Novembro despede-se com muita chuva, apesar da subida da temperatura

A semana será marcada sobretudo pela precipitação em grande parte de Portugal continental, apesar da subida das temperaturas. No entanto, o frio pode voltar no próximo domingo. O que vai acontecer? Confira aqui o tempo desta semana!


Nos próximos dias vai chover imenso no Minho, mas as temperaturas podem atingir os 19 ºC no Alentejo e no Algarve.

A última semana de novembro arranca com pequenas mudanças no panorama meteorológico em Portugal. Em grande parte do mês, foram-se sucedendo as injeções de ar polar marítimo e perturbações frontais que varreram a Península Ibérica de oeste para este. À sua passagem os termómetros registaram temperaturas baixas para a época, ventos fortes, chuvadas abundantes e alguns nevões impressionantes, com impacto geográfico sobretudo na região Norte.

Um aperitivo invernal na reta final do outono climatológico, que termina este fim de semana. Em Climatologia, o outono decorre entre 1 de setembro e 30 de novembro. Contudo, as temperaturas devem voltar a subir nos próximos dias, apesar da projeção dum possível irrompimento de ar muito frio a coincidir com o início do mês de dezembro.

A chuva continua, mas com temperaturas mais altas

No arranque da semana, o vento deverá soprar de forma mais ligeira numa parte considerável do território nacional, e oscilará o seu rumo entre oeste e sudoeste, ainda que pontualmente possa soprar moderado ou forte. À exceção de quarta-feira, que será um dia ligeiramente mais frio no país inteiro, as temperaturas vão alcançar quase 20 ºC de máxima em várias localidades da Beira Litoral (Aveiro, Coimbra e Leiria), Lisboa, Setúbal, Baixo Alentejo (Évora e Beja) e Algarve.

Novos sistemas frontais vão visitar Portugal, com precipitações que podem vir a atingir ou superar os 90 l/m2 em algumas localidades do Minho nesta reta final de novembro, segundo prevê o modelo Europeu (ECMWF). Tudo derivado de depressões embebidas no Reino Unido. Assim, numa lógica de orientação Norte-Sul, a pluviosidade irá descarregar acumulados interessantes em vários pontos do Norte e Centro, e alguns do Sul, apesar do Algarve ficar praticamente fora da equação.

Os sistemas montanhosos, sobretudo a Serra da Estrela, deverão acumular alguns flocos de neve, mas apenas a partir dos 1800 metros de altitude. Temos de estar atentos ao volume dos rios devido ao degelo. Nevoeiros e neblinas matinais deverão formar-se junto dos vales dos grandes rios.

Terça e quinta-feira serão os dias mais chuvosos em Portugal continental, com nebulosidade presente todo o dia, apesar das abertas. Para amanhã, o IPMA ativou aviso amarelo para vento moderado a forte de Sul, com rajadas até 100 km/h nas terras altas. Este aviso estará também vigente para a agitação marítima. Teremos ondulação de sudoeste com 1 metro na costa sul e de noroeste entre os 3 e os 4 metros na costa ocidental.

Frio colossal pode regressar no domingo

Se as previsões traçadas pelos modelos se cumprirem, no final da semana o anticiclone do Açores deverá ascender em latitude, fundindo-se com as altas pressões da Gronelândia ou solidificando-se sobre a Islândia. Se este cenário realmente se confirmar, uma massa de ar muito fria pode vir a atingir-nos a partir de domingo, deixando temperaturas muito baixas e nevões importantes nos locais onde historicamente costuma ocorrer queda de neve.

Realce-se contudo, que a incerteza ainda é grande devido às datas e à complexidade da situação. É bem provável que tudo se deva à injeção duma colossal massa de ar frio originária de nordeste, que reduzirá drasticamente a temperatura, para valores apropriados dum mês tipicamente invernal. Apesar de frio, o ar deverá ser seco (ausência de humidade), constituindo má notícia para as regiões do Alentejo e Algarve que continuam necessitados de muita chuva para aliviar a grave seca que atravessam.