Massa de ar subtropical trará calor anómalo a Portugal esta semana
Após a mudança do tempo nos últimos dias, insuficiente para atenuar a seca, nas próximas jornadas o maior destaque irá para o aumento das temperaturas, que registarão valores anormalmente elevados para a época em praticamente todo o país. Confira a previsão!
Nas últimas 36 a 48 horas vivemos um pequeno parêntesis dentro da monotonia anticiclónica que tem vindo a afetar todo o país há mais de um mês, com o fantasma da seca a apoderar-se de toda a nossa geografia. No entanto, tudo indica que no curto e médio prazo não se avizinha uma mudança drástica do tempo, e de facto, esta semana serão notícia as temperaturas anómalas para a estação do ano.
Após um efémero episódio de chuva, o anticiclone volta a reinar
Esta segunda-feira, dia de São Valentim, o protagonismo é assumido pelo céu com períodos de muita nebulosidade de norte a sul de Portugal continental. Inclusive já caíram e ainda poderão cair mais chuviscos fracos, dispersos e irregularmente distribuídos por diferentes regiões do país, sobretudo Minho e Douro Litoral. Além disso, acima dos 1000 metros de altitude já houve queda de neve em localidades como Pitões das Júnias, Melgaço e Serra da Estrela. No resto do país, além do céu predominantemente nublado após a passagem da frente, poderão surgir alguns períodos de sol.
As temperaturas diurnas registaram uma pequena descida em todo o país, registando-se máximas inferiores a 10 ºC nos distritos de Bragança e da Guarda. O vento de Noroeste soprará com força em todo o país.
Amanhã, terça-feira, as altas pressões reforçar-se-ão desde o Atlântico e a precipitação será cada vez mais escassa, dissipando-se à medida que as horas forem passando. Prevê-se fraca e residual no Alto e Baixo Minho e em partes do distrito de Vila Real. À semelhança de hoje, não se descarta queda de neve nos pontos mais elevados das montanhas das regiões anteriormente mencionadas. Nos Açores e na Madeira prevê-se tempo variável, com ocorrência de chuviscos.
No resto do país teremos nebulosidade média e alta, com as temperaturas mínimas a baixar significativamente. A noite também será muito mais fria, especialmente no interior, com as cidades de Viseu e Bragança a registar -1 ºC e a da Guarda -2 ºC.
Temperaturas invulgares para a estação no auge na quinta-feira
Na quarta-feira o maior destaque irá para a subida das temperaturas, que será generalizada. Os termómetros poderão alcançar os 20 ºC em várias localidades do Baixo Alentejo e Algarve, tais como Mértola, Olhão, Faro e Silves. Prevê-se chuva fraca no Minho e Douro Litoral, que poderão alargar-se para outras sub-regiões próximas destas tais como Beira Litoral e Trás-os-Montes e Alto Douro.
Na quinta-feira o anticiclone estará muito próximo de Portugal continental, esperando-se a chegada de uma massa de ar subtropical anormalmente quente para a estação e que, ao atingir-nos, deixará temperaturas de 12-14 ºC a cerca de 1500 metros de altitude. De Coimbra para sul todas as capitais distritais registarão máximas iguais ou superiores a 18 ºC, e Beja deverá registar 20 ºC. Deste valor não ficarão longe cidades como Coimbra, Lisboa, Santarém e Faro. São temperaturas de primavera! Alguns chuviscos no extremo norte do país na primeira metade do dia, que poderão chegar a pontos do Centro.
Na sexta-feira as temperaturas diurnas voltarão a baixar ligeiramente, ainda que os valores anormalmente altos para a época se mantenham em praticamente todo o país. Prevê-se mais aguaceiros fracos e dispersos nos distritos de Viana do Castelo, Braga e Vila Real. Para o resto do país continuará o tempo anticiclónico.
Fim de semana com possibilidade de chuva fraca e fluxo forte de Leste
De acordo com o nosso modelo de confiança, o do ECMWF, no fim de semana iremos sentir uma descida significativa das temperaturas, mais notória nas Regiões Norte e Centro (sobretudo no interior) onde também voltará a cair chuva fraca, acompanhada por um poderoso fluxo de Leste. As rajadas máximas poderão ser de até 60 km/h. Além disso, existe risco de aparecimento de uma bolsa de ar frio a oeste da Península Ibérica que poderá atingir o Arquipélago da Madeira, embora a incerteza seja muito elevada.