Provável depressão fria isolada no final da semana: que fenómeno é este e que efeitos provocará em Portugal?
A possível formação de uma depressão fria isolada ganha contornos cada vez mais reais. Este sistema de baixas pressões poderá descarregar mais chuva, trovoada e granizo em Portugal continental à entrada para o fim de semana. Eis a previsão!
O tempo em Portugal continental esta terça (12) registou nevoeiro matinal nalguns locais e aguaceiros fracos e dispersos noutros. O céu na região mais meridional do país (Algarve) apresentou-se, em geral, pouco nublado ou limpo. O vento voltou a soprar de Noroeste. A temperatura máxima atingiu 27 ºC em Beja e Faro, com o termómetro a registar uma mínima de apenas 11 ºC na Guarda. Os Arquipélagos dos Açores e da Madeira registaram um tempo variável, marcado por períodos nublados, abertas e chuva fraca.
Para quarta (13) e quinta (14) não estão previstas grandes alterações na situação meteorológica na nossa geografia. De facto, a maior novidade para os próximos dois dias estará relacionada com a subida, gradual e significativa, da temperatura máxima de norte a sul de Portugal continental. Além do tempo seco, reflexo de uma ausência de precipitação generalizada, espera-se uma intensificação do calor, com o vento a soprar fraco, pontualmente moderado e de direções variáveis (Noroeste, Oeste e Leste).
De acordo com o modelo ECMWF - aquele com que trabalhamos aqui na Meteored - a formação de uma depressão fria isolada é um cenário cada vez mais provável de ocorrer entre sexta (15) e sábado (16) a oeste do nosso país, precisamente “às portas” de Portugal. Os mapas do modelo meteorológico no qual depositamos a nossa maior confiança, tem vindo a apostar, nas suas últimas saídas, numa panorama de instabilidade atmosférica potencialmente intensa, que afetaria não só Portugal, mas uma grande parte da Península Ibérica.
Como se pode observar no mapa acima, para além da depressão fria isolada já mencionada, ligeiramente mais a oeste deste centro de baixas pressões estará posicionado o furacão Margot. Ainda assim, em princípio, estes sistemas meteorológicos não deverão interagir, pelo que o nosso país não seria afetado pelo mencionado sistema tropical.
Chuva e aguaceiros, trovoada e possibilidade de granizo
O episódio meteorológico que se avizinha apresentará, em princípio, algumas diferenças em relação à gota fria que vivemos ainda recentemente. Isto porque a gota fria terá um reflexo à superfície, formando-se desta forma a já mencionada depressão fria isolada.
A gota fria apresenta um núcleo frio bastante saliente, embora ligeiramente menos cavado do que a primeira que atingiu o nosso território do Continente há alguns dias. O vento à superfície, associado à depressão, favorecerá o transporte de ar húmido para mais regiões.
Deste modo, essas regiões serão aquelas em que a probabilidade de serem atingidas por trovoadas mais fortes e aguaceiros mais intensos, frequentes e persistentes - sob a forma de granizo ou não - é maior. O fluxo de Sul ou Sudoeste durante o fim de semana de 16 e 17 de setembro - sábado e domingo - parece dar consistência ao cenário de instabilidade meteorológica generalizada.
Este episódio de tempo instável distribuirá precipitação (quantidades ainda muito indefinidas) de chuva e/ou granizo, possivelmente por todo o território de Portugal. À data de hoje, o interior Norte e Centro e o Alto e Baixo Alentejo (distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre e Beja) parecem ser as áreas geográficas onde se prevê as acumulações pluviométricas mais abundantes, não se descartando transbordamento de rios, derrocadas e inundações localizadas e de carácter repentino.
Demasiado cedo para saber que regiões serão mais condicionadas pelo tempo adverso
Ainda assim, é demasiado precoce saber com precisão que regiões do país estão em maior risco de registar este tipo de problemas. É uma situação que ganhará contornos mais realistas nas próximas 48 horas e, a partir do IPMA, os adequados avisos meteorológicos serão ativados.