O tempo na segunda quinzena de outubro
Nos últimos dias as chuvas, o vento e a descida das temperaturas tomaram as rédeas da situação meteorológica em grande parte de Portugal continental. Será algo passageiro ou o outono chegou para ficar? Contamos-lhe aqui o que poderá acontecer no que resta do mês.
Depois dum início de outubro quente e seco, que fez soar os alarmes em Portugal devido à seca preocupante que o país atravessa, o tempo assume agora uma expressividade consideravelmente mais outonal. De facto, a partir do último fim de semana o anticiclone dos Açores abandonou-nos, deixando via aberta para mudanças no tempo que por fim chegaram desde o Atlântico.
Trata-se de algo efémero ou será que volta a estabilidade que nos tem acompanhado nas últimas semanas? Será que o outono finalmente se instalou? De momento, os modelos indicam que teremos um ambiente bastante variável em Portugal continental no curto e médio prazo, devido ao reforço da Corrente de Jato (Jet Stream) mais ondulada, que se traduzirá no surgimento de dorsais anticiclónicas e cavados.
Devido à atmosfera mais variável, tudo parece remeter para uma segunda quinzena de outubro totalmente diferente da monotonia anticiclónica dos primeiros 12 dias deste mês. Assim, prevê-se que nos próximos dias o tempo seja influenciado pelos vestígios da circulação de tempestades intensas no Atlântico Norte que rumarão às Ilhas Britânicas. O resultado dessa circulação será que em território português, o panorama meteorológico terá sistemas frontais associados a estas depressões.
As temperaturas já serão mais frescas, e a chuva?
É provável que até domingo 20 de outubro se mantenha uma enorme probabilidade de precipitação, sob a forma de aguaceiros. O termómetro registará valores mínimos abaixo do normal e as máximas não terão grande variabilidade. De facto, em todo o país na terceira semana de outubro, assume destaque a anomalia negativa da temperatura (-3 ºC a -1 ºC), registando-se assim valores térmicos inferiores aos valores de referência. Sábado, dia 19 será significativamente chuvoso de norte a sul do país.
Com a atual situação sinótica, o mais provável é que as precipitações mais intensas se concentrem a curto e médio prazo nas regiões Norte e Centro portuguesas. Infelizmente, a chuva acumulará residualmente na região Sul, numa altura em que os solos alentejanos e algarvios necessitam de imensa água. Ressalve-se todavia, que as últimas atualizações dos modelos indicam que entre os dias 20 e 23 (no máximo), poderá haver uma situação de frio generalizado, alguma precipitação de norte a sul do país, embora em regime fraco, devido ao posicionamento de uma massa de ar frio na Península Ibérica, com vento Norte.
E do dia 21 em diante?
Após o dia 20 surgirá um padrão atmosférico mais estável e soalheiro, com alguma frescura e nebulosidade associada, com as primeiras nevadas e geadas a surgirem no interior do país até final do mês. As previsões a longo prazo do ECMWF, apontam para uma reta final de outubro em que as temperaturas rondarão os valores normais da época em todo o país. Aquilo que terá mais destaque será o ar fresco e o frio à noite.
Por agora, os mapas do tempo não evidenciam para os últimos dias do mês (28-31 de outubro) existência de sinais estatisticamente significativos. No entanto, há que relembrar que estamos em pleno outono e que a qualquer momento a previsão pode alterar-se.