Iminente mudança radical do tempo em Portugal: os nossos mapas surpreendem com um cenário atípico nestas zonas
Nos próximos dias a chuva irá manter-se em várias regiões de Portugal, mas, para breve, prevê-se uma mudança radical do estado do tempo, que trará uma situação completamente diferente.
Maio arrancou com condições meteorológicas muito variáveis, tipicamente primaveris, com períodos de chuva ou aguaceiros, acompanhados por vezes de trovoada e queda de granizo. Também nevou nas principais serras do país.
Apesar da seca meteorológica ter desaparecido do território de Portugal continental no final de março e da razoável melhoria no armazenamento de água nas barragens e albufeiras que estavam numa situação mais crítica (Sudoeste do país) ao longo do mês de abril, ainda há vários locais no Algarve que requerem uma atenção redobrada na gestão dos recursos hídricos.
A corrente de jato polar ondulante é a responsável pelo tempo variável destes dias
Em breve o padrão meteorológico sofrerá uma mudança radical, com uma subida progressiva das temperaturas e uma clara tendência para a estabilização. Porém, a curto prazo a chuva continuará a cair em várias regiões, segundo previsto pelo modelo de referência da Meteored.
Nos últimos dias a corrente de jato polar tem manifestado grandes meandros, criando as condições favoráveis à formação de anticiclones de bloqueio nas latitudes altas e permitindo a chegada de massas de ar polar (e/ou ártico) até ao nosso país. Isto tem vindo a originar dias instáveis, variáveis e até mesmo frios, a fazer lembrar o inverno, com anomalias térmicas negativas muito pronunciadas de norte a sul de Portugal continental.
Chuva abundante e altos e baixos térmicos nos próximos dias
Nas próximas horas e dias a chuva será abundante e persistente no Minho e nas zonas ocidentais do distrito de Vila Real devido à passagem de várias frentes que serão intensificadas pela presença de um rio atmosférico. Os mapas revelam acumulações pluviométricas superiores a 100 mm (nalguns locais atingindo quase 150 mm) nos distritos de Viana do Castelo, Braga e Vila Real, sobretudo nas zonas montanhosas e em locais mais expostos ao fluxo de Sudoeste.
Na segunda-feira (6) prevê-se uma diminuição considerável da instabilidade meteorológica, sendo que para esse dia apenas se preveem aguaceiros fracos e dispersos até ao final da manhã, mais prováveis e frequentes no Centro e em zonas do Alentejo. Para os dias seguintes parece que ganhará terreno a estabilidade meteorológica.
Ainda nestes próximos dias - a curto prazo - as temperaturas sofrerão altos e baixos devido à sucessão de diferentes tipos de massas de ar e, após o tempo invulgarmente fresco dos últimos dias, vislumbra-se uma passagem ao outro extremo. Por exemplo, este sábado (4), as temperaturas vão ultrapassar os 25 ºC nalguns locais do Vale do Guadiana e do Sotavento Algarvio, com máximas de 27/28 ºC previstas para municípios como os de Mértola e Alcoutim.
Crista subtropical a caminho de Portugal, mas por quanto tempo?
No início da próxima semana um anticiclone de bloqueio formar-se-á gradualmente em redor das Ilhas Britânicas, migrando rapidamente para o resto da Europa. Conforme tal for acontecendo, as altas pressões à superfície servirão de sustento à crista subtropical que subirá em latitude até Portugal continental e que ficará verticalmente posicionada sobre a nossa geografia.
À data de hoje as previsões antecipam uma subida progressiva, acentuada e generalizada das temperaturas, sendo que na segunda parte da próxima semana a isotérmica de 18 ºC a cerca de 1500 metros de altitude tocará Portugal continental, enquanto a isotérmica de 20 ºC estará em torno do Arquipélago da Madeira. Se isto se verificar, registar-se-ão temperaturas máximas a rondar os 25-30 ºC na Madeira e de 30 a 35 ºC no Centro-Sul do Continente (localmente talvez mais).
Como é habitual, a incerteza aumenta à medida que nos afastamos no tempo, mas esta situação de bloqueio anticiclónico com temperaturas invulgarmente elevadas e ausência de precipitação poderá prolongar-se durante o resto da primeira quinzena do mês.
A segunda quinzena ainda está longe. E o nosso modelo de previsão tampouco mostra um padrão meteorológico muito definido, pelo que haverá que aguardar para se obter um quadro mais claro da situação.