NAO- impõe-se este fim de semana e provocará desfile de tempestades: eis os efeitos desta mudança de padrão em Portugal

A partir do terceiro fim de semana de fevereiro prevê-se o estabelecimento de um padrão NAO-, que se traduzirá numa forte atividade ciclogénica no Atlântico. Saiba como sentiremos os seus efeitos no tempo em Portugal.

O estado do tempo em Portugal continental esta quinta (13) e sexta-feira (14) será condicionado por um anticiclone que se estenderá em crista para a Península Ibérica. Esta vasta região de altas pressões irá corresponder a um aumento generalizado das temperaturas diurnas e em períodos de céu pouco nublado ou limpo, sobretudo nas regiões a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela.

Porém, a Região Norte e a faixa costeira a norte do Cabo da Roca poderão registar uma maior concentração de nuvens e, ocasionalmente, aguaceiros ou chuviscos fracos e dispersos.

Quinta e sexta-feira anticiclónicas. E o que acontecerá a partir do fim de semana?

Amanhã - quinta-feira (13) - o panorama meteorológico será anticiclónico, apesar da previsão de formação de nevoeiro matinal, em particular nas regiões do interior Norte e Centro (distritos de Vila Real, Viseu, Bragança e Guarda). A possibilidade de precipitação fraca no litoral Norte (faixa de território próxima ao mar dos distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto) não está totalmente excluída, mas adivinha-se de curta duração e muito esporádica.

nevoeiro
Formação de nevoeiro matinal esta sexta-feira, 14 de fevereiro, nos vales e terras baixas, bem como em algumas zonas do litoral Centro e Sul.

Prevê-se uma subida das temperaturas, em particular das máximas, sendo isto mais notório no Centro e no Sul de Portugal continental. A região de Coimbra, algumas zonas do Ribatejo, Alto Alentejo, Litoral Alentejano e Sotavento Algarvio poderão atingir 18 ºC.

A tendência de estabilidade atmosférica mantém-se na sexta-feira, 14 de fevereiro, embora com maior nebulosidade a Norte e com provável formação de nevoeiro em grande parte do território do nosso país, especialmente na fase final da madrugada e nas primeiras horas da manhã (05:00 - 08:00), como se vê no mapa acima.

Existe uma reduzida probabilidade de chuva fraca - inferior a 30% - entre a meia-noite e o meio-dia de sexta-feira (14) nos distritos do Litoral Norte (Viana do Castelo, Braga e Porto), sendo que entre estes será mais provável naqueles que pertencem ao Minho.

Entre os dias 17 e 18 de fevereiro o arquipélago da Madeira poderá ser afetado por esta mudança de padrão no Atlântico, com o vento a passar a soprar forte de Sudoeste (rajadas até 90 km/h) e previsão de precipitação moderada, pontualmente forte.

Prevê-se um ligeiro aumento da intensidade do vento, que soprará por vezes forte e com rajadas de 40/50 km/h no Alto Minho, no litoral Centro (Coimbra) e no eixo montanhoso Açor-Lousã-Estrela e em partes da Beira Alta. As temperaturas permanecerão amenas, não sendo expectáveis grandes variações em relação ao dia anterior.

Padrão muda no terceiro fim de semana de fevereiro: vem aí um ‘desfile’ de tempestades atlânticas mais cavadas

A partir do fim de semana de 15 e 16 de fevereiro, o padrão meteorológico dominante irá alterar-se. A teleconexão climática conhecida como Oscilação do Atlântico Norte (NAO em inglês) ‘entrará em cena’ ao assumir valores negativos, constituindo o ponto de partida para uma situação de bloqueio nas latitudes altas e para uma grande atividade ciclogénica no Atlântico Norte.

As tempestades cavadas vão movimentar-se, produzindo frentes muito ativas e intensas que afetarão Portugal continental de norte a sul. Deste modo, é expectável chuva abundante e generalizada, embora com uma maior concentração e frequência nas regiões situadas a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela e em particular nos distritos localizados a oeste da Barreira de Condensação.

ciclogéneses Atlântico
A atividade ciclogénica ganhará protagonismo no Atlântico. Com este panorama, a chuva mais abundante e generalizada regressará a Portugal continental, bem como o expectável aumento da intensidade dos ventos de Sul e Oeste.

Uma primeira frente, já muito débil, desagregada e associada a um vale depressionário, poderá chegar entre sábado (15) e domingo (16) a Portugal continental, produzindo alguma chuva fraca nestes dois dias, em particular entre os distritos de Viana do Castelo e Setúbal.

Deste modo, prevê-se que o litoral Norte e Centro esteja mais exposto à precipitação, mas, devido à deslocação da frente para leste, vislumbra-se a possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos no interior das Regiões Norte e Centro.

Mais tarde, já na terça-feira, dia 18, prevê-se a chegada de uma nova frente (a segunda) que poderá gerar períodos de chuva ainda mais forte e abundante na faixa costeira ocidental e com boa probabilidade de se estender a várias zonas do interior da nossa geografia.

Uma parte da frente também passará na próxima terça-feira (18) pelo Arquipélago da Madeira, onde se prevê chuva fraca a moderada - ocasionalmente forte - e uma mudança de regime de vento, que soprará forte de Sudoeste (rajadas até 80/90 km/h) na noite de segunda (17) para a madrugada de terça-feira, 18 de fevereiro.

Quando esta primeira frente passar sobre o nosso país, manter-se-á um fluxo muito forte de ventos muito húmidos de Oes-Sudoeste, que continuará a produzir precipitação generalizada também nos dias 19 e 20 de fevereiro, não se excluindo a possibilidade de queda de neve nos pontos mais elevados das montanhas mais altas do Norte e Centro da nossa geografia.

chuva portugal
Para a próxima terça-feira (18) perspetiva-se a possível chegada de uma nova frente a Portugal continental.

Prevê-se ainda que uma terceira frente muito ativa, associada a uma outra depressão cavada, atingirá em cheio Portugal continental na sexta-feira, 21 de fevereiro, trazendo ainda mais chuva.