Frio, calor e frio: ziguezague térmico até final de maio em Portugal
Após alguns dias de tremenda instabilidade meteorológica, repletos de vários fenómenos interessantes do ponto de vista atmosférico, Portugal volta a repousar num estado do tempo que, aparentemente, será mais calmo. Mas será mesmo assim? Confira a previsão!
Nos últimos dias Portugal continental esteve "mergulhado" num chorrilho de fenómenos meteorológicos. Além do calor intenso que chegou a alcançar temperaturas demasiado elevadas para um mês de maio, tendo em conta a normal climatológica de referência, e das poeiras em suspensão oriundas do Norte de África que reduziram drasticamente a visibilidade e fizeram o céu assumir um aspeto embaçado, também as trovoadas e o granizo fizeram parte de todo um espetáculo atmosférico que encantou os entusiastas do tempo.
Se na sexta-feira passada foi notícia o calor intenso, com os 38 ºC (Amareleja, Beja) e 37 ºC (Mirandela, Bragança) a serem alcançados em locais tão distintos e longínquos geograficamente, no sábado a trovoada, as poeiras e o granizo encheram as redes sociais com vários testemunhos via foto ou vídeo. No domingo e nesta segunda-feira foi notável o arrefecimento do estado do tempo, apesar da temperatura máxima de 29 ºC registada hoje em Faro, no Algarve.
Para esta segunda-feira (23), além do ambiente consideravelmente mais fresco, o céu apresenta-se nublado em quase todo o território do país, com períodos de chuva fraca e intermitente a norte do Cabo Carvoeiro e um fluxo forte de Noroeste. E até ao final de maio, o que se segue em Portugal continental?
Estabilização do tempo e impressionante "ziguezague" térmico no país inteiro
A partir de terça-feira (24), o tempo irá ficar gradualmente mais estável no nosso país. Amanhã, a temperatura registará nova descida, com a máxima a ficar abaixo dos 20 ºC em praticamente toda a Região Norte e a não ultrapassar os 26 ºC em Faro. Impressionante, tendo em conta o calor intenso que abraçou todo o país nestes últimos dias! O vento de Noroeste continuará a soprar forte de norte a sul da nossa geografia, contribuindo assim para um arrefecimento generalizado e para a sensação térmica de fresco.
É também graças ao anticiclone, localizado a oeste-noroeste de Portugal continental, que gradualmente se irá deslocando para o Golfo da Biscaia e Ilhas Britânicas que o tempo ficará mais estável. Para quarta-feira (25) espera-se uma continuidade do panorama meteorológico com ventos do quadrante Norte, e com períodos nublados e solheiros.
No entanto, é a partir de quinta-feira (26) que se prevê, não só uma notável escalada das temperaturas, com os termómetros a registar máximas de 30 ºC na maioria das capitais distritais a sul de Aveiro, como também se espera céu totalmente limpo no país inteiro. O fluxo também mudará completamente de direção, passando a soprar de Leste. Este sim, um dos aspetos que mais contribui para um estável estado do tempo.
Para sexta-feira (27) e sábado (28) prevê-se intensificação do calor, com manutenção dos ventos do quadrante Leste. Espera-se também o regresso de alguma nebulosidade que deverá surgir especialmente mais junto do litoral. As máximas poderão voltar a atingir valores excecionalmente elevados para um mês de maio no próximo dia 27 (31 ºC no Porto e Viseu, 33 ºC em Coimbra e Lisboa, 34 ºC em Évora e Beja e 35 ºC em Santarém), apesar da pequena descida suave dos valores térmicos antecipada para sábado.
E do próximo domingo em diante?
Para domingo prevê-se uma descida acentuada da temperatura, sobretudo no litoral, e ventos de direções variáveis. Mesmo assim, prevê-se 30 ºC em Bragança e 29 ºC em Castelo Branco. De domingo em diante a incerteza na previsão é bastante elevada, contudo, os primeiros sinais indicam a proximidade de uma baixa atlântica que deixaria alguns aguaceiros fracos e dispersos pelo nosso país.
Quanto aos termómetros, prevê-se nova flutuação das temperaturas, com uma variabilidade térmica diária a ser bastante notável entre as várias regiões. Maio deverá, assim, registar uma reta final digna de um verdadeiro “ziguezague térmico” em Portugal continental, isto é, um sobe e desce das temperaturas.