Irá uma onda de calor chegar a Portugal na próxima semana? Eis o que os nossos mapas preveem a médio prazo
Este fim de semana será marcado pela intensificação do calor, com algumas zonas de Portugal continental a rondarem os 40 ºC. Porém, na próxima semana vislumbra-se a possibilidade de afirmação de um episódio de tempo quente, ainda mais intenso e generalizado.
Este fim de semana será marcado pela intensificação do calor em mais zonas de Portugal continental, com a influência da massa de ar quente a estender-se para norte, sobretudo nas regiões do interior. Ontem e hoje o aviso amarelo de tempo quente esteve válido apenas para o Algarve, mas o IPMA acabou de estender o alerta de temperaturas elevadas a mais distritos do Continente, confirmando oficialmente aquilo que a Meteored já afirmara nas suas últimas previsões.
A 31 de julho dizíamos: “Se vai viajar ou trabalhar ao ar livre nos próximos dias, deve considerar a possibilidade de o aviso amarelo de tempo quente ser alargado a mais regiões e de poder prolongar-se pelo fim de semana".
O aviso amarelo de tempo quente, emitido devido ao risco moderado de persistência de valores elevados da temperatura máxima do ar, estará válido no distrito de Faro até às 18:00 de sábado, 3 de agosto.
Porém, este aviso meteorológico expandir-se-á para norte, aplicando-se também aos distritos de Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Bragança e Vila Real. Para estes 7 distritos prevê-se a manutenção de temperaturas elevadas pelo menos entre as 09:00 de sábado (3) e as 18:00 de domingo, dia 4.
“Batalha de massas de ar” à vista para a próxima semana, então quando chegaria a possível onda de calor?
Para segunda-feira, 5 de agosto, prevê-se uma descida das temperaturas máximas em grande parte da geografia do Continente (Regiões Norte e Centro), o que resultará num tempo ligeiramente mais fresco. A este “arrefecimento” pode-se atribuir como causa a provável influência de uma massa de ar mais amena vinda de noroeste, que condicionará as temperaturas no nosso país entre segunda (5) e quarta-feira (7).
Além disto, uma pequena linha de instabilidade associada a uma depressão situada a noroeste das Ilhas Britânicas, poderá resultar em chuviscos nas serras do extremo norte e nalguns locais do Minho e Alto Tâmega.
Apesar do grau de incerteza aumentar consideravelmente a um prazo igual ou superior a 5 dias, o nosso modelo de referência vislumbra, entre quinta-feira (8) e sábado (10), uma escalada brutal das temperaturas devido à “batalha” ganha pela massa de ar quente e seco - tropical e de origem continental - procedente do Norte de África e que se imporá sobre a nossa geografia.
O facto do anticiclone se deslocar progressivamente para leste, posicionando-se ainda mais perto do nosso país - concretamente a noroeste da Península Ibérica - ajuda a explicar a entrada de ar quente e o estabelecimento de ventos do quadrante Sul. Tendo isto em consideração, é possível que na próxima semana (5-12 de agosto), e em particular para o período de 8 a 10 de agosto, sejam emitidos mais avisos (amarelo ou até mesmo laranja) de tempo quente.
Na segunda metade da semana, as temperaturas poderão vir a ser superiores a 35 ºC em boa parte do território do Continente, podendo inclusive atingir ou ultrapassar os 40 ºC nas zonas habitualmente mais quentes (Beira Baixa, Alentejo, Sotavento Algarvio e Oeste e Vale do Tejo). Em zonas habitualmente mais frescas, como o Litoral Norte, as máximas, geralmente entre 20 e 25 ºC no verão, poderão mesmo atingir ou superar os 30 ºC.
Para a próxima semana as condições meteorológicas deverão dividir-se, essencialmente, em duas partes: uma primeira mais fresca, com períodos de céu nublado e inclusive possibilidade de chuvisco ou chuva fraca nas zonas mais setentrionais do país; e uma segunda, substancialmente mais quente e seca e com uma grande estabilidade atmosférica providenciada pelas altas pressões.
Assim, na próxima semana, o tempo deverá manter a sua típica toada de verão: estável, quente, seco e soalheiro, mas com algumas variações e contrastes regionais.
Então, será que testemunharemos uma onda de calor em Portugal na próxima semana?
Ainda é cedo para dizer, mas, atendendo somente aos critérios de variabilidade climática, tudo indica que não, pois as atuais previsões a médio prazo não parecem oferecer substância aos requisitos de intensidade, duração e extensão geográfica. Porém, se forem tidos em conta os critérios em termos de impacto na saúde pública, não se descarta a possibilidade de o episódio de tempo quente da próxima semana vir a ser classificado a posteriori como uma onda de calor.
Fundamentando com exemplos concretos: a ocorrência de 3 dias em que a temperatura seja 10 ºC acima da média terá certamente mais impacto na saúde humana do que 7 dias com temperatura 5 ºC acima da média.