Sem chuva à vista, o anticiclone "comanda" em Portugal: até quando?
A última semana de janeiro arrancou com algumas pequenas mudanças, mas o tempo anticiclónico vai continuar a dominar com geadas e céu limpo na maior parte do país, situação que poderá prolongar-se durante os primeiros dias de fevereiro. Confira a previsão!
Nas últimas horas estão a surgir algumas exceções ao ambiente anticiclónico que predomina numa grande parte do país. Na Madeira, o céu escureceu e têm caído alguns aguaceiros fracos em vários pontos da Ilha. Inclusive, no sul de Portugal continental, mas de forma extremamente residual e incrivelmente dispersa, caíram alguns chuviscos na região do Algarve. Esta instabilidade meteorológica surgiu graças a uma bolsa de ar frio em altitude que irá acentuar-se nos próximos dias na Região Autónoma da Madeira, e também nas Canárias (Espanha).
A mencionada bolsa de ar frio reflete-se à superfície sob a forma de aguaceiros na Madeira, que se irão dissipar durante o fim de semana. Aliás, em cerca de 72 horas, este Arquipélago poderá somar pelo menos 16 litros por metro quadrado. Não sendo nada de significativo, pelo menos contrasta com a gravíssima seca meteorológica em que Portugal continental está mergulhado.
Nesse sentido, a precipitação escassa que surgiu de forma muito residual no sul do Continente (Baixo Alentejo e Algarve) tanto na segunda-feira (24) como hoje (26), dificilmente voltará a descarregar nos próximos dias. Até domingo, as temperaturas registarão poucas oscilações no Continente. Além do ambiente soalheiro, seco e frio, do Tejo para Sul as poeiras em suspensão do Deserto do Saara poderão tornar a tonalidade do céu ligeiramente esbranquiçada.
Quanto aos Açores, um arquipélago que regista tempo sempre muito variável, irão surgir alguns aguaceiros e vento forte até domingo, mas nada de extraordinário.
Um bloqueio anticiclónico que parece inquebrável, até quando?
Por outro lado, o tempo absolutamente anticiclónico e a estabilidade continuarão a ser os protagonistas em Portugal continental. O mais provável é que esta situação se arraste até aos primeiros dias de fevereiro, pelo menos, de acordo com o nosso modelo de confiança (ECMWF).
Definitivamente, o bloqueio anticiclónico irá persistir mais uns tempos, deixando o sol a brilhar numa grande parte do país. Os nevoeiros aparecerão, por vezes de forma persistente, nos vales do interior – Nordeste Transmontano e Beira Alta – bem como as geadas matinais que nalgumas cidades, fruto das mínimas negativas, serão intensas em cidades como Vila Real, Bragança, Guarda e Covilhã.
Este é o “cocktail perfeito” para o desencadeamento de situações complicadas como a já supracitada seca meteorológica, terrível para a atividade agrícola ou para a prevenção de incêndios florestais, ou até mesmo a poluição atmosférica acentuada por fenómenos naturais como a inversão térmica.