Reta final da semana com rio atmosférico e fluxo de nordeste: eis como estes fenómenos influenciarão o tempo em Portugal

A “torneira” do oceano Atlântico volta a encerrar. Até ao final desta semana de 6-12 de janeiro, a crista anticiclónica vai assumir um papel de destaque na meteorologia, consolidando a sua influência ao largo da costa ocidental de Portugal continental. Deste modo, será paulatinamente gerado um bloqueio anticiclónico de 1030/1040 hPa na Europa Central. Este ‘escudo’ de altas pressões será intransponível a partir de oeste, pelo que a entrada de frentes vindas do Atlântico será bloqueada.

Mas, enquanto as altas pressões não solidificam, uma nova frente, alimentada por um pequeno rio atmosférico, provocará queda de precipitação na sexta-feira (10) e no sábado (11). Inicialmente, na sexta (10), o vento continuará a soprar do quadrante Sul, passando posteriormente a surgir de Oeste. As temperaturas manterão valores acima da média para a época do ano devido à origem da massa de ar (tropical marítima) e ao vento Sul e Oeste.

A partir de domingo (12), o tempo começará a alterar-se significativamente, perspetivando-se a entrada de um fluxo de nordeste. Como acontece frequentemente com este tipo de centro de ação atmosférica de altas pressões, o flanco leste do escudo anticiclónico ficará desprotegido dos fluxos de ar frio procedentes da Europa Central.

Deste modo, dentro de poucos dias, prevê-se a formação de uma baixa pressão sobre Itália, que deslocaria uma massa de ar polar continental para o Mediterrâneo Ocidental (onde se encontra o leste de Espanha e as Baleares).

Mais tarde, este fluxo frio de nordeste (ar polar continental) originaria, segundo os modelos de referência da Meteored, uma mudança de tempo em Portugal continental no domingo (12) e, principalmente, na segunda-feira (13).

A chuva mantém-se nalgumas regiões até sábado

O “grosso” da chuva desta semana ocorreu hoje, quarta-feira 8 de janeiro. Porém, até sábado (11) ainda se prevê ocorrência de precipitação na nossa geografia. Na sexta (10) preveem-se períodos de chuva fraca, por vezes moderada, no Minho (distritos de Viana do Castelo e Braga) e Douro Litoral (distrito do Porto).

Nos restantes distritos do Continente a probabilidade e frequência de precipitação augura-se menor, pelo que a chuva seria fraca e intermitente, com uma distribuição geográfica mais dispersa. Para sexta (10) é expectável a possibilidade de formação de nevoeiro no período matinal e noturno em grande parte do país, cenário que se repetiria no sábado (11), mas apenas da parte da manhã.

Quanto a sábado (11), os mapas de confiança da Meteored revelam períodos de chuva, mais prováveis até ao início da tarde, sendo mais persistente no litoral das regiões Norte e Centro (distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro e Coimbra) e em geral fraca no interior das regiões Norte e Centro (distritos de Vila Real, Bragança, Viseu e Guarda) e nas regiões situadas a sul do Tejo (Alentejo e Algarve). Neste dia o vento voltará a mudar de quadrante. Inicialmente surgirá de Oeste, passando a soprar, mais tarde, do quadrante Norte.

Entre domingo (12) e segunda-feira (13) o país testemunhará uma mudança significativa no estado do tempo. Além da crescente influência e consolidação das altas pressões ao largo da costa de Portugal continental - tal como referido na parte inicial desta notícia - o vento mudará novamente de quadrante, passando a soprar de Nordeste.

Nos referidos dias - 12 e 13 de janeiro - Portugal continental ficará gradualmente exposto a uma massa de ar polar continental, com baixo teor de humidade e associada ao vento que passará a soprar de Nordeste. Enquanto em Espanha (regiões orientais) poderá ocorrer chuva e queda de neve, por cá, apenas teremos em comum com o país vizinho o tempo mais frio. Deste modo, o nosso país registará apenas uma descida considerável das temperaturas, em particular das mínimas.