Poderosa tempestade Bárbara a caminho: possíveis riscos e impactos

Está prestes a chegar o tão antecipado temporal atlântico a terras portuguesas. A radical mudança do tempo provocada pela tempestade Bárbara deixará chuvas e ventos fortes já a partir de amanhã em Portugal. Leia a previsão e os riscos associados.

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A tempestade Bárbara vai provocar uma mudança radical no estado do tempo, com chuvadas e vendavais que poderão causar inúmeros estragos.

Ao longo dos primeiros dias desta semana a tempestade Bárbara, recém-nomeada pela AEMET, associada a um cavado muito acentuado, afetará Portugal continental e grande parte da Espanha, deixando chuvas localmente muito intensas, com o potencial de causar estragos. Já aqui tínhamos alertado para a chegada iminente de uma tempestade atlântica que atingiria toda a Península Ibérica.

Esta tempestade advém da interação entre uma massa de ar polar oriunda do Atlântico norte, e a circulação subtropical na área entre o arquipélago dos Açores e da Madeira. A partir daí, originará uma poderosa advecção de ventos de sudoeste temperados e húmidos, que trarão as chuvas típicas de outono e inverno que afetam o nosso país frequentemente nestas estações do ano.

Prevêem-se portanto vários episódios generalizados de precipitação bastante significativos em Portugal continental, com maior intensidade e duração nos dias 19, 20 e 21, sendo que as áreas mais propensas a receber estas chuvas são as que possuem uma orientação para fluxos de sudoeste. De momento, o arquipélago da Madeira já está a registar um agravamento significativo do estado do tempo, estimando-se acumulados localmente superiores a 100 mm em 24 horas, com risco de inundações rápidas em meios urbanos e áreas com maior densidade populacional.

Risco de cheias urbanas, quedas de árvores e outros estragos

No continente, a partir da tarde de segunda-feira (19), existe também a possibilidade de condições favoráveis à ocorrência de chuvas localmente moderadas a fortes, possivelmente acompanhadas de granizo em alguns locais, e descarga de precipitação muito intensa num reduzido espaço de tempo, potenciada pelo ar tropical arrastado de latitudes subtropicais que contêm muito mais humidade, e por isso mais eficiente na hora de produzir nuvens e precipitação.

Devido à poderosa força do vento e à acumulação impressionante de chuva em tão pouco tempo, é bem provável que ocorram inundações rápidas nos meios urbanos, quedas de árvores e danos gerais em infraestruturas

Teremos um autêntico vendaval em várias regiões do país. O vento soprará moderado a forte, com rajadas que em alguns locais poderão superar os 100 km/h, agravando de forma evidente este temporal de origem atlântica. A intensificação da tempestade será responsável por favorecer os efeitos orográficos de chuva e vento. A massa de ar será obrigada a subir, perdendo grande parte da sua humidade na vertente sul dos sistemas montanhosos portugueses, deixando ali as precipitações mais intensas.

Este efeito será especialmente notório no sul da Serra da Estrela e da Serra de Montemuro, entre outras serras das regiões Norte e Centro. Ainda assim, todo o território continental luso somará mais de 100 mm de precipitação até terça-feira à noite!

Devido à poderosa força do vento e aos impressionantes acumulados de precipitação em tão pouco tempo, é bem provável que ocorram inundações rápidas em meio urbano, quedas de árvores, danos gerais em infraestruturas urbanas, etc. Os solos vão ficar saturados pela precipitação excessiva em tão curto espaço de tempo, superando a média mensal para um mês de outubro numa questão de 2 a 3 dias. A boa notícia é que a seca meteorológica será consideravelmente aliviada.

Recomenda-se precaução máxima e muitos cuidados na circulação em áreas junto ao litoral, mas também nas áreas de montanha. Mesmo as áreas mais planas não escaparão a possíveis inundações causadas por esta intempérie.

Para os residentes no litoral, evitem passeios à beira-mar ou aventurar-se pelo mar adentro, já que as ondas devem superar os 4 metros de altura. Para os que exercem atividades em alto-mar, a agitação marítima será forte, tendo o potencial de dificultar a circulação de embarcações marítimas.

A partir de quinta-feira (22), o temporal já se terá dissipado na totalidade do nosso país, estimando-se um alívio generalizado das condições meteorológicas, com chuva fraca a alternar com períodos mais soalheiros e vento suave.