Que tempo nos espera em março?
Nas últimas horas o tempo em Portugal mudou radicalmente. Das temperaturas amenas e estabilidade meteorológica passamos para as chuvas e para o vento forte em território nacional. Será temporário? Ou teremos um março de chuva, vento e frio? Contamos-lhe mais aqui!
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Fevereiro teve precipitação escassa, apesar das evidentes mudanças no estado do tempo no último dia do mês (ontem). Precisamente no seu último dia surgiram nuvens e as primeiras chuvas dum panorama cinzento e húmido na generalidade do nosso país, com maior impacto geográfico no litoral Oeste. Mesmo nas regiões do Alentejo e Algarve, a chuva marcou presença, apesar de fraca.
Para já, o tempo em março arrancou com alguma instabilidade associada, mais fresco, húmido e ventoso, coincidindo precisamente com o início da primavera climatológica (1 de março). Este tempo resulta de perturbações frontais associadas à depressão Jorge, que no entanto, não está a afetar diretamente Portugal continental.
As próximas horas darão lugar a um enorme vendaval em #Portugal
— Tempo.pt (@Tempo_Portugal) March 1, 2020
As regiões Norte e Centro vão ser fustigadas por vento Sudoeste, com rajadas máximas de 85 km/h no litoral ️
Nas terras altas podem vir a atingir os 110 km/h ️
️ Secção de modelos: https://t.co/YgFQCwYoPu pic.twitter.com/M15i202yuP
Rajadas de vento até 110 km/h nas primeiras 48 horas de março
Hoje começou a primavera climatológica. As primeiras 48 horas de março serão de tempo adverso em Portugal continental, com ventos fortes e muita chuva. De acordo com o nosso modelo de referência, o ECMWF, tudo indica que teremos um arranque de março completamente diferente da monotonia das últimas semanas.
A situação de tempo variável, com alguma instabilidade associada, vai persistir devido às sucessivas ondulações da corrente de jato (jet stream), ao enfraquecimento do anticiclone que permite a penetração em território nacional de depressões ou restos de depressões com maior intensidade a nível meteorológico.
Para além do arrefecimento do tempo, com uma notória descida das temperaturas, em especial as mínimas (4 ºC no interior Norte, 10 ºC a 11 ºC no litoral Oeste e até 13 ºC na região Sul), seremos fustigados pelos ventos fortes de Sudoeste (com as próximas horas a serem as mais críticas), com rajadas de 80 a 90 km/h no Norte e Centro, e até 110 km/h nas terras altas. Vão persistir os períodos de chuva moderada a forte, com um pano de fundo cinzento e húmido.
Os acumulados de precipitação previstos pelo #ECMWF para os próximos dias em #Portugal são tremendos!
— Tempo.pt (@Tempo_Portugal) March 1, 2020
Estas são as regiões que vão registar mais #chuva ️
Minho (119 mm)
Douro Litoral (96 mm)
Beira Litoral (93 mm)
️ Consulte os nossos mapas em: https://t.co/3eR5ice3Kt pic.twitter.com/jJlVgWT58k
Primeiros dias de março húmidos e ventosos
Para um mês tão variável como o de março fazer uma previsão para lá de 4 ou 5 dias torna-se uma ousadia. Por agora, o ECMWF estima que a primeira semana de março registe temperaturas dentro do normal em todo o país, exceto para a região Sul (anomalia positiva 0 ºC a 3 ºC) onde estarão acima da média.
Quanto à precipitação, vamos registar valores acima da média na região Norte (anomalia positiva de 10 a 60 mm) e dentro da média na região Centro. Na região Sul mantém-se a preocupação com a seca meteorológica (anomalia negativa -30 a 0 mm no Algarve).
Segundo o modelo #ECMWF, que níveis de #precipitação e #temperatura teremos em março?
— Alfredo Graça (@alfredomgraca95) March 1, 2020
Primeira semana com #chuva acima da média (exceto no Algarve) e valores de temperatura normais (exceto na região Sul, anomalia positiva 0 ºC a 3 ºC).
Fonte: https://t.co/UDQYDi6DnZ pic.twitter.com/Q8F38dIZce
E nas semanas seguintes?
A partir do dia 9 de março, a incerteza é muito elevada. Para a segunda semana do mês, as previsões a longo prazo do ECMWF revelam um cenário de temperaturas acima da média em todo o país, e de precipitação escassa, regressando assim um panorama meteorológico em tudo semelhante ao que imperou em fevereiro, resultante, provavelmente, do fortalecimento do anticiclone dos Açores.
No entanto, há mapas que a médio e longo prazo começam a mostrar um jet stream mais oscilante, com possível ascensão em latitude do anticiclone dos Açores até à Galiza ou Ilhas Britânicas, pelo que predominariam os ventos de este ou de norte, resultando em temperaturas mais condizentes com a época do ano em que estamos. A maior mobilidade dos centros de ação pode originar uma situação mais variável e instável. Por agora, recorra ao guarda-chuva e evite sair à rua nas horas mais ventosas.