Semana com Portugal à mercê de chuva e vento forte, mas também anticiclone

Hoje começa a primavera astronómica e tudo indica que os primeiros dias da nova estação serão dominados pelo fluxo de oeste. O jato polar acelerará, mudando as peças do “puzzle” atmosférico em Portugal. Consulte a previsão!

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A primeira semana da primavera astronómica em Portugal continental será marcada por alguns dias de sol e calor, mas também de chuva e vento forte. Quando se prevê instabilidade meteorológica?

Nesta segunda-feira, 20 de março, pelas 21:24, arrancará oficialmente a primavera astronómica no instante do equinócio. Hoje o estado do tempo mostrou-se bastante ameno, estável, seco e com céu parcialmente nublado de norte a sul de Portugal continental. A temperatura máxima atingiu ou superou os 20 ºC em quase todas as capitais distritais a sul de Coimbra, destacando-se, por exemplo, Santarém, Évora e Beja (22/23 ºC).

Mesmo assim, a nebulosidade alta carregará nas áreas mais setentrionais do país nas últimas horas desta segunda (20), esperando-se queda de chuviscos no Alto e Baixo Minho, aproximadamente entre as 03:00 e as 06:00 da madrugada de terça (21), devido à desagregação de um sistema frontal perto desta região nortenha.

A partir de terça o jato polar acelera

Nesta terça-feira (21), o jato polar ganhará velocidade e, após vários dias com ondulações muito marcadas, o modelo que merece a nossa maior confiança aposta no domínio do fluxo zonal para o resto desta semana. As depressões, muito cavadas, percorrerão as latitudes mais altas (NAO positiva) e, quando tal acontece, Portugal regista pouca precipitação, ou então tempo completamente seco – podendo haver contrastes entre as várias regiões que compõem o nosso país.

Além disto, o vento de Sudoeste canalizará massas de ar subtropical muito amenas até à nossa latitude, e, ao mesmo tempo, a crista anticiclónica estimulará a subsidência do ar, provocando o aquecimento do ar e, consequentemente, a subida da temperatura. Isto acontecerá de maneira mais vincada no Centro e Sul do país, e não tanto no Norte.

Para já, não se antecipa um grande temporal de chuva - generalizada e abundante - no curto prazo, na nossa geografia continental. No entanto, entre quinta (23) e sexta-feira (24) prevê-se a passagem de frentes frias de fraca a moderada atividade que descarregariam precipitação nalgumas regiões do nosso país.

Ainda assim, nos próximos dias, irá comentar-se novamente os valores de temperatura invulgarmente elevados para a época do ano nalgumas regiões, salientando-se as regiões a sul do Tejo, e em específico o Vale do Guadiana (Baixo Alentejo) e o Sotavento Algarvio (Algarve). O tempo em Portugal irá manter-se estável, nublado ou pouco nublado e em geral, seco e ameno, até à próxima quarta-feira (22). E que se prevê para o resto da semana?

Quinta e sexta: frescura temporária, chuva desigualmente distribuída e vento forte

De meados para finais da semana, as já mencionadas frentes irão afetar, grosso modo, apenas a Região Norte de Portugal (e de maneira mais expressiva o Noroeste – Viana do Castelo, Braga e Porto). Haverá momentos, sobretudo na quinta (23), em que a chuva poderá adquirir um carácter moderado e persistente.

A chuva cairá muito mais suave, irregular e dispersa na metade oriental da Região Norte (isto é, a leste da Barreira de Condensação) e de forma muito pontual – provavelmente em regime de aguaceiros – nalguns pontos de maior altitude do Centro do país. Na Região Sul, pouca ou nenhuma chuva irá precipitar, esperando-se um agravamento da seca meteorológica onde a mesma ainda persiste.

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Esta é a previsão da chuva acumulada até domingo, 26 de março, em Portugal continental. No Noroeste do país, a precipitação acumulada poderá variar entre 15 e 75 mm.

Fruto da passagem das frentes de fraca a moderada atividade, deverá registar-se, entre quinta (23) e sexta (24), uma subida da temperatura máxima e uma descida da temperatura mínima, o que contribuiria para uma evidente amplitude térmica diária (na sexta), sobretudo nas regiões mais expostas à chuva. A temperatura não deverá ultrapassar os 16 ºC nas principais cidades do Norte na sexta-feira (24), contrastando com os 20 ºC ou mais do Centro e Sul do país, onde apesar de tudo também se espera alguma nebulosidade que amenizará o calor previsto.

Por último, há que salientar a intensidade do vento de Oes-Sudoeste que à superfície terá um impacto muito mais alargado em termos geográficos, do que a chuva.

Prevê-se que quinta-feira (23) seja o dia mais adverso do ponto de vista meteorológico, quer na acumulação pluviométrica prevista, quer quanto ao vento, que deverá soprar forte de Sudoeste na metade setentrional do país, sobretudo no Litoral Norte e em pontos montanhosos ou de média/alta altitude do interior Norte. Aí prevê-se rajadas de até 55 km/h.

Na sexta (22) o vento diminuirá consideravelmente de intensidade, passando a soprar temporariamente de Oeste/Noroeste em todo o país e haverá chuva fraca, ou aguaceiros pós-frontais na primeira metade do dia.

E no fim de semana?

No sábado (25) espera-se chuva fraca ou aguaceiros no Norte e Centro, muito irregulares e dispersos, e associados à passagem de uma outra depressão situada no Atlântico Norte. O vento passará a soprar forte, novamente de Oeste e Sudoeste e com mais impacto nas partes setentrional e central de Portugal. Haverá uma maior amplitude térmica em grande parte do interior, com subida da máxima e descida da mínima. O céu estará parcialmente nublado no resto do país.

Para domingo (26) espera-se períodos nublados de norte a sul do país devido à estabilização do estado do tempo provocada pela aproximação do anticiclone. Prevê-se uma pequena subida da temperatura mínima e uma pequena descida da temperatura máxima. O vento poderá soprar de Noroeste ou Norte, esperando-se fraco nas regiões do litoral e moderado nas terras altas do interior Norte e Centro.