Onde é que vai chover em Portugal nesta primeira semana de setembro? Eis a previsão de precipitação da Meteored

A perspetiva de tempo geralmente seco e fresco em Portugal continental mantém-se para esta primeira semana de setembro. Porém, a nova atualização do modelo de referência da Meteored trouxe novidades e estas são as regiões onde a chuva será mais provável.

A previsão avançada há vários dias pela Meteored em relação ao estado do tempo nesta primeira semana de setembro em Portugal continental mantém-se firme: céu geralmente pouco nublado ou limpo, ambiente substancialmente mais fresco, nortada forte em várias zonas da nossa geografia e uma ausência marcante da precipitação.

Este último elemento climático diverge totalmente das previsões meteorológicas de uma esmagadora maioria dos países da Europa, incluindo Espanha, em que a chuva será geralmente abundante.

O tempo seco explica-se pelo papel desempenhado pelas altas pressões. A subida em latitude do anticiclone dos Açores e a consequente maior proximidade ao nosso território resulta nestas condições atmosféricas estáveis, com uma grande parte da precipitação gerada por frentes, depressões e bolsas de ar frio a ser ‘afastada’.

As temperaturas substancialmente mais frescas do que as da derradeira semana de agosto devem-se à aproximação e influência de uma massa de ar polar marítima (fria e húmida), coincidindo, na perfeição, com a entrada “a todo o gás” do outono climatológico.

tempo fresco Portugal
O mapa revela a anomalia de temperatura (geralmente negativa) prevista às 16:00 de sexta-feira, 6 de setembro. Algumas zonas vão registar até 10 ºC inferiores à média climatológica de referência.

Dias de tempo seco antecedem o regresso da precipitação a algumas regiões

De acordo com os mapas de referência da Meteored, a tendência para condições de tempo seco, estável e maioritariamente soalheiro dificilmente serão interrompidas entre esta terça-feira (3) e o próximo domingo, 8 de setembro. No entanto, já é possível vislumbrar algumas exceções à escala nacional, na unidade territorial do Continente.

No que diz respeito às temperaturas, o padrão deverá corresponder àquele que avançámos na mais recente previsão: o de uma “montanha-russa” térmica. Assim, após um início de semana marcado pela descida das temperaturas, espera-se um ligeiro aquecimento do tempo na quarta-feira (4) de setembro, seguido de novo arrefecimento na quinta (5) e na sexta-feira (6). Salientamos que a tendência geral é, mas haverá, naturalmente, alguns locais ou regiões do país que poderão contrariar a tendência.

Para quarta (4) e quinta-feira (5) prevê-se céu pouco nublado ou limpo e, nem mesmo a expectativa de períodos de maior nebulosidade - nuvens a alta altitude - nas Regiões Norte e Centro (durante a tarde na quarta (4) e durante todo o dia na quinta, dia 5) resultará em chuva fraca ou chuviscos. Assim, a estabilidade atmosférica será regra dominante para os próximos dois dias, com o vento - geralmente do quadrante Norte, vulgarmente conhecido como nortada - a impor o seu domínio em terras lusas, com intensidades variáveis.

Chuva acumulada poderá ser ligeiramente superior à inicialmente prevista, embora pouco significativa

Quanto à precipitação, observa-se uma possível mudança na reta final da semana, entre sexta (6) e domingo (8).

Prevê-se que, a partir de sexta-feira, 6 de setembro, a movimentação para sul de uma pequena depressão localizada no Mar Cantábrico (zona sul do Golfo da Biscaia) produza alguns períodos de chuva fraca em locais montanhosos destes distritos da Região Norte (Viana do Castelo, Braga e Vila Real).

Para sábado (7) não se deteta precipitação neste momento, porém, a possibilidade de ocorrência não deve ser excluída.

Previsão de precipitação acumulada às 22:00 de domingo, 8 de setembro. O Minho e o Douro Litoral são as regiões onde a chuva será mais provável.

Segundo o modelo de confiança da Meteored é para domingo (8) que estão reservadas as maiores novidades do ponto de vista meteorológico, com a chuva a poder assumir o protagonismo do tempo nalgumas regiões de Portugal continental.

Caso as atuais previsões se cumpram, estaríamos a falar de provável ocorrência de precipitação a partir do meio da manhã de domingo (8) no Minho (Viana do Castelo e Braga), e nas horas seguintes noutras zonas do Norte e do Centro do país - distritos de Vila Real, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Bragança e Guarda.

O que explica o contraste entre o litoral Norte, mais húmido e chuvoso, e o interior Norte, mais seco? Por um lado, a latitude, porque será tanto mais provável que chova quanto mais para norte estivermos. Por outro lado, a orografia, pois a Barreira de Condensação - conjunto de montanhas dispostas concordantemente à linha de costa - serve de ‘barreira’ ao avanço das frentes e depressões, com quase toda a precipitação, humidade e nebulosidade a ficarem retidas nas zonas a oeste desta acidente geográfico.

Isto explica os valores muito mais baixos de precipitação acumulada previstos para outras zonas da Região Norte, como o Nordeste Transmontano (Bragança), que se situa a leste da Barreira de Condensação.

Ainda de acordo com os nossos mapas, é possível perceber que a quantidade de precipitação acumulada mais elevada (13 mm) seria mais provável no Alto Minho, nomeadamente na serra do Soajo. A chuva acumulada poderá variar entre 1 e 13 mm, com a latitude e a orografia a constituírem-se como fatores-chave na distribuição da pluviosidade pelo território do Continente. Mesmo assim, estes valores de precipitação acumulada são pouco significativos para a época do ano.