Previsão do verão 2024 em Portugal segundo a Meteored: estas são as últimas tendências para a estação. Eis o que esperar
O verão climatológico arrancará em breve e como muita gente vai de férias nesta estação do ano, há uma enorme expectativa com o estado do tempo em Portugal continental, Açores e Madeira. Eis as últimas previsões de um dos modelos de referência da Meteored.
O verão está mesmo a “bater à porta”. A estação mais quente do ano (dias mais longos e noites mais curtas) terá início no hemisfério norte a 20 de junho, às 21 horas e 51 minutos, e durará 93 dias. O início da estação astronómica coincide com o solstício, o instante do ano em que o Sol atinge a sua maior elevação ao meio-dia e em que ocorrem os dias com mais horas de luz.
Nos últimos dois anos - 2022 e 2023 - Portugal continental registou dois dos seus seis verões mais quentes desde 1931. O verão passado foi o 6º verão mais quente dos últimos 93 anos.
De acordo com os dados do IPMA, o valor médio da temperatura média do ar no verão de 2023, 22.90 °C, foi 1.65 °C acima da média climatológica de referência (normal climatológica 1971-2000), sendo que o valor mais elevado foi atingido em 2005: 23.43 °C.
Um verão que se vislumbra mais quente do que o normal
De acordo com a última previsão do Copernicus Climate Change Service (doravante mencionado como C3S), uma das organizações de referência para a Meteored, o próximo verão será mais quente do que o normal em grande parte de Portugal continental, com uma probabilidade de 60 a 100% de tal acontecer.
Na verdade a previsão não se baseia num único modelo de referência, mas sim em oito diferentes modelos desenvolvidos em vários países e centros de investigação e desenvolvimento europeus, bem como em países doutros continentes que não a Europa (Estados Unidos e Japão).
A probabilidade de um verão mais quente do que o normal não se limita apenas a Portugal continental, mas também ao resto da Península Ibérica e a uma grandíssima parte da Europa, com as situações mais significativas previstas para países e regiões da Europa Mediterrânea, tais como o sul de França, Itália e Grécia, ou no Sudeste Europeu - região dos Balcãs - e que engloba países como a Croácia, Bósnia, Sérvia, Albânia, Roménia e Bulgária, entre outros.
Apenas algumas zonas a norte da Islândia, no Mar Báltico e da Rússia apresentam anomalias neutras no mapa.
Se tivermos em conta apenas os 20% dos verões mais quentes de que há registo em Portugal continental, a probabilidade de a próxima estação se enquadrar nesta categoria é de 60-70% para as regiões do litoral (exceto Minho) e de 70 a 100% para as regiões do interior, Minho, Açores e Madeira. Isto significa que as temperaturas médias poderão ser semelhantes às dos 5 ou 6 verões mais quentes de que há registo desde 1931.
Será que os próximos meses estarão repletos das famosas “trovoadas de verão”?
De acordo com o mapa de previsão sazonal do C3S, pode-se observar que o verão climatológico de 2024 será seco de norte a sul do Continente e em grande parte do arquipélago da Madeira, e dentro dos valores normais de referência no arquipélago dos Açores.
No que diz respeito à precipitação a situação poderá mesmo agravar-se nalgumas regiões, uma vez que o verão é, climatologicamente, a estação mais seca do ano em Portugal continental, apesar da precipitação surgir com alguma frequência sob a forma de fortes trovoadas, isto é, as famosas “trovoadas de verão”.
Esta previsão ganha contornos ainda mais expressivos se tivermos em conta o mês de abril, classificado como muito quente e muito seco, e durante o qual a seca meteorológica voltou a estar presente em quase 10% da geografia do Continente. A perspetiva de que o trimestre estival seja seco não abona nada a favor de regiões cronicamente mais carentes de água, tais como o Alentejo e o Algarve.
Ainda segundo a previsão do C3S, o verão será mais seco do que o habitual em toda a geografia de Portugal continental e em grande parte da Região Autónoma da Madeira, com uma probabilidade de 40 a 50%. Neste caso, o sinal não é tão evidente como no caso das temperaturas. Tampouco devemos esquecer que uma única trovoada ou tempestade de verão pode alterar o balanço de pluviosidade da estação estival.