O tempo na segunda quinzena de outubro: o frio e a chuva, por fim?

Até à passada sexta-feira (dia 15), o ambiente soalheiro e incrivelmente estável predominou de norte a sul de Portugal continental, proporcionando várias idas à praia no litoral, apesar da época do ano em que nos encontramos. A responsável é a crista anticiclónica que foi impondo um forte bloqueio, funcionando de escudo anti-tempestades e impediu a chuva e outras condições meteorológicas adversas inerentes de nos atingirem.

Com efeito, isso mudou por breves instantes durante a tarde deste sábado, com a chuva fraca e dispersa registada no Norte e Centro do país, devido a uma frente que conseguiu debilitar ligeiramente as altas pressões que envolvem a Península Ibérica. Aliás, este domingo o padrão de humidade e precipitação escassa e dispersa voltará a repetir-se, mas, apesar disso, não será suficiente para mudar a tendência meteorológica que tem pautado as últimas duas semanas. É caso para dizer que este curto e pouco intenso episódio de instabilidade é fiel ao provérbio popular “sol de pouca dura”.

Na primeira metade do mês, de facto, só choveu com intensidade na noite de 2 para 3 de outubro e pouco mais, e tampouco foi de forma generalizada, contrariando a dinâmica outonal habitual mais típica desta altura do ano.

E o que podemos esperar para o resto do mês?

As perspetivas não abonam nada a favor da agricultura nem dos campos que a médio/longo prazo poderão ficar carentes de água, especialmente no sul de Portugal continental. Setembro até fez diminuir a seca meteorológica, mas, tendo em conta as previsões projetadas pelo nosso modelo de maior confiança, o ECMWF, não seria de estranhar que outubro possa vir a ser classificado de quente e seco.

Á exceção deste domingo, que registará alguns chuviscos isolados e dispersos em pontos a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, tais como Viana do Castelo, Braga e Porto, e de alguns dias em meados da próxima semana (por causa da entrada de novas frentes pelo Noroeste Minhoto), tudo indica que o anticiclone continuará ‘rei e senhor’ do tempo posteriormente. Isto, é, até final do mês, se as previsões que os mapas agora projetam se cumprirem, imperará uma estabilidade quase absoluta e de longa duração.

Apesar disso, não se descarta alguma chuva esporádica, mais provável como já é habitual, no Minho, e outros pontos da Região do Norte e do Centro. Aliás, os valores de precipitação previstos aparentemente rondarão a média climatológica de referência.

E quanto às temperaturas?

Tendo em conta as cartas do modelo Europeu, nesta segunda quinzena as temperaturas vão persistir com valores acima do normal, sobretudo nas terras do interior, onde os registos poderão ser até 3 ºC acima da média de referência. Assim sendo, tendo em conta a questão inicial colocada no título desta notícia, a resposta é não, para já, não estão previstas alterações drásticas no tempo.