Os modelos europeu e americano preveem uma depressão fria perto de Portugal para a próxima semana

A próxima semana vai arrancar com tempo estável e temperaturas a subir. Contudo, uma depressão fria irá desprender-se da corrente de jato polar. Preveem-se aguaceiros localmente fortes e trovoada em várias regiões de Portugal. Saiba a previsão completa!

Ao longo deste último fim de semana de abril o estado do tempo em Portugal continental será estável, seco, soalheiro e quente, com tendência para a subida das temperaturas.

Os dias mais quentes no curto prazo serão domingo (27), segunda (28) e terça (29), esperando-se máximas de até 27/28 ºC em várias zonas do Centro-Sul da nossa geografia inicialmente, sendo que na terça (29), esses valores são esperados sobretudo para o Norte e não tanto nas restantes regiões. Para este calor de três dias contribuirá, sem dúvida, o estabelecimento do vento do quadrante Leste.

A exceção prevê-se para esta sexta-feira, 25 de abril e feriado do Dia da Liberdade, uma vez que nalgumas zonas do interior Norte e Centro, pertencentes aos distritos de Vila Real, Bragança e Guarda, está prevista a ocorrência de aguaceiros fracos e dispersos. No sábado (26) o céu estará limpo em praticamente todo o país e as temperaturas permanecerão frescas a amenas no litoral Norte.

Uma depressão fria vai formar-se a oeste de Portugal continental

A próxima semana, que decorrerá entre segunda-feira, 28 de abril e domingo, 4 de maio, vai iniciar com poucas nuvens e temperaturas elevadas em praticamente toda a unidade territorial do Continente. Um anticiclone em crista, bastante móvel, será responsável pela manutenção destas condições meteorológicas até à próxima terça-feira (29).

Prevê-se que o estado do tempo em Portugal continental torne a ficar instável a partir da próxima quarta-feira, 30 de abril.

Contudo, nas imediações do nosso país, sobre o Atlântico, um vale depressionário muito cavado irá deslocar-se rapidamente para sul, a leste dos Açores, até fechar a sua circulação e formar uma depressão independente.

Este novo sistema estará totalmente formado na quarta-feira, 30 de abril, e terá associada uma baixa pressão à superfície, pelo que provavelmente tornar-se-á uma depressão fria isolada, que se situará a oeste de Portugal continental. Esta baixa à superfície perderá força ao longo da semana, mas irá manter-se em cavamento nos níveis altos da atmosfera, condicionando o estado do tempo no nosso país.

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Esta configuração sinóptica observa-se tanto no modelo americano como no modelo europeu. Nalguns cenários de previsão, prevê-se a sua dissipação à superfície, pelo que perderia, por definição, a sua designação de “depressão/tempestade” e tornar-se-ia uma gota fria ou depressão isolada em altitude. Ainda assim, a evolução deste sistema ainda não está definida e parece ser a menos provável.

É muito provável a ocorrência de aguaceiros e trovoadas em várias regiões de Portugal. Saiba em quais

O que parece estar claro é que, independentemente de surgir como uma depressão ou tempestade fria ou de evoluir para uma gota fria (depressão isolada em altitude), este sistema irá fazer convergir uma massa de ar frio com outra de ar quente.

Os mapas atualizaram e colocam agora a probabilidade de que este episódio de tempo instável e chuvoso tenha início na quarta (30) e não na terça (29), como inicialmente previsto.

Este “choque” de massas de ar de origens distintas e os ventos de Sul (Sudoeste e Sudeste) que soprarão sobre o nosso país serão favoráveis à formação de nuvens de desenvolvimento vertical com o potencial de provocarem aguaceiros, granizo e trovoada.

As regiões situadas a oeste da Barreira de Condensação e algumas zonas da Região Centro são, atualmente, as que estarão potencialmente mais expostas às perturbações atlânticas da próxima semana.

A distribuição e a intensidade das intempéries dependerá muito da posição exata da referida baixa pressão, pelo que a previsão está sujeita a uma enorme incerteza ao longo de vários dias. Adicionalmente, é expectável que se desenvolvam algumas baixas secundárias.

Como já foi referido, tudo indica que o tempo mudará na próxima quarta-feira (30) e que, apesar da depressão se localizar a oeste de Portugal continental, os aguaceiros e as trovoadas poderão mesmo vir a afetar quase todo o território, embora de uma maneira bastante irregular.

A precipitação será mais provável, intensa e frequente nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, setor ocidental do distrito de Vila Real, e ainda os distritos de Viseu e parte dos de Castelo Branco e Évora.

chuva trovoada Portugal
Neste mapa observa-se a depressão fria e uma baixa pressão secundária a condicionarem o estado do tempo com precipitação convectiva em Portugal continental, nalgumas ilhas dos Açores e ainda no arquipélago da Madeira.

Com a atual previsão, os aguaceiros e trovoadas vão ser dispersos, mas organizados e localmente fortes nalguns locais durante o fim de semana prolongado do Dia do Trabalhador.

Amplitude térmica diária menos acentuada e poeiras em suspensão

Nestes próximos dias a massa de ar que influenciará a temperatura do ar em Portugal continental terá origem tropical, tanto marítima, como continental. Porém, entre quarta (30) e quinta-feira, 1 de maio e feriado do Dia do Trabalhador, a depressão a oeste, além de conter ar frio no seu núcleo, arrastará consigo ar mais frio até às imediações do nosso país, gerando uma descida das temperaturas.

Deste modo, estão previstos valores de temperatura que serão ligeiramente mais baixos do que no início da semana no caso das máximas e um pouco mais elevados durante a noite, o que resultará numa amplitude térmica menos acentuada do que atualmente. Graças à origem dos ventos (quadrante Sul), não se exclui a intrusão de poeiras em suspensão procedentes do Saara.

Além disto, a forte radiação solar que já há nesta altura do ano, juntamente com o aquecimento do oceano que nos rodeia, também manterá as temperaturas amenas durante o dia, com máximas que poderão igualar ou ultrapassar os 20 ºC em grande parte da nossa geografia, pelo menos, até sexta-feira, 2 de maio.

Prevê-se que Portugal continental esteja sujeito à influência de uma massa de ar mais fresca posterior ao ar quente que se manterá sobre a nossa geografia, pelo menos, até terça-feira, 29 de abril.

Resta, assim, determinar a evolução e trajetória desta depressão, da qual dependerá a distribuição da chuva e a oscilação das temperaturas, e que variará significativamente consoante se mantenha a oeste ou, pelo contrário, se desloque para leste, atravessando Portugal continental e Espanha peninsular durante o fim de semana.