O tempo em novembro de 2021: o que nos espera?
Bem-vindo novembro! O derradeiro mês do outono meteorológico já arrancou, ainda com um padrão atmosférico húmido e instável em boa parte de Portugal continental. E as próximas semanas, como serão? Confira aqui a previsão!
Outubro foi um mês predominantemente seco, soalheiro e com persistência de temperaturas anormalmente elevadas de norte a sul do país. A chuva foi escassa e pontual nalgumas regiões do país ao longo de grande parte deste período, à exceção dos quatro últimos dias do mês, muito marcados pela chegada de um rio atmosférico responsável por um episódio de chuva persistente, por vezes forte, e generalizada.
A agitação marítima foi evidente em boa parte da faixa costeira ocidental no encerramento de outubro, além da presença de rajadas de vento fortes. Também houve inundações localizadas e queda de árvores. E novembro, que novidades meteorológicas reserva para Portugal continental?
O frio começa a instalar-se no país
Para a primeira semana de novembro, à exceção destes primeiros dois dias, ainda com vestígios da passagem de uma frente que deixou tempo húmido e instável no Norte e Centro do país, é evidente a mudança do estado do tempo. Devido à incursão de uma massa de ar polar marítimo, proveniente de latitudes setentrionais, o padrão atmosférico que vai vigorar em todo o país será seco, soalheiro e com descida acentuada das temperaturas.
Assim, o arrefecimento repentino do tempo, resultará em temperaturas bem abaixo da média para esta época do ano. Os primeiros sinais de um “aperitivo” invernal estão já aí ‘ao virar da esquina’ e assumirão contornos mais expressivos já a partir de amanhã, quarta-feira, dia 3.
De forma muito pontual, poderemos assistir num ou noutro dia a nuvens de alta altitude, o que resultaria num panorama de céu pouco nublado. Mas em geral, estará céu limpo, com temperaturas diurnas frescas e mínimas a baixar dia após dia, tanto no litoral, como no interior. Este panorama será também favorável à formação de geadas em vales e locais abrigados do vento.
Na próxima semana, o que nos espera?
Para a segunda semana, entre os dias 8 e 14, prevê-se persistência deste mesmo padrão de tempo frio, seco e estável. Para já, estima-se que a próxima semana decorra sem grandes perturbações atmosféricas, pelo que, apenas o frio e o acentuado arrefecimento noturno, revelador da época do ano em que estamos, terá continuidade. As temperaturas previstas estarão mais dentro do normal para este mês, tendo em conta a normal climatológica de referência.
Além disso, numa esmagadora maioria dos dias, o fluxo predominante continuará a ser de Norte ou Nordeste. Registar-se-á uma evidente anomalia negativa no que toca aos níveis de precipitação, bem espelhado pelas projeções do nosso modelo de referência, para as regiões do Minho, Douro Litoral e Beira Litoral. Quanto à neve, sem a presença de humidade em altitude, não estarão reunidas as condições para a queda do hidrometeoro branco, tão desejado por muita gente.
E da segunda quinzena em diante, como poderá ser?
Os modelos de previsão indicam, de momento, uma possível mudança de tendência para a segunda quinzena do mês, mas dada a distância temporal, a incerteza no prognóstico é bastante elevada.
A terceira semana poderia arrancar mais húmida em relação às anteriores, dado que os mapas estimam valores de pluviosidade dentro do habitual para toda a Península Ibérica. Quanto às temperaturas, poderão estar ligeiramente mais elevadas do que o habitual, o que resultaria numa anomalia térmica positiva de até 1 ºC numa grande parte de Portugal continental, especialmente no interior.
Para a derradeira semana de novembro, as cartas sinóticas intuem que os valores quer de temperaturas, quer de precipitação estejam mais dentro do normal, pelo que o tempo nessa altura poderá ser mais próprio da aproximação da chegada do inverno meteorológico (com início a 1 de dezembro).
Finalmente, convém realçar que estas previsões elaboradas com base em mapas de longo prazo são pouco fiáveis na nossa latitude e apenas se podem tomar como um esboço para tendências de carácter geral. Porém, a possibilidade de surgir alguma depressão isolada em altitude ou a atividade ciclónica do Atlântico pode mudar consideravelmente a atual previsão.