Reta final de junho: onda de calor, nuvem de fumo dos incêndios do Canadá e forte nortada
Avisos ativos na Madeira por calor intenso e novos recordes de temperatura máxima alcançados no Arquipélago. Em Portugal continental, a onda de calor persiste, mas já está próxima do seu fim. Que tempo se prevê para os próximos dias?
Esta terça-feira (27) amanheceu, uma vez mais, com céu "nublado" - não devido a nuvens de precipitação - mas sim devido à nuvem de fumo dos incêndios do Canadá. Se não fosse este fenómeno, o céu estaria limpo ou apenas com nuvens altas nalgumas partes do território de Portugal continental.
A nuvem de fumo dos incêndios florestais canadianos alcançou, nas últimas 24 horas, a totalidade do Continente e, nos próximos dias - correspondentes à reta final de junho -, a quantidade de fumo na atmosfera dos céus portugueses poderá voltar a aumentar. Hoje (27) a temperatura máxima atingiu 38 ºC na cidade de Portalegre e a mínima fixa-se pelos 15 ºC na cidade de Coimbra. O vento vai soprando predominantemente do quadrante Norte.
A próxima madrugada será asfixiante - de terça (27) para quarta (28) - sobretudo naquelas regiões onde se prevê temperatura mínima igual ou superior a 20 ºC - distrito de Castelo Branco, o Alentejo inteiro (Portalegre, Évora e Beja) e distritos de Santarém, Lisboa e Faro. Algo para o qual também contribuirão os índices de humidade (dos 40% para cima).
Quarta-feira, 28: o calor intenso começa a aliviar
Quarta-feira (28) será o último dia da onda de calor em Portugal continental. Espera-se céu pouco nublado ou limpo, embora o seu aspeto possa estar condicionado pela nuvem de fumo dos incêndios do Canadá. Apesar disso prevê-se uma subida da temperatura máxima e uma pequena descida das mínimas (as noites manter-se-ão tropicais nalgumas das regiões supracitadas - essencialmente Alentejo e Algarve).
Contudo, de quarta (28) para quinta (29), graças a uma massa de ar ligeiramente mais fresca procedente do Atlântico Norte que se atravessará pelo Norte da Península Ibérica - associada a uma depressão - ocorrerá um alívio gradual das temperaturas diurnas e noturnas, que ficarão consideravelmente mais amenas na quinta (29) e mais condizentes com a época do ano. Todavia, haverá uma exceção: o Algarve registará uma subida na temperatura, prevendo-se quase 40 ºC na cidade de Faro (38 ºC) na quinta-feira, 29 de junho.
Nestes dois próximos dias, quarta (28) e quinta (29) - o estado do tempo em Portugal continental prevê-se estável e predominantemente soalheiro - apesar da nuvem de fumo que conferirá um aspeto estranho e distinto ao céu - com calor intenso no primeiro destes dias, mas com uma diminuição térmica acentuada no segundo. Além disso, a forte nortada prevista contribuirá para uma amenização das temperaturas, sobretudo no litoral atlântico entre Viana do Castelo e Lisboa. Ainda assim, não descure os cuidados a ter com o calor e com a radiação solar.
Recordes de temperatura possivelmente quebrados na Madeira e calor intenso até quinta-feira, 29
A cidade-capital da Região Autónoma da Madeira (Funchal) poderá ter batido esta terça-feira, 27 de junho, o seu recorde de temperatura máxima (38,7 ºC), após ontem (26 de junho) já ter sido - possivelmente - batido um novo recorde mensal para um mês de junho à escala de todo o território do Arquipélago da Madeira. Mesmo assim, o maior recorde de temperatura permanece por quebrar, ainda que restem apenas três décimas. Até à data, a mais elevada temperatura máxima registada na Ilha foram uns impressionantes 39 ºC em agosto de 1976!
O Arquipélago da Madeira está a viver um impressionante episódio de tempo quente. Para estes próximos dias, a temperatura rondará ou superará os 30 ºC em boa parte deste território insular. Na área sul prevê-se até 35 ºC de máxima, com a mínima a oscilar entre 21 e 25 °C. A Costa Sul da ilha da Madeira esteve em aviso vermelho até às 20:00 desta terça-feira. Entretanto mudará para aviso laranja nos próximos dias, sendo que a Costa Norte e as Regiões Montanhosas mantêm-se em aviso amarelo. O tempo quente vai continuar até quinta, 29 de junho.
Por causa do fluxo persistente de leste, prevê-se ainda o transporte de poeiras do Saara até ao arquipélago da Madeira. Além disso, nas áreas de maior altitude o vento soprará com bastante força e, devido aos índices de humidade reduzidos - relacionados com as características da massa de ar que está a envolver a Madeira - o risco de incêndios poderá ser potenciado.