Próximos dias com chuva e trovoada trazem risco de cheias a Portugal
Após o calor vivido no fim de semana, a tempestade coincidiu com o arranque da semana, tal como por nós antecipado há vários dias. De aguaceiros fortes a trovoada e outros possíveis fenómenos extremos, até quando durará este tempo? Confira a previsão!
Tal como aqui se previra, a semana arrancou muito instável devido à influência de uma depressão isolada com expressão em altitude que entrou ‘a todo o gás’ na madrugada desta segunda-feira (13) na Área Metropolitana de Lisboa, Leiria e Setúbal.
Entre as últimas horas do dia de hoje e quarta-feira (15), a tempestade deixará um episódio de instabilidade generalizada, sendo obviamente mais notória numas regiões do país do que noutras. Trata-se de uma profunda bolsa de ar frio com reflexo de baixas pressões à superfície, e está praticamente descolada da circulação geral da atmosfera.
A chuva abrandou ou praticamente se reduziu a nada desde o meio da manhã até meio da tarde. Ainda assim, o céu escuro povoado por nuvens bem carregadas ameaçava a aparente estabilidade. Isto porque, desde o final da tarde, e em especial, nas últimas horas desta segunda-feira, prevê-se que a precipitação volte a intensificar nas regiões do Minho, Douro Litoral, Beira Litoral e Ribatejo. As áreas de montanha serão particularmente atingidas pela precipitação. Noutros pontos do país que não os mencionados, a chuva poderá cair sob a forma de aguaceiros.
Terça e quarta-feira, o auge da tempestade
À medida que a primeira metade da semana for progredindo, nenhum ponto de Portugal continental escapará à intempérie, registando tempo instável e precipitação, ora sob a forma de chuva fraca ou moderada, ora sob a forma de aguaceiros, alguns deles fortes e acompanhados de trovoada.
A ocorrência de granizo é uma possibilidade, bem como fenómenos extremos de vento localizados como os “downbursts”. Além disso, a descida das temperaturas também está prevista para os próximos dias. Mas afinal, em que regiões se dará o quê e de que forma?
Para terça-feira, prevê-se um padrão de chuva mais abundante e persistente, característico das depressões atlânticas como a que nos está a afetar, mais provável nos distritos da faixa costeira ocidental, como por exemplo, Porto, Aveiro e Lisboa. Já no interior, em distritos como Vila Real, Viseu, Castelo Branco, Santarém e Évora a probabilidade de precipitação sob a forma de aguaceiros fortes e trovoada é maior.
Este dia será a fase crítica da depressão e os momentos previstos para o seu auge dar-se-ão já durante as primeiras horas da madrugada do dia 14, bem como ao início da tarde a partir, provavelmente, das 14 horas. Com esta situação, há risco de cheias rápidas, dependendo naturalmente do carácter de exposição e vulnerabilidade na área afetada.
Com o fluxo de Sul a alimentar persistentemente a depressão, prevê-se para quarta-feira (15) que uma significativa porção da tempestade já se tenha deslocado para leste rumo a Espanha. Contudo, os seus remanescentes vão continuar a afetar uma boa parte de Portugal continental. À data de hoje, o nosso modelo de confiança (ECMWF) estima que, nesse dia, os distritos mais afetados sejam - e daqui realce-se o carácter irregular associado à distribuição de precipitação derivada deste tipo de depressões - Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Porto, Coimbra e Beja.
A partir de quinta-feira, a estabilidade começa lentamente a assentar
Ao entrarmos na jornada de quinta-feira (16), prevê-se um panorama meteorológico mais estável, apenas interrompido com alguns aguaceiros fracos, dispersos e repartidos irregularmente pela geografia continental, todavia, em geral, predominará céu nublado, com algumas abertas.
Na sexta-feira (17), o tempo não deverá sofrer grandes oscilações em relação ao dia anterior, esperando-se períodos nublados intercalados com abertas. Aquilo que mais se salienta nesses dias, numa tendência que alargar-se-á pelo fim de semana, é o vento de Norte a retornar a terras lusas, soprando fraco, por vezes moderado. Na faixa costeira ocidental poderá até soprar com mais intensidade, especialmente a norte do Cabo Carvoeiro. Quanto às temperaturas, tudo indica que estarão sempre muito variáveis, num ‘sobe-e-desce’ bem evidente ao longo da semana.