Frio será uma ameaça para Portugal mais uns dias... e a poluição também!
O ar polar que arrefeceu Portugal nos últimos dias está em debandada, mas aviso amarelo por frio mantém-se para os próximos dias. Anticiclone ganhará terreno, proporcionando geada e nevoeiros matinais localizados. Esta situação meteorológica favorecerá aumento da poluição atmosférica nalgumas cidades nacionais. Saiba quais!
A semana iniciou gélida em Portugal. As temperaturas mínimas ficaram bem abaixo dos 0 ºC em áreas do interior – sobretudo junto das montanhas –, e a geada formou-se numa gigantesca área do interior (Alto Minho, Alto Douro e Tâmega, Nordeste Transmontano, Beira Alta, Beira Baixa, Viseu Dão-Lafões, Alto Alentejo) e pontualmente noutros locais das Regiões Norte e Centro.
O ar polar já praticamente se dissipou do nosso país, abrindo caminho às altas pressões que se vão reforçando a partir do Atlântico. Todavia, o panorama de anticiclone contribuirá para temperaturas noturnas muito baixas nos próximos dias (especialmente em vales, colinas e áreas favoráveis às inversões térmicas), perante temperaturas máximas que subirão gradualmente.
Subida lenta e gradual da temperatura
Esta segunda (30) impera um tempo estável, frio e seco de norte a sul de Portugal continental, com céu quase totalmente limpo em toda a extensão da nossa geografia, apesar do aparecimento de algumas nuvens altas pelo Alentejo Central (Évora). Após (mais) uma manhã de frio intenso, a temperatura diurna registou (naturalmente) uma subida no país, apesar do valor de máxima não ultrapassar os 14 ºC na capital distrital do Algarve (Faro).
A mínima chegou a baixar até aos -4 ºC durante algumas horas da madrugada e manhã na cidade mais alta de Portugal continental (Guarda). De qualquer das formas, nas próximas horas e dias, a temperatura continuará abaixo da média climatológica para esta época do ano, recomendando-se o reforço dos agasalhos de inverno. Não é, portanto, de estranhar, o aviso amarelo que está em vigor por tempo frio até quarta (1) e/ou quinta-feira (2).
Para terça-feira (31) prevê-se um estado do tempo muito semelhante: frio, seco e maioritariamente soalheiro. Espera-se uma pequena subida da temperatura, quer da máxima, quer da mínima, com formação de geada em vastas extensões do interior e também nalguns locais das Área Metropolitanas do Porto e de Lisboa.
Não se descarta o surgimento de nevoeiros e neblinas matinais, mais prováveis em vales do Nordeste Transmontano (Bragança) e Beira Alta (Guarda). O vento soprará fraco do quadrante Leste, temporariamente moderado na costa meridional do Algarve.
Na quarta-feira (1) não deverão surgir grandes novidades do ponto de vista meteorológico em Portugal. O tempo manter-se-á estável, seco, com céu limpo ou pouco nublado por estar completamento dominado pelo anticiclone, algo que além do mais será reforçado pelo fluxo de Leste (soprará fraco em geral, mas moderado a forte nas terras altas do Norte e Centro).
Ainda assim, para este dia prevê-se, de novo, uma ligeira subida da temperatura, tanto da máxima como da mínima. A geada cobrirá uma extensão geográfica menor e o nevoeiro ou neblina matinal voltará a poder nascer nalguns lugares dos distritos de Bragança e da Guarda.
Aviso amarelo por tempo frio terminará na quinta-feira
Para já, tudo aponta que o aviso amarelo por tempo frio termine na quinta-feira (2), por causa da esperada recuperação progressiva das temperaturas (o que já não justifica a emissão de aviso amarelo). A temperatura máxima neste dia já deverá atingir ou superar os 15 ºC em várias capitais de distrito, tais como Coimbra, Leiria, Santarém, Setúbal, Évora, entre outras, e a noite já será menos fria, com mínima igual ou inferior a 0 ºC apenas nas cidades de Bragança e da Guarda.
Prevê-se novamente céu limpo numa esmagadora extensão do território de Portugal, exceto quiçá nalguns pontos a elevada altitude do interior Centro. O vento continuará a soprar fraco de Leste, mas com maior intensidade nas terras altas do Norte e Centro. Mais geada deverá formar-se nalgumas áreas do interior.
Portugal viverá um fim de semana anticiclónico
De acordo com o nosso modelo de confiança a reta final da semana prevê-se praticamente igual, com tempo anticiclónico e seco. A temperatura deverá estabilizar, não se esperando grandes oscilações. O nevoeiro ou neblina matinal deverá continuar a aparecer nalguns locais do interior, onde persistirá a geada, mas não tão intensa em duração e extensão como nos dias que lhe antecederão.
Em que cidades estão previstos os níveis mais elevados de poluição esta semana?
Esta semana a poluição atmosférica assumirá protagonismo na meteorologia. Em situações de anticiclone os poluentes não se dissipam devido aos processos de subsidência, inversões térmicas e ausência de vento associados às altas pressões. Portanto têm propensão para se acumularem, especialmente nos grandes centros urbanos. Tal como indica o ECMWF, à medida que a semana for decorrendo, as altas pressões ganharão terreno em Portugal. Por causa disto, espera-se um incremento das concentrações de dióxido de nitrogénio e das partículas PM 2.5.
Os nossos mapas da qualidade do ar antecipam concentrações iguais ou superiores a 30 µg/m³ de PM 2.5 em grande parte da faixa litoral atlântica, desde o distrito de Viana do Castelo até ao de Lisboa, sendo que o do Porto poderá ser aquele onde serão atingidas as concentrações mais perigosas de partículas finas em suspensão para a saúde humana entre as últimas horas de terça (31) e as primeiras de quarta (1).
Espera-se que o distrito do Porto alcance, temporariamente, valores em torno dos 60 µg/m³, bem mais do dobro do limite diário estabelecido pela OMS = 15 µg/m³. De maneira efémera, na quinta-feira (2), poderá registar-se nova ascensão dos valores das concentrações de PM 2.5. No interior e a Sul do Tejo não há motivos para preocupações.
Quanto ao dióxido de nitrogénio, recorde-se que o limite médio diário estabelecido pela OMS é 25 µg/m³. Entre hoje e quinta-feira espera-se, durante alguns períodos do dia, concentrações entre 30 e 40 µg/m³ na área correspondente às cidades de Braga, Porto, Aveiro e Coimbra, bem como Lisboa, sendo possível que estes territórios atinjam, pontualmente, os 50 µg/m³. Tal como as PM 2.5, a principal origem do dióxido de nitrogénio é o trânsito rodoviário.