Segunda quinzena de novembro com regresso da chuva, neve e muito frio!
A primeira metade de novembro culminou com um tempo estável, soalheiro e ligeira descida das temperaturas. Num outono bastante anómalo por conta da ausência de chuva, tudo indica que o anticiclone tem os dias contados. Que novidades há para a segunda quinzena do mês? Confira a previsão!
Entramos na reta final do outono meteorológico que terá a sua conclusão nos próximos 15 dias, terminando, exatamente, no dia 30 de novembro. É seguro afirmar que tem sido um outono bastante seco e, em geral, com temperaturas acima do normal, algo que se verificou, sobretudo, no mês de outubro. Mesmo assim, parece que o tempo anticiclónico tem os dias contados. Ao que tudo indica, o regresso da chuva, do frio intenso e até mesmo da neve é uma possibilidade que está a adquirir contornos cada vez mais expressivos no curto/médio prazo. De que falamos?
O tempo anticiclónico irá perdurar até sexta-feira, resultando em dias calmos, de céu limpo ou pouco nublado e ideais para a realização de atividades ao ar livre. Contudo, o modelo Europeu antecipa uma configuração atmosférica que poderá trazer mudanças no estado do tempo já a partir do próximo sábado, dia 20. Com a gradual deslocação do centro de altas pressões (anticiclone) em direção a nor-nordeste, para outras partes da Europa, a instabilidade pode voltar a ganhar terreno no nosso país a partir do próximo fim de semana.
Possível episódio de chuva, neve e muito frio a caminho!
É importante realçar aqui dois momentos distintos: o primeiro terá lugar nos dias 19 e 20 (próximo fim de semana), no qual se afigura como cada vez mais provável a queda de aguaceiros fracos e dispersos, primeiro na Região Sul, e depois na do Centro, devido à presença de ar frio em altitude nas camadas médias e altas da troposfera.
Posteriormente, entre domingo (21) e segunda-feira (22), como o jato polar está a começar a intensificar-se e a gerar ondulações, uma poderosa crista anticiclónica poderá surgir a oeste das Ilhas Britânicas e uma depressão na Europa Central. Com este processo em curso, fica a via aberta para o favorecimento duma entrada de ar polar vinda do Ártico, acompanhada por uma depressão isolada em altitude que abrangeria toda a Península Ibérica, incluindo Portugal Continental.
Temperaturas baixas, mais frias em relação à normal climatológica
Além da chuva, vem aí muito frio. Será de tal forma intenso, que podemos observar a sua dimensão espacial expressa abaixo, no mapa de anomalia térmica. A queda das temperaturas será bastante acentuada e repentina a partir de segunda-feira, dia 22, sendo que todo o país registará até -3 ºC abaixo do habitual. A única exceção será uma pequena parte do Barlavento Algarvio. Estão previstas, inclusive, mínimas negativas de forma pontual ou igual a 0 ºC, para as capitais distritais de Bragança e da Guarda em boa parte da próxima semana, bem como para algumas outras localidades da Região das Beiras e do Minho.
A possibilidade de queda de neve é um cenário que ganha contornos reais e que não deve ser descartado no interior das regiões Norte e Centro, sobretudo em localidades de Trás-os-Montes, Beira Alta e, possivelmente, no Alto Minho. No entanto, as acumulações dificilmente serão significativas.
Quanto à chuva propriamente dita, as projeções dão conta de um cenário com poucos litros por metro quadrado. O episódio de precipitação deverá ter lugar entre os dias 19 e 22, podendo eventualmente arrastar-se para além disso, mas com valores pluviométricos semanais inferiores à média da normal climatológica (1971-2000).
Últimos dias do mês
É, contudo, muito importante frisar, que estas previsões, elaboradas com base em mapas de longo prazo, carecem de fiabilidade na nossa latitude. Apenas podemos tomá-las como um esboço para tendências ou referi-las como possibilidades, apesar dos modelos projetarem esta situação sinótica como algo cada vez mais provável. Teremos de aguardar e acompanhar as próximas atualizações.
Quanto aos últimos dias do mês, entre os dias 27 e 30, os primeiros indícios sugerem que o frio irá permanecer em terras lusas, inclusive com mínimas negativas nalgumas localidades do território, coincidindo justamente com a pré-inauguração do inverno meteorológico (1 de dezembro). No que diz respeito à precipitação, a sua ausência é o cenário mais provável dando continuidade ao que novembro foi, no cômputo geral. Desse lado, acompanhe-nos através da nossas diferentes secções de notícias, mapas, modelos, satélites, radares e muito mais.