Mudança drástica do tempo em Portugal: depois da chuva, segue-se ar polar e muito frio, será que vai nevar?
O tempo vai ficar mais invernoso a partir de sexta-feira, mesmo antes do Dia de Reis. Espera-se uma descida geral e acentuada das temperaturas e a possibilidade de queda de neve nalgumas zonas montanhosas. Para a próxima semana vislumbra-se uma possível vaga de frio.
Esta quarta-feira, 3 de janeiro, a chuva tem sido a protagonista da meteorologia em vastas regiões de Portugal continental. Tudo se deve a uma frente fria de carácter estacionário, ligada a um rio atmosférico que vai reforçando a precipitação devido ao seu elevado teor de humidade subtropical. O céu apresentou-se nublado em todo o território, e a chuva, fraca a moderada, caiu de norte a sul do país.
Durante a manhã cobriu sobretudo as regiões Norte e Centro de maneira mais intensa e em geral a norte do Tejo, e durante a tarde deslocou-se até ao Algarve, onde caiu mais fraca e dispersa, acabando por molhar toda a geografia do Continente. As temperaturas subiram ligeiramente nas regiões do interior e o vento manteve-se de Sudoeste.
Amanhã, quinta-feira (4), os aguaceiros persistirão de madrugada e manhã nas zonas centrais e meridionais de Portugal continental (a sul do Tejo - distrito de Setúbal, Alentejo e Algarve), prevendo-se que a precipitação se intensifique durante a tarde nestas regiões. Uma segunda frente trará uma nova vaga de chuva através do noroeste do nosso país. Uma massa de ar frio polar marítimo começará a penetrar pelo Minho e depois Douro Litoral e regiões mais interiores, o que se traduzirá numa descida geral e acentuada das temperaturas.
Frio intenso, rajadas fortes e possível queda de neve à entrada para o fim de semana
Na sexta-feira (5) a frente dissipar-se-á do nosso território ao afastar-se rumo a leste em direção a Espanha. Um forte fluxo de noroeste estabelecer-se-á sobre Portugal continental, fazendo com que as temperaturas desçam ainda mais no país, e isto contribuirá ainda mais para um agravamento da sensação térmica de frio. As rajadas de vento poderão atingir 60 km/h nas regiões do interior e montanhosas do Norte e Centro.
Com o frio em altitude e alguns resquícios de precipitação ainda presentes na atmosfera por causa da massa de ar frio pós-frontal, as condições estarão reunidas para a queda de neve que poderá ocorrer na sexta (5) nas serras do extremo Norte do país, a partir dos 800 metros de altitude. À medida que o dia for decorrendo, o céu terá tendência a ficar pouco nublado ou limpo e isto causará uma descida considerável das temperaturas noturnas.
Dia de Reis com céu geralmente pouco nublado e geada e gelo no interior
Para grande parte de Portugal continental prevê-se céu parcialmente nublado ou limpo no sábado, 6 de janeiro e Dia de Reis. A exceção será o Litoral Norte e Centro, onde o céu estará muito nublado a encoberto, pelo que nestas zonas há possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos e dispersos até meio da tarde.
Haverá formação de gelo e geadas em muitas zonas do interior Norte e Centro. O tempo será puramente invernal nas primeiras e últimas horas do dia no nosso país, esperando-se uma pequena descida das temperaturas, em particular no Norte e no Centro, associada à massa de ar frio de origem polar.
Possível vaga de frio à espreita na próxima semana
No próximo domingo (7), começará a desenhar-se uma situação sinóptica que irá permitir a chegada de uma massa de ar polar continental mais fria a Espanha e a Portugal continental, o que levará a um agravamento do tempo invernoso. Graças a um anticiclone estacionário situado sobre as Ilhas Britânicas e a uma depressão mediterrânica localizada, estarão reunidas as condições para a formação de um corredor que permitirá a chegada do mencionado ar frio, desde o nordeste da Europa até à nossa geografia.
A incerteza mantém-se elevada quanto à ocorrência de uma vaga de frio a partir de segunda-feira, 8 de janeiro. Tudo aponta para o registo de temperaturas baixas e formação de gelo e geadas nas zonas do interior. Não se espera que este episódio invernal venha a produzir neve no nosso país, mas a queda de neve, apesar de remota, não deve ser totalmente excluída. É uma situação que deve ser tida em conta e que ficará melhor definida nos dias vindouros com os próximos “outputs” do nosso modelo de referência.