O tempo no Natal de 2021: muito chuvoso e com possibilidade de neve?
As últimas previsões do ECMWF indicam que o anticiclone vai deslocar-se para norte nos próximos dias, abrindo caminho para a chegada de depressões, primeiro aos Açores e Madeira, e depois a Portugal continental. Chuva a caminho? Confira a previsão do tempo para o Natal!
Para já tem imperado um tempo estável e soalheiro, dominado por longos períodos de céu limpo ou pouco nublado. A poluição atmosférica evidencia-se nas grandes cidades, como Porto e Lisboa, com quantidades de partículas poluentes (dióxido de nitrogénio) presentes na atmosfera superiores ao aconselhável pela OMS. As temperaturas mais altas do que o normal para esta altura do ano, bem como o fluxo fraco de Leste e o nevoeiro, em geral, persistente nas regiões de Trás-os-Montes e em parte da Beira Alta, constituem as novidades destes últimos dias, de um ponto de vista meteorológico.
Contudo, essa situação vai mudar muito em breve, e de forma drástica: vem aí uma sequência de superfícies frontais associadas a depressões que vão regar com abundância todo o território de Portugal continental. Mesmo a tempo do Natal, contamos-lhe aqui o que vai acontecer!
Temperaturas acima do normal na semana do Natal
De momento não estão à vista vagas de frio. Os valores térmicos vão estar dentro do normal em toda a Região Norte e numa parte da Região Centro, exceto numa pequenina porção de Trás-os-Montes onde as temperaturas estarão frias (inferiores ao habitual), provavelmente onde ocorrerão geadas e nas áreas propícias à inversão térmica.
Num cenário oposto, as temperaturas vão estar acima da média entre Leiria e o Algarve, com valores entre 1 ºC a 3 ºC superiores à normal climatológica para esta época do ano.
Será que vai cair neve no Natal?
Ainda que as hipóteses de queda de neve sejam muito remotas, graças à persistência de temperaturas anormalmente elevadas para a época do ano pelo menos até ao dia 24 (véspera do Natal), é possível que entre os dias 25 de dezembro (Natal) e 26, devido à queda acentuada das temperaturas (possivelmente associada a ar frio pós-frontal – posterior à passagem das depressões), os remanescentes de precipitação em altitude, conjugados com o ar frio e as temperaturas gélidas e negativas, gerem aguaceiros de neve ou neve nesses dois dias nas terras altas do Norte e do Centro (localidades dos distritos de Vila Real, Braga, Bragança, Guarda, Viseu e Castelo Branco).
No entanto, a uma distância temporal tão grande, é impossível confirmar este cenário dado que continua muito incerto, e muito menos assegurar a que cotas poderá nevar. Só nas próximas atualizações do modelo ECMWF é que poderemos ter mais segurança relativamente a esta projeção.
Semana muito húmida e instável
Tal como avançamos nas últimas previsões, existe um cenário meteorológico cada vez mais provável a partir do dia 20. Vem aí muita chuva, acompanhada de vento forte, graças a uma sequência de depressões e superfícies frontais que irão atingir todo o nosso território, durante praticamente todos os dias. As regiões mais regadas, serão curiosamente as que estão com maior necessidade, por estarem gravemente afetadas pela seca.
Assim, de Coimbra até ao extremo sul do país, as acumulações serão bastante ‘generosas’ e chegam numa altura em que os solos agrícolas e rios mais precisam. De 20 a 26 de dezembro, o modelo Europeu prevê acumulações de precipitação entre 25 e 150 litros por m2, variando, obviamente, de região para região.
Para já, tudo indica que as regiões mais atingidas pela chuva serão o Algarve, Lisboa e Península de Setúbal e partes do litoral alentejano, algumas partes do Ribatejo, uma grande parte da Região das Beiras (especialmente Aveiro), o Porto ocidental, Alto Minho e o litoral de Leiria. Naturalmente que estas previsões, até poucos dias antes deste evento meteorológico propriamente dito, cuja água será como ‘ouro’ para os campos, podem alterar-se.
Mesmo assim, as cartas sinóticas revelam que, em geral, a próxima semana terá um panorama mais chuvoso do que o normal para o Continente, exceto no Norte onde os valores de pluviosidade, serão até inferiores ao normal. A partir do dia 26, tudo indica que a instabilidade abrandará de forma notável, dando lugar a muito frio.