Planos ao ar livre? Estes são os riscos a que estará exposto em Portugal

Entre hoje, Quinta-feira Santa (6), e o Domingo de Páscoa (9) viver-se-ão dias de sol e calor, com temperatura acima da média para a época, durante o período diurno em Portugal continental.

Para este tempo muito estável, de céu totalmente limpo ou pouco nublado (nuvens altas, por vezes nas Regiões Norte e Centro) e completamente seco contribuirão vários fatores: altas pressões, a subsidência do ar, o ar quente proveniente do Norte de África que ademais favorecerá um aumento da temperatura generalizada no Sábado de Aleluia (8), e também nalguns pontos no Domingo de Páscoa (9) e ao maior número de horas de luz solar.

Isto contrastará, evidentemente, com um acentuado arrefecimento noturno que nos relembrará que, apesar do calor diurno, ainda estamos na primavera e não no verão. A maioria das localidades registará temperatura mínima inferior a 10 ºC, ainda que boa parte delas possa ultrapassar ligeiramente este valor.

Mesmo assim, convém relembrar que várias regiões do país (distritos de Santarém, Portalegre, Évora, Beja, entre outros) poderão atingir 30 ºC ou até mesmo superar este limite, chegando aos 32 ºC ou até mesmo aos 33 ºC durante o dia!

Planos ao ar livre para o fim de semana da Páscoa? Há alguns riscos

Na Semana Santa muita gente tira férias durante todo o período, ou então uns dias de folga que coincidem com o feriado da Sexta-feira Santa (7) e se estendem até à Pascoela (dia 10). Apesar do tempo incrivelmente estável, de sol e calor, muito convidativos para um belo dia de praia ou de passeios ao ar livre, seja na montanha ou junto ao mar ou ao rio, há alguns riscos e cuidados a ter em conta. Abaixo enumeramos alguns deles.

Alergias, níveis altos de pólen de bétula!

A primavera traz as temperaturas amenas ou quentes, mas, sendo esta a estação das flores também há pólenes e pós que estão na origem de sintomas como espirros, tosse, congestão nasal, pingo no nariz, comichões no corpo, olhos vermelhos, lacrimejo, comichão e inchaço e dificuldade em respirar. Nesta época do ano a circulação de pólenes ao ar livre é maior, o que provoca e acentua os sintomas de alergias.

De acordo com o website saudebemestar.pt, “as condições atmosféricas são determinantes para a maior agressividade dos pólens”. E é sabido que elementos climáticos como a temperatura e a humidade são mais favoráveis à polinização nos meses de primavera e princípio do verão para uma grande parte das plantas.

Além disso, o vento, a temperatura elevada e o tempo seco estimulam “maior gravidade de sintomas”. Apesar de a origem das alergias conter uma base genética, os peritos esclarecem também que o meio ambiente tem um impacto cada vez maior nos casos alérgicos.

Ora, pegando no caso em específico da bétula, de acordo com o nosso mapa de pólenes concebido e desenhado na Meteored (como se vê no tweet acima), os níveis desta espécie de árvore vão surgir em concentrações elevadas ao longo dos próximos dias em Portugal continental, constituindo um risco para a saúde dos mais vulneráveis, neste caso os alérgicos.

Os indivíduos que sofrem com alergias devem procurar manter-se constantemente informados, saber como agir perante uma crise alérgica e procurar um médico que lhe indique a medicação a realizar.

Raios Ultravioleta (UV): risco moderado a alto

O Sol emite energia em diferentes comprimentos de onda e parte dela define-se sob a forma de ondas ultravioletas, nocivas para a vida. Parte desta energia é absorvida pela camada de ozono, outra parte chega à superfície terrestre. O índice UV mede a intensidade da radiação ultravioleta (UV) procedente do Sol, que atinge a superfície do nosso planeta.

O índice UV tem o intuito de nos orientar e evitar a exposição ao Sol e possíveis lesões de pele e classifica-se, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), tal como se aprecia na imagem abaixo.

Várias regiões de Portugal, sobretudo no Centro e Sul (saliente-se os distritos de Coimbra, Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Évora, Beja e Faro, entre outros) estarão, durante as horas centrais do dia, com um índice UV a variar entre 5 e 7, o que representa um risco de exposição solar Moderado a Alto. Os conselhos da OMS para estas horas de maior luz e calor, que ocorrem geralmente entre as 11h da manhã e as 16h da tarde, são: manter-se à sombra durante este período diurno, utilizar t-shirt, óculos de sol, protetor solar (FPS) e chapéu.

Risco de Incêndios: alerta a Proteção Civil

Esta quinta-feira (6) a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) chamou à atenção para o perigo de incêndios rurais devido à previsão do tempo quente e seco provocado pela persistência de temperatura máxima acima da média para a época do ano e pelos reduzidos valores de humidade relativa. Outro fator de risco, além dos supracitados, será o vento do quadrante Leste que deverá soprar forte no Algarve, em particular nos dias 7 e 8, com rajadas a poder atingir 60 km/h.

Ainda de acordo com a ANEPC, deve fazer por tomar todas as medidas necessárias de prevenção e precaução. É proibido fazer queimadas sem autorização, "fumigar ou desinfestar em apiários exceto se os fumigadores tiverem dispositivos de retenção de faúlhas", "lançar foguetes e usar motorroçadoras, corta-matos e destroçadores" nos dias de risco de incêndio muito elevado ou máximo.

As churrascadas em todo o espaço rural estão completamente proibidas a não ser que se situem fora de áreas geográficas críticas e locais que possuam autorização para tal.