuviscos dispersos no Norte e no Centro, que seriam de neve na cota dos 1000/1200 metros de altitude nas regiões do interior.

O vento rodará para o quadrante Leste, soprando geralmente fraco. Prevê-se formação de geada generalizada na Terra Fria Transmontana, e nalguns vales, locais abrigados e áreas montanhosas de maior altitude do Norte e Centro. Além disto, a presença da massa de ar polar em altitude continuará a reforçar a sua influência sobre Portugal continental, provocando uma nova e ligeira descida das temperaturas mínimas, que será mais evidente no litoral Oeste e Ribatejo (distritos de Leiria, Santarém e Lisboa).

Prevê-se que quarta-feira, 11 de dezembro, seja o dia mais frio da semana em Portugal continental. A descida das temperaturas máximas será sentida em praticamente toda a geografia, mas será mais evidente no interior das Regiões Norte e Centro: Vila Real (9 ºC), Viseu (10 ºC), Bragança (6 ºC) e Guarda (5 ºC).

Porém, será ainda na jornada de quarta-feira (11) que se esperam os primeiros sinais de mudança do estado do tempo seco e muito frio para um ligeiramente mais ameno e húmido, ainda que não de maneira uniforme.

Prevê-se que quarta-feira, 11 de dezembro, seja o dia mais frio da semana em Portugal continental. A descida das temperaturas máximas será sentida em praticamente toda a geografia, mas será mais evidente no interior das Regiões Norte e Centro. Na Beira Alta os termómetros registarão temperaturas mínimas negativas, bem como nalguns outros locais do interior Norte e Centro. A mínima mais elevada está prevista para Faro (8 ºC) e regra geral, todas as capitais de distrito - incluindo Porto e Lisboa - registarão 5 ºC ou menos.

Além disto, segundo os mapas de referência da Meteored, com a combinação de temperaturas tão baixas e vento fraco, a formação de geada terá tendência a aumentar em intensidade e extensão na madrugada de quarta-feira (11). Será ainda na quarta-feira (11) que se esperam os primeiros sinais de mudança do estado do tempo seco e muito frio, embora surjam apenas na reta final do dia.

Haverá muitos períodos de céu nublado e prevê-se que, já no período noturno (cerca das 19:00/20:00), uma depressão isolada em altitude situada a sudoeste do Continente comece a produzir aguaceiros fracos no Alentejo Litoral (parte sul do distrito de Setúbal), Baixo Alentejo (distrito de Beja) e Algarve (distrito de Faro). O vento prevalecerá do quadrante Leste mais um dia, soprando pontualmente moderado nas terras altas.

granizo
Não se exclui a possibilidade de queda de granizo em locais do Barrocal e Serra algarvia, bem como nalguns locais do Baixo Alentejo na madrugada de quinta-feira, 12 de dezembro.

A precipitação continuará na quinta-feira, dia 12. Há granizo e aguaceiros de neve em perspetiva

Quinta-feira (12) será um dia de céu muito nublado devido à aproximação do já referido centro de baixas pressões. Preveem-se aguaceiros na região Sul, sendo mais prováveis e frequentes nos distritos de Beja e Faro, e pontualmente nos de Setúbal e Évora.

De acordo com o modelo de confiança da Meteored, um dos potenciais fenómenos de risco será a possível ocorrência de queda de granizo na madrugada de quinta-feira, dia 12, entre a meia noite e as 06:00 da manhã em zonas do Barrocal e serra algarvia, bem como em planícies do Baixo Alentejo.

Não se exclui a hipótese de precipitação de neve acima dos 800/1000 metros de altitude nas regiões Norte e Centro, embora a probabilidade seja reduzida. O vento continuará a soprar fraco a moderado, embora rode para sueste. Por vezes será forte nas terras altas.

Adicionalmente, prevê-se mais uma jornada com geada, novamente mais provável nas regiões do interior Norte e Centro, em particular nos vales e montanhas do extremo Norte. Por oposição aos dias anteriores, espera-se um aquecimento do estado do tempo, traduzido pela ligeira subida das temperaturas, tanto máximas como mínimas.

depressão
A sudoeste de Portugal continental é possível observar uma baixa pressão, que trará a precipitação fraca, por vezes de neve e granizo, a vários locais do nosso país, sobretudo Baixo Alentejo e Algarve.

Para sexta-feira (13) prevê-se muita nebulosidade e alguns aguaceiros fracos, mas muito dispersos pelo país. A natureza caótica das depressões isoladas em altitude torna a sua trajetória muito errática, e, consequentemente, afigura-se bastante complexa a previsão da distribuição da precipitação. Contudo, alguns locais dos distritos de Faro, Beja, Évora, Lisboa, Santarém, Portalegre, Guarda, Castelo Branco, Braga e Porto poderiam registar alguma precipitação débil.

Acima dos 1000/1200 metros de altitude, especialmente na Beira Alta, poderão cair aguaceiros de neve. O vento continuará a soprar predominantemente de sueste, pontualmente forte nas terras altas. Os termómetros deverão voltar a registar uma suave subida, sobretudo das temperaturas mínimas. Quanto à geada, perspetiva-se que surja em especialmente em áreas montanhosas do interior Norte e Centro, bem como nalguns vales e locais abrigados.

Para o fim de semana a incerteza na previsão aumenta significativamente, mas para já perspetiva-se um sábado (14) de céu pouco nublado ou limpo, com períodos de maior nebulosidade no interior Norte e Centro. Espera-se uma jornada amena no Algarve, com pequena subida generalizada das temperaturas máximas no resto da geografia de Portugal continental e ainda a continuidade de vento de Es/Sueste, mais forte no Algarve.